Caro leitor,
Durante alguns dias, faremos uma análise do artigo “Estudo da qualidade de vida em pessoas com lesão medular traumática" dos pesquisadores Janaina Vall(1), Violante Augusta Batista Braga(2) e Paulo César de Almeida(3). Acompanhe, hoje, a primeira parte.
Resumo
Centros de pesquisa do mundo inteiro vêm realizando estudos sobre qualidade de vida em diversas condições crônicas, com o intuito principal de promover intervenções que venham de encontro à sua melhoria. Este fato se estende aos pacientes portadores de lesão medular. Este é um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade de vida das pessoas portadoras de lesão medular traumática, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Participaram do estudo 32 pacientes paraplégicos adultos com lesão medular completa, de etiologia traumática, a maioria do sexo masculino, idade entre 20 a 47 anos e entre 5 a 10 anos de lesão.
O instrumento utilizado para coleta dos dados foi o The MOS 36-item Short-Form Health Survey. Como resultado foi encontrado que o paciente com lesão medular traumática possui grande comprometimento de sua qualidade de vida, em todos os seus domínios, principalmente no que se refere aos "aspectos sociais".
Introdução
As lesões medulares são cada vez mais freqüentes devido principalmente ao aumento da violência urbana. Dentre as causas, o acidente de trânsito e a agressão por arma de fogo são as mais comuns. Os pacientes acometidos, em sua maioria, são jovens, do sexo masculino, solteiros e residentes em áreas urbanas1. Tais lesões geram uma incapacidade de alto custo para o governo e acarreta importantes alterações no estilo de vida do paciente. Ela causa perda parcial ou total da motricidade e sensibilidade, além de comprometimento vasomotor, intestinal, vesical e sexual2. Além de sua gravidade e irreversibilidade, exigem um programa de reabilitação longo e oneroso, que na maioria das vezes não leva à cura, mas à adaptação do indivíduo à sua nova condição. Esse processo de reabilitação, no entanto, vai para além da prevenção dos danos causados pela lesão e objetiva principalmente melhora da qualidade de vida através da independência funcional, melhora da auto-estima e inclusão social desses pacientes3.
Qualidade de vida é uma expressão de natureza muito debatida entre pesquisadores de diferentes áreas e ocupa cada vez mais espaço na política da saúde e da população. Mesmo assim, não se consegue ter uma definição ou conceito universal. Alguns autores defendem a teoria de que todas as pessoas tem um plano para sua vida e a qualidade de vida seria a diferença entre as esperanças e expectativas do indivíduo e a realidade presente; quanto menor esta diferença, melhor a qualidade de vida4. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Essa definição, inclui seis domínios principais: saúde física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambientais e padrão espiritual5.
No Brasil, ainda são poucos os trabalhos relacionando qualidade de vida e lesão medular. No entanto avaliar a qualidade de vida é de grande importância para essas pessoas. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é estudar a qualidade de vida das pessoas paraplégicas, através do "The MOS 36-item Short-Form Health Survey" (SF-36), que é um instrumento genérico de avaliação, ou seja, seus conceitos não são específicos para uma determinada idade, doença ou grupo de tratamento6,7. O SF-36 é um questionário genérico multidimensional, formado por 36 itens, englobados em oito domínios: (1) capacidade funcional, (2) aspectos físicos, (3) dor, (4) estado geral de saúde, (5) vitalidade, (6) aspectos sociais, (7) aspectos emocionais e (8) saúde mental. O SF-36 representa o conceito de saúde que os autores acreditam ser o mais freqüentemente utilizado nas pesquisas em saúde7. Dentre os domínios descritos, os aspectos sociais são um dos mais importantes, visto que através dele é possível avaliar o contexto da qualidade de vida no quesito reinserção do portador de lesão medular à sociedade.
(1)Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza CE, Brasil (UFC)
(2)Enfermeira, Doutora em Enfermagem, UFC
(3)Bioestatístico, Doutor em Saúde Pública, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza CE, Brasil (UECE)Fonte: Arquivos de Neuro-Psiquiatria. vol.64 no.2b São Paulo June 2006.
