quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sinestesia voce conhece?


Voce sabe o que é?
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Em termos gerais a sinestesia é uma relação subjetiva que se estabelece espontaneamente entre uma percepção e outra que pertence ao domínio de um sentido diferente. Ou seja, é a relação de planos sensoriais diferentes, a reunião de múltiplas sensações: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato.
Do grego sin + aisthesis, é o inverso de anestesia (nenhuma sensação).

Na literatura, é uma figura de linguagem muito utilizada, especialmente em poesias, que retratam, por exemplo:
. 'O brilho macio do cetim' (visão + tato)
· 'O doce afago materno' (paladar + tato)
· 'Verde azedo' (visão + paladar)
· 'Aroma gritante' (olfato + audição)
· 'O delicioso aroma do amor' (Paladar + Olfato)
· 'Beleza áspera' (Visão + tato)

Muitos sinestetas, assim como os daltônicos, nem imaginam que são “diferentes”. Entretanto, estudos assinalam que uma a cada quinze mil pessoas no mundo possuem esse estado neurológico. Mesmo sem saber, a sinestesia pode ser muito útil para quem a possui, pois as associações sinestésicas podem estimular as capacidades da memória.
Vários artistas, músicos e escritores, entre outros, também a mencionaram como um componente importante em seu trabalho. Mas, se no passado era considerada apenas o fruto de mentes muito criativas e inventivas, ou então pura loucura mesmo, atualmente é objeto de muito estudo que pode ajudar-nos a compreender o funcionamento de nossos sentidos e sua interpretação no cérebro.

Vale lembrar que a sinestesia não é uma doença, e sim, uma condição neurológica, algo muito diferente que, até hoje, não se sabe exatamente por que acontece a algumas pessoas. A teoria mais aceita diz que a mente humana processa os dados em 'módulos' distintos e, no cérebro dos sinestésicos, mais de um 'módulo' estaria encarregado de processar a mesma informação. Em algum lugar do cérebro os impulsos elétricos responsáveis pelos sentidos acabam se encontrando.

Existem quatro tipos principais de sinestesia, que podem ser difíceis de separar ou podem ser encontrados juntos em uma única pessoa:

1. Sinestesia cor-grafema - as cores são associadas a números, palavras ou letras.
2. Sinestesia som-cor - os sons são associados a cores.
3. Sinestesia palavra-sabor - as palavras são associadas a sabores.
4. Sinestesia sabor-toque - os sabores são associados a sensações físicas.

Assim, há pessoas que percebem as cores como se fossem cheiros, sabores, sons e até sentimentos. E não é de forma figurada. Imagine-se lendo este texto e cada letra dele assume uma cor diferente diante de seus olhos, ou então ao olhar um belo pôr-do-sol com seus tons de alaranjado e vermelho, sentir o sabor de um doce...

Mas isto não são conceitos culturais como dizer que vermelho é quente e branco é paz. São percepções fisiológicas com respostas químicas cerebrais, são realmente percebidas assim e de uma maneira particular a cada caso.

Pesquisa sobre a sinestesia poderia ser um instrumento a mais para o entendimento de temas como empatia, altruísmo, esquizofrenia, perversão, síndrome de Asperger e autismo. Por exemplo, um sintoma do autismo é a dificuldade de compreender as emoções de outras pessoas. Saber o porquê de algumas pessoas serem altamente sensíveis às emoções de outras poderia nos ensinar mais sobre aquelas que não o são. Infelizmente, no Brasil, pouco se pesquisa sobre o assunto. Existe uma tese de mestrado que virou livro, chamado 'FUNDAMENTOS DA CROMOSSONIA: SINESTESIA, ARTE E TECNOLOGIA' do professor Sérgio Roclaw Basbaum da PUC-SP, a qual segue o link:

http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=veexuxNPzk4C&oi=fnd&pg=PA5&dq=FUNDAMENTOS+DA+CROMOSSONIA:+SINESTESIA,+ARTE+E+TECNOLOGIA+%2B+S%C3%A9rgio+Roclaw+Basbaum&ots=mgNaTfCwEB&sig=YdBa7sHmHTwWxvvE9RezxS9ysLA#PPA9,M1

No cinema

A sinestesia também foi retratada com humor no filme 'O Bagunceiro Arrumadinho' (The Desordely Orderly, 1964), em que Jerry Lewis interpreta um enfermeiro que estuda medicina e que sente as dores de todos os seus pacientes.

