Pesquisa revelou que comunidade escolar discrimina. Para especialistas, é justamente nesse espaço que a diversidade deve ser trabalhada
Combater o preconceito dentro da sala de aula é um dos maiores desafios para os professores atualmente.
Além de mediar situações de conflito entre os estudantes, o docente tem de desconstruir suas próprias pré-noções.
Uma pesquisa divulgada em junho deste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou que todas as pessoas envolvidas com a escola, desde os pais até os docentes, praticam algum tipo de discriminação.
99,3% dos alunos, pais e funcionários têm algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial.
O estudo ouviu 18,5 mil pessoas em 501 escolas públicas de todo o país. O grupo mais atingido pela discriminação foi o de portadores de necessidades especiais. Em seguida estão os negros.
Pela equiparação salarial
Hoje os professores da rede pública de ensino fazem uma manifestação reivindicando a equiparação salarial dos educadores com os demais servidores públicos que também têm como exigência para ingresso no Estado o ensino superior. A meta é um aumento de 25,97%. O protesto começa às 9 horas em frente ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico.
“É uma data de luta, de reivindicação. Precisamos valorizar a profissão e isso está diretamente ligado com a melhoria da educação pública”, diz Luis Carlos Paixão da Rocha, secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato). No período da tarde os docentes se reúnem em uma audiência pública para discutir a saúde pública. (PC)
Para especialistas, a escola reflete o que ocorre na sociedade. Apesar disso, é justamente esse espaço que pode trazer mudanças reais. Como o professor é um dos formadores de opinião de crianças e adolescentes, deve estimular o debate em sala de aula sobre essas questões e apresentar a diversidade das visões de mundo. O grande problema é que muitas vezes o próprio docente não está preparado e nem recebe apoio para isso. O caminho apontado para solucionar o impasse é investir na formação.
A professora da Universidade Federal do Paraná e doutora em psicologia social Tânia Baibich-Faria diz que é dentro da sala de aula que se pode combater a discriminação com mais eficiência, mesmo com o professor também tendo pré-noções.
“O mais importante é reconhecer em si o preconceito e desenvolver competência de estar sempre alerta para lidar com isso.
” Ela explica que a discriminação ocorre em todas as sociedades, porque está relacionada com a construção da própria identidade.
Por isso, não se pode exigir que os professores sejam diferentes.
Mas eles podem e devem desconstruir esses conceitos.
“O papel do professor é fundamental. Ele tem de construir a pedagogia do antipreconceito.
Ele não pode negar a realidade e ao mesmo tempo que percebê-la deve ter uma atitude combativa.”
Estudos comprovam que a discriminação deixa marcas por toda a vida e é a escola que pode mudar essa realidade. “O docente deve agir nas mentes, vísceras e coração”, diz Tânia. “Quem luta por justiça social precisa estar sempre em alerta e combativo. É pensar a educação para além da sala de aula.” Na UFPR há disciplinas específicas na graduação e pós-graduação para abordar a questão com os futuros professores.
No ensino público, somente na última década foram criadas políticas específicas de combate à discriminação na sala de aula. Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1996, o assunto passou a entrar em pauta. Hoje o Ministério da Educação tem uma secretaria para tratar o tema. Há projetos de formação de docentes para o reconhecimento da diversidade sexual e equidade de gênero e o programa Escola que Protege, direcionado ao combate da violência.
Na Secretaria de Estado da Educação (Seed), foi criado em 2007 um departamento para abordar a diversidade. Há atividades direcionadas à formação em áreas como indígenas, negros, mulheres e orientação sexual.
“A escola pública tem de ser universal. E o professor precisa estar preparado”, afirma Wagner Roberto do Amaral, chefe do departamento. Para apoiar os docentes, a Seed desenvolve palestras, cursos e grupos de discussão. Na secretaria de educação de Curitiba também há uma formação específica para a questão. “É preciso desmitificar todos os tipos de discriminação.
E por trás dessas ações há a importância da formação”, diz a diretora do departamento de ensino fundamental, Nara Salamunes.
Para a orientadora educacional do Colégio Dom Bosco, Francisca Maria de Fauw, o docente tem de introduzir a temática do preconceito no cotidiano da sala de aula.
“O professor é um facilitador.
Deve estimular o debate.
A escola deve investir na qualificação e o profissional tem de assumir sua função social.
Somos o espaço de resgate da autoestima e da autonomia.”
Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
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