sábado, 21 de novembro de 2009

Afastados dos Jogos Paraolímpicos desde 2000, os atletas com deficiência mental se animam com a volta em Pequim, em 2008

Afastados dos Jogos Paraolímpicos desde 2000, os atletas com deficiência mental se animam com a volta em Pequim, em 2008

O tatame instalado em casa sempre foi o lugar preferido de Breno Viola, 24 anos. Ele aprendeu os primeiros golpes de judô aos 3 anos, sob a orientação do pai e do irmão, ambos faixa-preta na modalidade. Não demorou muito para Viola começar a treinar em busca de um sonho: usar o quimono com a mesma faixa-preta do pai. Foi o que aconteceu em 2002, quando ele se tornou o primeiro brasileiro com síndrome de Down a chegar ao nível máximo do esporte.

Tanta determinação não pararia com a conquista da faixa-preta. O judoca queria participar de campeonatos, assim como os colegas do Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro. "O treinador dele pesquisou torneios de pessoas com deficiência e achou um em Londres", lembra a mãe, Suely. Patrocinado pela prefeitura, Viola embarcou para a Inglaterra e sagrou-se campeão mundial no torneio Judô For All, um evento que inclui atletas com deficiência mental.

Breno Viola agora também pode sonhar com a participação em uma Paraolimpíadas. É que no dia 25 de novembro de 2004, o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) aprovou moção que autoriza o retorno de atletas com deficiência mental aos jogos.

A denúncia de uma fraude levou o IPC a suspender a participação de deficientes mentais após as Paraolimpíadas de Sydney, em 2000. Na época, um jornalista infiltrou-se na equipe de basquete da Espanha e constatou a participação de pessoas sem deficiência mental entre os atletas - inclusive ele próprio conseguiu competir.

"Após os fatos lamentáveis de Sydney, os deficientes mentais têm sofrido toda sorte de restrições para participar de eventos esportivos", afirma o presidente da Associação Regional de Desportos de Deficientes Mentais (Ardem) de São Paulo, Adilson Santos. O fato estimulou uma discussão sobre a eficiência da classificação dos atletas para participação nos jogos. Segundo Pereira, no Brasil a deficiência é atestada por profissionais da área de saúde, educação e esporte, segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os pais e os dirigentes das entidades pelas quais participam os atletas também precisam assinar declaração nesse sentido. O material é encaminhado para o Comitê de Elegibilidade da ABDEM, que envia a documentação para a Federação Internacional de Esportes para Pessoas com Deficiência Mental (INAS-FID). Somente após esse processo é que o atleta recebe uma carteirinha que permite a sua participação em eventos esportivos para deficientes mentais.

Na última assembléia geral do ICP, realizada em Cairo, Egito, foi aprovada a moção que permitiu o retorno dos atletas deficientes mentais às Paraolimpíadas. Por considerar que o INAS-FID não propõe homogeneidade para a classificação segura desses atletas, a moção aponta o próprio IPC como responsável pelo processo de elegibilidade e de verificação dos atletas. Contudo, essa inclusão acontecerá de forma progressiva, à medida que cada uma das modalidades possa ser testada.

O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) Vital Severino Neto e o secretário-geral Andrew Parsons estiveram presentes à assembléia. Para Parsons, a moção não beneficiaria os atletas, uma vez que a participação dos deficientes mentais estaria condicionada às ações do ICP e não ficou estabelecido um prazo para esse retorno. Assim, o CPB votou contra a moção em 2004.

Na mesma assembléia, uma outra moção foi colocada em votação, desta vez sugerindo a exclusão do INAS-FID como filiado ao IPC. A moção foi rejeitada pela maioria, mas o CPB votou a favor dela. Após a divulgação do resultado da assembléia, a Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais (ABDEM) aprovou um manifesto de desagravo aos votos do presidente do CPB. "Não concordamos com a atitude do CPB, por entender que foi discriminatória", afirma Adilson Pereira. "O resultado da assembléia foi benéfico para os atletas. Acreditamos que eles poderão participar em algumas modalidades já na Paraolimpíadas de Pequim.”

