sexta-feira, 2 de julho de 2010

AUTISMO TRATAMENTO E EDUCAÇÃO

AUTISMO
TRATAMENTO E EDUCAÇÃO

Autism Society of America – ASA
Sociedade Americana de Autismo
Tradução e adaptação: Mônica de Castro Accioly

Descobrir que a sua criança tem autismo pode ser uma experiência aflitiva. Para alguns pais o diagnóstico é uma total surpresa, para outros, a confirmação de uma suspeita por vezes antiga, misto de alívio e dor para a família que já esperava (ou até buscava) este diagnóstico. Seja qual for o caso, você provavelmente tem muitas perguntas sobre como proceder. Antigamente, muitas pessoas com autismo eram colocadas em instituições e os profissionais não conheciam tanto sobre autismo quanto conhecem hoje (aqueles que se mantêm atualizados). Atualmente, sabe-se que com escola e tratamento adequados, as crianças com autismo podem se desenvolver ainda que de forma diferente da das outras crianças.
Se não há cura para o autismo, existem abordagens educacionais e de tratamentos que reduzem alguns dos desafios associados a esta deficiência. A intervenção terapêutica pode ajudar a diminuir os comportamentos destrutivos e a educação deve ensinar atividades que promovam maior independência da pessoa com autismo. Mas, assim como o autismo não é identificado por um único sintoma ou comportamento (mas um conjunto deles), não há uma abordagem que seja eficiente por si só. O tratamento para ser eficaz precisa atender as necessidades comportamentais individuais de cada criança.
Abordagens Educativas e Terapêuticas
Enquanto você pesquisa, você vai ouvir sobre muitas abordagens diferentes, como musicoterapia, equoterapia, reorganização neurológica, comunicação facilitada, PECS (comunicação por figuras), vitaminas, dietas. Algumas abordagens foram comprovadas cientificamente, outras não. Alguns pais preferem aquelas que já foram testadas e são aceitas e apoiadas pela comunidade científica, como a psicoeducacional (TEACCH), a terapia de linguagem e a comportamental (ABA), esta última raramente encontrada no Brasil . Aqui a psicanálise ainda é bastante utilizada, diferentemente do que ocorre nos EUA.
Mas ainda que tudo isso pareça confuso, é preciso que você escolha o que for melhor para o seu filho. Converse e faça muitas perguntas aos profissionais de cada “linha” teórica e mantenha-se atualizado sobre os novos estudos e pesquisas sobre o autismo.

Para outros pais, os testes formais não são pré requisitos para que eles tentem um tratamento. Nós recomendamos, mesmo para aqueles que requerem comprovação científica, que a família pesquise todas as opções disponíveis para que se determine se o tratamento é apropriado para a sua criança, e tenha em mente que os estudos científicos são difíceis de serem realizados quando se trata de pessoas com autismo porque elas são muito diferentes umas das outras.

Entendendo as suas opções
Como pai, é natural que você queira fazer algo imediatamente. Entretanto, é importante ter cuidado com as mudanças. A sua criança pode já ter aprendido a lidar com o ambiente em que está inserido. Lembre-se que mudanças são estressantes. Você deve primeiramente pesquisar sobre as abordagens disponíveis e ter um plano antes de prosseguir. Na internet e nas associações de pais você vai encontrar numerosos relatos sobre os sucessos e fracassos nas caminhadas das famílias das crianças autistas. Você também vai descobrir que os profissionais acreditam em teorias diversas, de acordo com suas visões pessoais do que seja o autismo. Isto é muito frustrante! Mas ainda assim você pode tomar decisões racionais, baseadas no que você pesquisou e, sobretudo, no que você conhece sobre o seu filho. É você quem vive com o seu filho, quem melhor conhece suas necessidades e precisa entender o autismo dele/dela. Torne-se um especialista no autismo do seu filho! E confie nos seus instintos quando você conhecer suas opções!
Cada criança tem habilidades e necessidades únicas
Indivíduos com autismo, são, antes de mais nada, indivíduos como todos os outros. Possuem qualidades e fraquezas. O que as pessoas com autismo têm em comum é um transtorno do desenvolvimento, um distúrbio de comunicação, que se manifesta em cada um de maneira diferente. Alguns indivíduos apresentam inteligência na média ou acima da média da população, enquanto outras, abaixo da média.
Os objetivos acadêmicos precisam estar adequados a habilidade intelectual e nível de funcionamento do indivíduo. Algumas crianças precisam de ajuda para entenderem as situações sociais e desenvolverem respostas adequadas, enquanto outras talvez apresentem comportamentos agressivos ou de auto-agressão que requerem assistência. Nenhum programa sozinho será eficiente para todas as pessoas autistas, por isto é importante que você encontre o ou os programas que serão mais adequados às necessidades do seu filho.
Tanto o programa educacional quanto a abordagem terapêutica devem estar adequados às necessidade individuais do seu filho. Devem ser flexíveis e reavaliadas regularmente.
Abordagens Complementares
Ainda que a intervenção educacional seja a chave para melhorar a vida das pessoas com autismo, alguns pais e profissionais acreditam que certas abordagens terapêuticas exerçam papel importante no desenvolvimento das habilidades comunicativas e na redução dos sintomas comportamentais associados com o autismo. Estas terapias complementares incluem música, arte ou terapia com animal, e são realizadas individualmente ou não. Todas podem ajudar aumentando as oportunidades de comunicação, desenvolvendo a interação social e proporcionando conquistas. Estas abordagens podem proporcionar maneiras positivas e seguras da criança autista desenvolver relações em ambientes protegidos.
Arte e música são particularmente úteis para a integração sensorial, promovendo estimulação tátil, visual e sonora. Musicoterapia também pode auxiliar no desenvolvimento da compreensão da linguagem. A arteterapia pode promover uma forma de expressão simbólica, não verbal. Terapia com animais incluem equoterapia onde a criança pode obter benefícios físicos e emocionais. Melhora a coordenação motora e a auto-confiança.
Qualquer que seja abordagem terapêutica preferida, é importante reunir informações sobre o tratamento e tomar uma decisão consciente. No entanto, tenha em mente que existem poucos estudos apoiando qualquer uma delas.
Diretrizes ASA
Quando se avalia as opções existentes, é necessário que se faça algumas considerações:
- O tratamento é perigoso para a criança?
- Se o tratamento fracassar, qual serão as conseqüências para meu filho e minha família?
- O tratamento foi validado cientificamente?
- Existem procedimentos de avaliação?
- Este programa foi bem sucedido com outras crianças?
- Quantas crianças foram incluídas em escolas regulares e como isto foi feito?
- Os membros da equipe possuem treinamento e experiência com crianças e adolescentes autistas?
- Como as atividades são planejadas e organizadas?
- A rotina e as atividades diárias são previsíveis?
- Quanta atenção individual meu filho receberá?
- Como os progressos serão avaliados? O comportamento do meu filho será observado de perto e registrado?
- Meu filho terá atividades e recompensas motivadoras?
- O ambiente é adequado para evitarem-se as distrações?
- O programa vai me preparar para continuar a terapia em casa?
- Qual é o custo, freqüência e local do programa?

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