domingo, 4 de julho de 2010

obre o Jecripe – Jogo de Estímulo à Crianças com Síndrome de Down

Sobre o Jecripe – Jogo de Estímulo à Crianças com Síndrome de Down

segunda-feira, maio 17, 2010
Ilustração de carta simbolizando o e-mail. Envie por e-mail | Aumentar a fonte do texto. Diminuir a fonte do texto. | By Elis Zampieri
Em abril passado foi lançado oJecripe, tido como o primeiro jogo para crianças com Síndrome de Down com a proposta de trabalhar áreas que necessitam ser estimuladas em crianças com a síndrome: linguagem, percepção, coordenação viso-motora, motricidade…
Minhas impressões sobre o jogo:
  • Jecripe não é um software para crianças com Síndrome de Down. É um software para algumas crianças com Síndrome de Down.
  • As propostas de atividades são direcionadas à uma determinada faixa etária. Crianças em idade pré escolar se beneficiariam dele, ao passo que seria compreensível que à uma criança de oito anos, por exemplo, não despertasse nenhum interesse. Da mesma forma, poderá ser explorado de modo a favorecer o aprendizado e o desenvolvimento de uma criança sem a síndrome. Ou seja, beneficiar qualquer criança, desde que esteja adequado à sua faixa etária e ao seu nível de desenvolvimento.
  • Possui uma interface simples e acessível, com boa qualidade áudio-visual.
  • O direcionamento dado pela personagem que conduz à criança para as atividades é importante, considerando-se que aquelas com pouca familiaridade com as ferramentas computacionais e menor nível de autonomia poderão interagir com o jogo. Entretanto, como um jogo de estímulo, deveria promover maiores desafios, de forma a fazer com que a criança sinta-se motivada a avançar em suas conquistas, agindo com progressiva autonomia.
Algumas considerações sobre softwares e deficiência intelectual:
  • A utilização de softwares prontos (pacotes) podem incorrer em padronização do ensino.
  • Existe uma idéia equivocada de que entre pessoas com deficiência intelectual existe uma universalidade de características comuns à todos. É preciso que antes da deficiência esteja a criança. Com suas especificidades, seus gostos, suas características pessoais, seu ritmo, suas habilidades, suas limitações, suas necessidades…Suas. De cada um e de todos de forma diferenciada.
  • Softwares direcionados a este ou aquele público, com esta ou aquela finalidade – definidas a priori – podem limitar, engessar o professor podendo, igualmente limitar o aluno.
  • Mais importante que a tecnologia é a pedagogia. Aliados à uma intervenção de qualidade do professor, os softwares podem ser importantes instrumentos para a aprendizagem. Uma mesma ferramenta pode ser educativa ou não, servir ou não, dependendo de todas as variantes que se apresentarem: do contexto, do olhar do professor, do objetivo…
Texto publicado originalmente no blog Sobre Educação
Sobre o autor:
Elis Zampieri é pedagoga, com especialização em Educação Infantil e Séries Iniciais e em Educação Especial. É autora do blog “Sobre Educação”e moderadora do grupo “Educação Especial em Rede”

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