De qualquer forma, a ninguém é dado saber como os outros realmente percebem o mundo. Antes do advento da linguagem, a cor do céu ou o saber de uma fruta eram simples percepções que o nosso cérebro deveria assimilar para que nos adaptássemos ao mundo. Contudo, a linguagem, dentre outras coisas, nos permitiu transmitir nossas idéias, nossos pensamentos, nossa subjetividade. Porém, para que as coisas funcionassem como as vemos hoje, foi preciso que houvesse a padronização e a convenção de muitas outras. Sendo assim, aprendemos que azul é a cor do céu e do mar e que verde é a cor das plantas, que doce é um sabor agradável para a maioria e azedo e amargo não são. Então, se a sinestesia é um estado neurológico, não podemos desconsiderar a influência do aprendizado, da linguagem e da cultura na forma de perceber de cada um.

Fontes:

http://ciencia.hsw.uol.com.br/sinestesia1.htm
http://neuronioshiperativos.blogspot.com/2008/03/sinestesia-o-sabor-das-palavras-o.html
http://newserrado.com/2008/05/08/sinestesia-sinta-cheire-oua-e-deguste-as-cores
http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=veexuxNPzk4C&oi=fnd&pg=PA5&dq=FUNDAMENTOS+DA+CROMOSSONIA:+SINESTESIA,+ARTE+E+TECNOLOGIA+%2B+S%C3%A9rgio+Roclaw+Basbaum&ots=mgNaTfCwEB&sig=YdBa7sHmHTwWxvvE9RezxS9ysLA#PPA9,M1


Para enriquecer a postagem anterior sobre sinestesia e para aqueles que têm o desejo de saber mais sobre o asunto, destacaremos a seguir alguns pontos importantes do texto "Sinestesiologia e A Lei da Mente" (Vera Helena Geraige Zatiti ):
Segundo Ramachandran e Hubbard (2003: 49), têm-se investigado, com mais afinco, as origens da sinestesia desde 1880, quando Francis Galton, primo de Charles Darwin, publicou um artigo, na Nature, conceituada revista de divulgação científica, sobre o assunto. No entanto, em geral e durante muito tempo, o estudo da sinestesia, que, sob uma abordagem semiótica, como já pontuado, neste trabalho recebe a denominação de sinestesiologia, não representava mais que uma investigação curiosa, a qual sempre apontava relações com a presentificação de momentos passados ou com experiências cognitivas subjetivas, como, por exemplo, a associação de um dado número a uma determinada cor, ocorrendo tal registro em decorrência da lembrança, muitas vezes inconsciente, de um cartaz exposto em uma certa sala de aula ou de um brinquedo pedagógico em que cada número era de uma cor.


Ainda tentava-se explicar as sinestesias, apontando que os sinestetas estariam recorrendo a metáforas, ao dizer: “voz doce” (diálogo entre as sensações auditiva e gustativa), “gosto que apunhala o estômago” (fusão das sensações gustativa e tátil), entre outras expressões empregadas corriqueira, e, principalmente, literariamente, o que traduziria uma abordagem da sinestesia sob um ponto de vista artístico. Estudos contemporâneos atestam, inclusive, que “a sinestesia é sete vezes mais comum em pessoas criativas que na população em geral” e que “uma característica compartilhada por muitas pessoas criativas é a habilidade em utilizar metáforas” (2003: 53). Porém, manifestações sinestésicas na arte em geral, em linguagem verbal, não-verbal ou sincrética, mediante uso de metáforas ou outros recursos expressivos, assim como associações ocorridas por experiências cognitivas subjetivas ou, até mesmo, por convenção cultural ou relação com o mundo ontológico são consideradas por alguns estudiosos como pseudo-sinestesias (BASBAUM, 2002: 27).

