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INCLUSÃO: O DESPREPARO DAS ESCOLAS PARA RECEBER ALUNOS COM DEFICIÊNCIA SENSORIAL
Danielli Perboni - 1
Lenoir Iop – 2
Maria Nilda de Oliveira – 3
Resumo: Este artigo relata algumas características da deficiência sensorial e do despreparo dos professores e da E.M.E.F. Princesa Isabel no Município de Seringueiras, Estado de Rondônia, localizada na Linha 14, km 12, Distrito Novo Planalto.
Palavras - Chaves: característica, deficiência e desespero.
Introdução
A escola a qual se refere começando pela estrutura, não oferece condições para atender alunos com deficiência sensorial. Na entrada não existe rampa, nem mesmo nas salas de aulas e banheiros.
Fala-se tanto em inclusão, mas fica quase impossível de acontecer se não houver interesse da parte dos governantes em capacitar profissionais adequados para atender a clientela que registra um funcionamento intelectual geral significantemente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais condutas adaptativa ou da capacidade do individuo em responder adequadamente às demandas da sociedade.
Para pensar no aluno, temos que pensar na escola e, para pensar na escola temos que pensar na sociedade na qual a escola não fica à parte, mas sim é parte. Como parte da sociedade, a escola constitui-se em uma de suas instituições, assim como o são, dentre outras, a família, a igreja, os poderes constituídos e os partidos políticos. Como característica comum entre as instituições, está a busca de divulgação e consolidação de valores.
Em primeiro lugar, então, para pensar a escola que freqüentamos, temos de pensá-la como fazendo parte de um todo, um meio em que alguns valores são ressaltados, em detrimento de outros.
Vivemos em uma cultura que valoriza mais as questões econômicas que as questões sociais, sempre mais a memória do que o raciocínio, isso significa que cobrou-nos sempre mais a reprodução, do que a produção de idéias.
As necessidades especiais revelam que tipo de ajuda, diferentes dos usuais, são requeridos, de modo a cumprir as finalidades da educação. As respostas a essas necessidades devem estar previstas e respaldadas no projeto pedagógico da escola, não por meio de um currículo novo, mas da adequação progressiva do regular, buscando garantir que os alunos com necessidades especiais participem de uma programação tão normal quanto possível, mas considere as especificidades que as suas necessidades possam requerer.
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos.
Conforme define a LDB, trata-se de uma modalidade de educação escolar, voltada para a formação do individuo, com vista ao exercício da cidadania.
A análise de diversas pesquisas brasileiras identifica tendência que evitam considerar a educação especial como um subsistema à parte e reforçam o seu caráter interativo na educação geral. Sua ação transversal permeia todos os níveis-educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação superior, bem como as demais modalidades-educação de jovens e adultos e educação profissional.
A atenção à diversidade da comunidade escolar baseia-se no pressuposto de que a realização de adequação curricular pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações.
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso a escola e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola nessa perspectiva busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podemos e devendo ser fatores de enriquecimento.
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de condições físicas, intelectuais, econômicas ou sócio-culturais dos alunos. A expressão necessidades educacionais especiais pode ser utilizada para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiências.
O termo surgiu para evitar os efeitos negativos de expressões utilizadas no contexto educacional – deficientes, excepcionais, subnormais, superdotados,infradotados, incapacitados etc., para referir-se aos alunos com altas habilidades/superdotação aos portadores de deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem interferir na sua aprendizagem e escolarização.
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de deficiências ou de superlotação, apresentam necessidades educacionais que passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo quando freqüenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com necessidades especiais. Com freqüência, necessitar de atenção especial na escola pode repercutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se trata de mero jogo de palavras ou de conceitos.
A deficiência mental caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento acompanhado com limitações associadas a duas ou mais área da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.
Normalmente quando nos referimos ao desenvolvimento de uma criança, o que buscamos compreender é “até onde a criança já chegou”, em termos de um percurso que, supomos, será percorrido por ela. Assim, observamos seu desempenho em diferentes tarefas e atividades, como por exemplo: ela já sabe andar, já sabe amarrar sapatos. Quando dizemos que a criança já sabe realizar determinada tarefa, referimo-nos à sua capacidade de realizá-la sozinha, sem necessidade da ajuda do outro. Para ser considerada como possuidora de certa capacidade, a criança tem que demonstrar que pode cumprir as tarefas sem nenhum tipo de ajuda.
Vygotsky(1.995-pp.58-52) denomina essa capacidade de realizar tarefas de forma independente de nível de desenvolvimento real. Para ele o nível de desenvolvimento real da criança caracteriza o desenvolvimento de forma retrospectiva, ou seja, refere-se a etapas já alcançadas, já conquistada. Para compreender adequadamente o desenvolvimento, devemos considerar não apenas o nível de desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de companheiros mais capacitados.
É a partir da postulação da existência desses dois níveis de desenvolvimento – real e potencial que Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal que é um domínio psicológico em constante transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer com ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã.
As manifestações de dificuldades de aprendizagem na escola apresentam-se como um contínuo, desde situações leves e transitórias que podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho pedagógico até situações mais graves e persistentes que requerem o uso de recursos especiais para a sua solução. Atender a esse contínuo de dificuldades requer respostas educacionais adequadas envolvendo graduais e progressivas adequações do currículo.
A maior parte das adequações curriculares realizadas na escola é considerada menos significativa, porque se constituem modificações menores no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no planejamento normal das atividades docentes constituem pequenos ajustes dentro do contexto normal de sala de aula.
Os preconceitos que vigoram em nossa sociedade espalham-se por diversas categorias de diferenças e tendem a colocar na idéia de quem as vê, uma grave e maléfica confusão conceitual: aprendendo a ver com os olhos do preconceito, fomos levados a tomar o diferente como sinônimo de inferior. Cada um de nós tem peculiaridades em seu modo de ser, pensar, agir, que fazem com que, embora nos assemelhemos a muitas outra pessoas, em muitos aspectos, o conjunto de características que nos identifica é único e nos faz singular.
Tais diferenças são produtos de uma conjunto complexo de determinantes.
Conclusão:
A partir das considerações cumpre lembrar que a permanência da avaliação como diagnóstico clínico pode pressionar a sala de recurso, como já acontece em algumas escolas.
Cada um tem necessidades educacionais específicas, às quais o professor tem que responder pedagogicamente, caso queira cumprir com seu papel primordial de garantir o acesso, a todos, ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade e ao seu uso na relação com a realidade social na qual nos encontramos inseridos, e que nos cabe transformar.
Neste quadro, é necessário um novo olhar sobre a identificação de alunos com necessidades especiais, bem como sobre as necessidades especiais que alguns alunos possam apresentar. Igualmente, um novo olhar em considerar o papel da escola na produção do fracasso escolar, e no encaminhamento de alunos para atendimentos especializados, dentro outras medidas comumente adotadas na prática pedagógica.
A atual situação em que se encontram os sistemas educacionais revela dificuldades para atender as necessidades especiais dos alunos na escola regular, que podem vir a necessitar de apoio para a sua educação. A flexibilidade e a dinamicidade do currículo regular podem não ser suficiente para superar as restrições do sistema educacional ou compensar as limitações reais desses alunos. Desse modo e nas atuais circunstancias, entende-se que as adequações curriculares fazem-se, ainda, necessárias.
Tanto os profissionais quanto as instituições devem estar preparados adequadamente para que haja inclusão, que tanto se fala e pouco acontece.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
VIGOTSKY. Aprendizagem e Desenvolvimento.Um processo Sócio – histórico. São Paulo: Editora Scipione.
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Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
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