Veja também nesse blog:
Paraplegia e Tetraplegia- Parte 1
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Resumo
Centros de pesquisa do mundo inteiro vêm realizando estudos sobre qualidade de vida em diversas condições crônicas, com o intuito principal de promover intervenções que venham de encontro à sua melhoria. Este fato se estende aos pacientes portadores de lesão medular. Este é um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade de vida das pessoas portadoras de lesão medular traumática, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Participaram do estudo 32 pacientes paraplégicos adultos com lesão medular completa, de etiologia traumática, a maioria do sexo masculino, idade entre 20 a 47 anos e entre 5 a 10 anos de lesão.
O instrumento utilizado para coleta dos dados foi o The MOS 36-item Short-Form Health Survey. Como resultado foi encontrado que o paciente com lesão medular traumática possui grande comprometimento de sua qualidade de vida, em todos os seus domínios, principalmente no que se refere aos "aspectos sociais".
Introdução
As lesões medulares são cada vez mais freqüentes devido principalmente ao aumento da violência urbana. Dentre as causas, o acidente de trânsito e a agressão por arma de fogo são as mais comuns. Os pacientes acometidos, em sua maioria, são jovens, do sexo masculino, solteiros e residentes em áreas urbanas1. Tais lesões geram uma incapacidade de alto custo para o governo e acarreta importantes alterações no estilo de vida do paciente. Ela causa perda parcial ou total da motricidade e sensibilidade, além de comprometimento vasomotor, intestinal, vesical e sexual2. Além de sua gravidade e irreversibilidade, exigem um programa de reabilitação longo e oneroso, que na maioria das vezes não leva à cura, mas à adaptação do indivíduo à sua nova condição. Esse processo de reabilitação, no entanto, vai para além da prevenção dos danos causados pela lesão e objetiva principalmente melhora da qualidade de vida através da independência funcional, melhora da auto-estima e inclusão social desses pacientes3.
Qualidade de vida é uma expressão de natureza muito debatida entre pesquisadores de diferentes áreas e ocupa cada vez mais espaço na política da saúde e da população. Mesmo assim, não se consegue ter uma definição ou conceito universal. Alguns autores defendem a teoria de que todas as pessoas tem um plano para sua vida e a qualidade de vida seria a diferença entre as esperanças e expectativas do indivíduo e a realidade presente; quanto menor esta diferença, melhor a qualidade de vida4. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Essa definição, inclui seis domínios principais: saúde física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambientais e padrão espiritual5.
No Brasil, ainda são poucos os trabalhos relacionando qualidade de vida e lesão medular. No entanto avaliar a qualidade de vida é de grande importância para essas pessoas. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é estudar a qualidade de vida das pessoas paraplégicas, através do "The MOS 36-item Short-Form Health Survey" (SF-36), que é um instrumento genérico de avaliação, ou seja, seus conceitos não são específicos para uma determinada idade, doença ou grupo de tratamento6,7. O SF-36 é um questionário genérico multidimensional, formado por 36 itens, englobados em oito domínios: (1) capacidade funcional, (2) aspectos físicos, (3) dor, (4) estado geral de saúde, (5) vitalidade, (6) aspectos sociais, (7) aspectos emocionais e (8) saúde mental. O SF-36 representa o conceito de saúde que os autores acreditam ser o mais freqüentemente utilizado nas pesquisas em saúde7. Dentre os domínios descritos, os aspectos sociais são um dos mais importantes, visto que através dele é possível avaliar o contexto da qualidade de vida no quesito reinserção do portador de lesão medular à sociedade.
(1)Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza CE, Brasil (UFC)
(2)Enfermeira, Doutora em Enfermagem, UFC
(3)Bioestatístico, Doutor em Saúde Pública, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza CE, Brasil (UECE)Fonte: Arquivos de Neuro-Psiquiatria. vol.64 no.2b São Paulo June 2006.
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