Estabelece-se, ainda, desde há muito tempo, a relação de sensações sinestésicas com o uso de drogas psicoativas, como o LSD, a mescalina, entre outras classificadas como alucinógenas. No entanto, há pesquisas de ponta que investigam os processos cerebrais que poderiam evidenciar as reais causas da sinestesia. Basbaum (2002: 27) aponta estudos em que a sinestesia é dada como adquirida em razão de disfunções neurológicas, por caráter patológico, como, por exemplo, as decorrentes de lesões óticas; ou indicada como constitutiva, ou seja, de origem neurológica, mas inata. Ramachandran e Hubbard (2003: 51) acrescentam que seus estudos resgatam “que os sinestetas estão experimentando o resultado de algum tipo de fiação cruzada no cérebro”, idéia que, segundo os pesquisadores, foi proposta há, aproximadamente, um século. Porém, a retomada da concepção da fiação cruzada representa, agora, um avanço rumo à identificação das partes do cérebro em que isso poderia ocorrer e de que formas, o que envolve a investigação e a compreensão de fatores neurobiológicos. O exemplo, a seguir, pode conceder maior concretude a essa afirmação: “sentir sabores pelo toque [...] poderia ser decorrência do cruzamento de fiação entre o córtex do paladar, na região denominada ínsula, e o córtex adjacente que representa o tato pelas mãos” (2003: 51). Acrescem que há componentes genéticos na disfunção e que, talvez, uma mutação promova conexões entre áreas cerebrais usualmente segregadas ou podas defeituosas de conexões preexistentes entre regiões geralmente conectadas, de forma bastante esparsa, o que poderia esclarecer os mais diferentes tipos de sinestesia.

Os pesquisadores (2003: 51) ressaltam que pode, ainda, ocorrer a sinestesia se estiverem corretas a fiação e as conexões entre as regiões cerebrais, mas comprometido o equilíbrio químico das substâncias que circulam entre tais regiões. Qualquer assimetria poderia fazer com que regiões cerebrais vizinhas inibissem a atividade umas das outras, o que seria caracterizado como uma ativação cruzada. Pode ocorrer o desequilíbrio químico, de forma menos habitual, entre regiões mais alijadas, o que denotaria formas de sinestesias menos comuns.

Como manifestações sinestésicas mais recorrentes destacam-se: números, letras, unidades de tempo, sons (falados, musicais etc), sabores, cheiros e dores que evocam cores. Entre os tipos de sinestesia de menor incidência estão, por exemplo, sabor que evoca som ou temperatura, cheiro que alude a temperatura, entre outros. Exemplos intrigantes, para leigos ou mesmo estudiosos da sinestesia, são relatos como: “Esmeralda Jones (pseudônimo) vê azul quando ouve um dó sustenido tocado ao piano. Outras notas evocam nuanças diferentes – tanto que as teclas de seu piano estão realmente codificadas em cores” (2003: 49); Carol Steen rompeu, numa praia, um ligamento da perna esquerda “e o mundo se tornou alaranjado, como se houvesse um gel sobre a cena. Rochas alaranjadas, água alaranjada, um marido alaranjado correndo para ajudar-me”, ou sinto-me “abandonado em minha própria ilha privada de ‘p’ amarelo pálido, quinta-feira turquesa e ‘v’, cor de vinho” (LEMLEY, 2000).

O pintor russo Wassily Kandinsky, que expressou, em sua arte sinestésica, uma estreita e imensurável relação entre a música e a pintura, escreveu certa vez sobre os sinestetas: “estas pessoas altamente sensíveis são como os bons violinos... vibram em todas as suas partes no contato com o arco” (LEMLEY, 2000). Por sua vez, Carol Steen, uma artista norte-americana e sinesteta, declara que as letras, os números, os sons e as dores evocam uma grande variedade de cores e acrescenta: “Para mim, é como se vocês vissem o mundo em branco e preto” (op. cit.).

As investigações científicas contemporâneas sobre sinestesia conduzem, também, à reafirmação da idéia de Peirce sobre a continuidade intensiva das sensações. Os sinestetas constituem uma prova concreta das múltiplas possibilidades de redimensionamento do sentir. Seus sentidos, não segregados, propõem combinatórias e variações de intensidade incomuns e subversivas, sob o ponto de vista da dormência sensorial a que a grande maioria da espécie humana vem submetendo-se. Salienta-se que o termo “dormência”, divisando o conceito de sinequismo, acomoda-se melhor do que a idéia de perda ou ruptura das conexões das regiões cerebrais, ao tratar-se da percepção e comunicação sinestésicas.

O convencionalismo cultural e o desenvolvimento da mente humana provocaram, como exposto, a especialização de algumas modalidades sensoriais, havendo, principalmente, a priorização da visão, em detrimento das demais. Em Teleantropos, Pimenta (1999: 285) expõe que, em nossa sociedade há a predominância do exercício contínuo da visão, ocorrendo a predominância desse órgão sensorial em 70%¨. Acrescenta que “com Gutenberg, a visão passou a ser, gradualmente, o órgão sensorial privilegiado”. Strunck (1989: 9) destaca que “em se tratando de comunicação, somos cada vez mais uma civilização visual. O homem moderno, concentrado em cidades poluídas, vai, a largos passos, perdendo os sentidos da audição e olfato, privilegiando, dessa forma, a visão” e, curiosamente, recorda expressões recorrentes, que demonstram a impregnação da idéia do ver: “Viu aquela música? Viu o que Fulano disse?”, ao invés de “ouviu aquela música?” ou “ouviu o que Fulano disse?”. O autor, ainda em relação a isso, satiriza: “Também é interessante observar como pessoas que usam óculos, ou lentes de contato, ficam surdas sem elas”.

