De: Rafael Ceccon de Araújo
Remo é um novo desporto no Programa dos Jogos Paraolímpicos, fez a sua estreia em Pequim 2008.
No Remo Adaptado a classificação desportiva e os regulamentos são os da FISA, Federação Internacional de Remo, que é o Organismo que tutela da modalidade a nível internacional.
A competição no Remo Adaptado está aberta a atletas masculinos e femininos para as seguintes embarcações:
LTA4, (barco de 4 remadores + timoneiro) esta embarcação é mista no que diz respeito ao género e podem participar atletas com deficiência visual, paralisia cerebral e deficiências motoras;
a embarcação TA2x, ou double sculls, embarcação mista para dois remadores com deficiências motoras ao nível dos membros inferiores;
a AW1x ou single scull para remadores femininos com deficiências motoras ao nível dos membros inferiores e tronco e, finalmente,
o AM1x ou single sculls para remadores masculinos com deficiências motoras ao nível dos membros inferiores e tronco.
As corridas são disputadas em provas de 1000 metros para todas as quatro embarcações.
O texto foi apresentado no 1o Seminário "Remar é Possível" em março de 2006 e trata da importância do remo para o deficiente no que tange o caráter inclusivo do esporte. Foi elaborado tendo base a experiência profissional do autor, treinador de remo de uma equipe de deficientes visuais.
Número de páginas: 02
VEJAM MAIS EM : http://urece.org.br/novosite/sites/default/files/Remo_inclusao.pdf
O remo é um dos esportes de maior tradição no Brasil.
Esteve presente na origem dos grandes clubes de futebol, era assistido por multidões e já foi considerado um esporte nobre.
Hoje em dia, as coisas mudaram. O remo já não é tão valorizado assim, mas pode ser tido ainda como nobre, por possibilitar que pessoas que antigamente eram excluídas do convívio social pratiquem-no com liberdade.
A prática do remo por pessoas com algum tipo de deficiência está crescendo no Brasil e no mundo, e mostra que este esporte pode e deve ser praticado por todos.
E o remo tem se mostrado um excelente instrumento de inclusão social.
Sentir-se parte de uma equipe é fundamental para alguém que se sente discriminado e inferior. Ainda mais com o contato direto com outros atletas sem deficiência e com a natureza, o que é incomum ao seu dia-a-dia. O esporte para eles se torna um meio de inserção no convívio social, eleva a auto-estima, e traz todos os benefícios físicos, mentais e espirituais que o esporte proporciona a qualquer pessoa.
O remo é um dos únicos esportes onde atletas com deficiência não precisam de adaptações significativas para praticar (em se tratando dos atletas com mobilidade total – LTA), o que permite que eles remem com pessoas sem deficiência. Isso é essencial para mostrar para eles mesmos e para todos, que podem ser atletas de remo como qualquer outra pessoa.
No Botafogo F.R. no Rio de Janeiro, já tivemos a oportunidade de colocar em um mesmo
barco, uma guarnição composta por alguns remadores com deficiência visual, um com deficiência auditiva e atletas sem nenhuma deficiência.
O próprio fato de treinarem nas mesmas instalações e utilizarem os mesmos equipamentos que a equipe convencional aumenta o sentimento de pertencer ao clube e também a responsabilidade como atletas,Pois sabem que se lhes estão sendo proporcionados os mesmos meios para treinarem, também se espera que dêem um retorno em forma de empenho e compromisso.
Tamanha é a felicidade de serem reconhecidos e valorizados como atletas de remo, que não tiram do corpo as camisas que ganham do clube ou de regatas que já participaram.
Participar de regatas remando junto e contra pessoas sem deficiência, que estejam no mesmo nível de aprendizado é um desafio para o qual estamos nos preparando. Acreditamos que isso não só é possível, como fundamental para a valorização da pessoa com deficiência.
A própria realização de regatas onde haja provas para todos é um grande passo que este esporte tem dado rumo à inclusão. Em campeonatos internacionais, como os últimos mundiais da FISA, e a Henley Regatta no Canadá, e também em nacionais, como regatas do campeonato carioca e as edições do Troféu Brasil de Remo de 2003 e 2004, que abriram provas extras para pessoas com deficiência, favorecem a integração entre os atletas e permite uma divulgação muito maior do paradesporto. Se as regatas de remo adaptável fossem exclusivas para pessoas com deficiência, só as assistiriam os próprios atletas e talvez, seus familiares. É o que acontece com a maioria dos esportes praticados por portadores de deficiências. Quantas pessoas, por exemplo, já assistiram a uma partida de futebol para cegos? Só para lembrar, nossa seleção trouxe da Grécia em 2004 a tão sonhada medalha de ouro no futebol.
Atletas com mobilidade mais comprometida podem fazer uso de adaptações, por isso a denominação “Remo adaptado” ou “adaptável”. No caso do remo, os equipamentos são adaptados para se adequarem da melhor maneira possível às necessidades do remador.
Mas nada que impossibilite sua capacidade de remar e deslocar-se livremente sobre a água.
Na água, ele tem liberdade ainda maior do que nas ruas, pois não há calçadas, escadas nem buracos.
Remar, para estes, é sinônimo de liberdade e independência. Muitos passam a acreditar que são realmente capazes de se destacar no que fazem, ser reconhecidos e valorizados por isso. O que toda pessoa quer e precisa.
Assim, percebemos que o remo é um esporte completo. Não apenas por trabalhar os grandes grupamentos musculares do corpo, mas por possibilitar que todas as pessoas que quiserem, experimentem o balanço das marolas, a sensação de sentir-se um atleta e de fazer parte de uma equipe.
Rafael Ceccon de Araujo
O remo é um esporte adaptável pela própria posição que se executam as remadas: a sentada.
Remar não necessita das pernas, pode-se remar movimentando o tronco e os braços ou somente os braços; pode-se remar rápido ou devagar conforme o condicionamento físico de cada um; pode-se remar por pouco tempo, curtas ou longas distâncias.
Remar é divertido e proporciona um maravilhoso senso de liberdade junto à natureza além de benefícios para a saúde física e mental. É absolutamente seguro quando todas as normas de segurança são respeitadas. O termo “adaptável” é usado porque, no remo, o equipamento é que é adaptado ao usuário, para que ele possa praticar o esporte, em vez de o esporte ser adaptado. Isso significa dizer que todas as regras do remo são aplicáveis ao remo adaptável.
O remo adaptável pode ser praticado por pessoas com:
Incapacidades físicas: lesão medular, paralisia cerebral e amputações;
Déficit visual;
Déficit intelectual.
Para iniciar a prática do remo adaptável, são necessários:
Saber nadar:
Atestado Médico; 2 fotos 3X4;
Preencher a ficha de inscrição.
VEJAM MAIS EM :
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