Apenas duas instituições organizam jogos oficiais entre deficientes mentais em nível internacional, o INAS-FID, representado no Brasil pela ABDEM, e a Special Olympics. O primeiro evento da Special Olympics Brasil ocorreu em 2003, em Nova Iguaçu (RJ), quando foi selecionada uma equipe de hóquei para representar o Brasil nos Jogos Mundiais de Inverno.

Fonte: Sentidos
Abril/2008
Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis

IPC Decides on Participation of Athletes with Intellectual Disability

BOAS NOVAS PARA OS DEFICIENTES MENTAIS ( INTELECTUAIS)

Kuala Lumpur, Malaysia - During the International Paralympic Committee (IPC) General Assembly in Kuala Lumpur, Malaysia, the IPC membership today decided in favour of the re-inclusion of athletes with intellectual disability (ID athletes) in competitions, including the Paralympic Games.

Said IPC President Sir Philip Craven: "Today's achievement is the outcome of a unique and excellent co-operation between sports governance and the scientific community. I want to thank all parties involved, especially the scientists, for their contribution and commitment over the last two years".

"I wish all ID athletes the best of success in their attempt to set world class performances at future competitions," he continued.

This decision opens the participation of ID athletes in Paralympic Sport in a two-step process. At first, the procedure of classification will require the submission of the appropriate medical files to the INAS-FID International Eligibility Committee for review. Once an application is approved by this Committee, INAS-FID will issue a letter to the athlete stating the athlete is found 'eligible' and is allowed to proceed to the next step of the classification process. The athlete then will proceed to on-site testing by a classification panel, appointed by the International Federation which governs that sport. The on-site testing will focus on 'sports intelligence', and will include tests relevant to that particular sport.

Test scores will be evaluated against sport-specific minimal disability scores and the athlete will be allocated the sport class that applies to ID athletes in a particular sport.

As of this autumn, no sport-specific minimal disability scores are available yet. This requires the full analysis of all data collected from the 2009 INAS-FID Global Games and other competitions, and it is expected that criteria will be made available mid 2010.

It is guaranteed that the ID Athlete Classification System is developed in accordance with the IPC Classification Code, has an evidence-based methodology, and thus strengthens the decisions on the right for ID athletes to be included in a particular sport.

As a consequence, ID athletes will from now on be eligible to compete at the discretion of the International Federation being operationally ready with the classification system. Paralympic sports that target the inclusion of ID athletes in future competitions, should extend their classification system on the basis of the above mentioned model.

The President of INAS-FID, Bob Price, said: "Naturally, I am delighted with the outcome of the vote. Even though they themselves did nothing wrong, for nine years since Sydney 2000, ID athletes have been excluded from the Paralympic Games and other IPC sanctioned competitions".

"This resolution brings this unfortunate episode to an end and re-introduces ID athletes to their proper place within the Paralympic Family. I am hugely grateful to the Joint Working Group and its associated research teams and I look forward to seeing ID athletes competing on the world's stage in London in 2012," Mr. Price commented.

The decision on the events to be included in a competition will be made in accordance with the set forth provisions. This is for the determination of that competition's medal events and the respective qualification criteria, which is no different than any other event for any athlete. The inclusion of ID athletes will not reduce the number of athletes from other classes in events at the London 2012 Paralympic Games.

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Notes to the Editor:

The International Paralympic Committee (IPC) is the global governing body of the Paralympic Movement. The IPC organizes the Summer and Winter Paralympic Games, and serves as the International Federation for nine sports, for which it supervises and co-ordinates the World Championships and other competitions. The IPC is committed to enabling Paralympic athletes to achieve sporting excellence and to developing sport opportunities for all persons with a disability from the beginner to elite level. In addition, the IPC aims to promote the Paralympic values, which include courage, determination, inspiration and equality.

Founded on 22 September 1989, the IPC is an international non-profit organization formed and run by 162 National Paralympic Committees (NPCs) from five regions and four disability specific international sports federations (IOSDs). The IPC Headquarters and its management team are located in Bonn, Germany.

For further information, please contact Steffi Klein, IPC Media and Communication Senior Manager, on tel: +49-170-3899982, e-mail: steffi.klein@paralympic.org or go to www.paralympic.org.

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