A especialização de alguns órgãos sensoriais foi, paulatinamente, anestesiando os demais sentidos e imergindo a sua coalescência. Strunck fala em “perda”, mas aqui se destaca, uma vez mais, que não seria propriamente uma “perda”, e sim uma “desintensificação” ou “despotencialização” de alguns sentidos, gerada pelo hábito ou por molduras convencionais.

Com base em estudos sobre o cérebro humano, Goleman (1998: 24) explicita que, antes de emoldurar-se o neocórtex, cérebro pensante e racional, havia o predomínio dos âmbitos emocional e sensorial. Sua pesquisa remonta ao cérebro réptil, também concebido como cérebro primitivo ou raiz, o qual agia para assegurar a sobrevivência e era partilhado por todas as espécies portadoras de um sistema nervoso mínimo. Ele ressalta, ainda, nesse rastreamento da evolução do cérebro humano, que o olfato, em tempos primitivos, apresentava-se como um sentido supremo para a sobrevivência. O autor acrescenta que, no lobo olfativo, algumas células, absorvendo e analisando os cheiros, detectavam a presença do parceiro sexual, do predador, da presa, e diferenciavam o comestível do venenoso. O corpo recebia, então, mensagens reflexivas que lhe impulsionavam a abordar, fugir, morder ou cuspir. Goleman (1998: 239) afirma que o cérebro humano não está, de modo algum, completamente formado no nascimento, mas que continua moldando-se durante a vida. Explica que o ser humano nasce com uma quantidade muito maior de neurônios do que seu cérebro maduro reterá. Isso se dá por ocorrer uma espécie de “poda”, fazendo com que o cérebro desconecte ou anestesie as ligações neurais menos usadas e fortaleça outras nos circuitos mais utilizados.

Kerckhove (1997: 53), assim como muitos outros estudiosos, aposta que o advento da programação alfabética e da literacia (cultura em função do código lingüístico) represente o fundamental fator do predomínio do sentido da visão. Ele aponta que, a partir daí, começa-se, inclusive, a trabalhar mais o hemisfério esquerdo do cérebro (o qual comanda funções mais racionais, relativas à escrita e à lógica) que o direito (onde há comandos referentes à arte, ao desenho, entre outros). Sublinha, em seus estudos, que “as pessoas alfabetizadas têm tendência a traduzir a sua experiência sensorial em palavras e as suas respostas sensoriais em estruturas verbais” (1997: 122). O autor tece, ainda, uma interessante distinção entre a audição oral, a qual procura imagens, ao invés de conceitos, e pessoas, em vez de nomes, e a audição letrada, a qual processa tudo mediante palavras, do que se pode deduzir que a experiência auditiva, após o contato com o código lingüístico, se torna mais restrita e menos vívida.

Kerckhove (1997: 149) expõe, ainda, que bebês, recém-nascidos, tendem a perceber uma enorme diversidade de sons e que essa faculdade parece diminuir muito em breve, à medida que se instala em seu ambiente lingüístico familiar. Basbaum (2002: 32), por sua vez, explicita que os recém-nascidos formam esquemas primários de percepção, sem distinção de modalidades, com intercruzamentos modais, o que os torna sinestetas, pelo menos, até os três meses de idade.

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Enfim, não podemos dessa forma duvidar da enorme potencialidade sensorial que nós possuímos e o quanto a cultura (como afirmamos na postagem anterior) influência no condicionamento dos nossos sentidos.

Equipe: Ananda Beerenwinkel, Ivanilde Cerqueira e Saionara Costa.

2 comentários:

Davi José disse...

Olá! Somos um grupo de Área de Projecto de Biologia (12ºano) da Escola Secundária de Sever do Vouga, Aveiro, Portugal. E para tema do nosso projecto escolhemos "Sinestesia". Gostaria de nos ajudar neste projecto?
Desde já, obrigado pela disponibilidade,
o grupo de Área de Projecto

educação fisica adaptada e educação especial disse...

E claro que vou ajuda-los. Mande um E Mal e as suas necessidades. abç