sábado, 26 de dezembro de 2009

O amor que supera preconceitos - Partes 1 e 2




Relacionamentos afetivos e sexuais de pessoas com deficiência se tornam cada vez mais comuns

Existe uma compreensão distorcida de que as pessoas com deficiência têm déficit em todas as áreas.

Isso é um erro. Qualquer que seja a deficiência, a pessoa tem a diversidade nesta área específica, sem afetar as demais.

A sexualidade é parte da vida de todos, deficientes ou não”, afirma a psicóloga e coordenadora do Centro Integral de Atenção ao Deficiente (Ciad) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Rita Khater.

“O universo erótico, chamado de libido na psicanálise, é que impulsiona a vida, o desejo que nos movimenta, a energia presente em todos os seres, o que inclui as pessoas com deficiências”, reforça a psicanalista e pesquisadora em sexualidade da Universidade São Paulo (USP) Maria Alves de Toledo Bruns.

As especialistas destacam que, muitas vezes, o problema começa na família, que, no impulso de proteger, acaba sufocando o deficiente, impedindo que ele tenha uma vida mais completa. “A sociedade não está preparada para aceitar as diferenças. O estranhamento perpassa tudo que é fora do esquema estabelecido, do paradigma da perfeição”, analisa Maria Bruns.

Para Rita Khater, o modo de lidar com a sexualidade varia conforme a deficiência. “Mas ela é algo presente, não fica amputada nos deficientes”, afirma. Segundo Rita, a representação social do deficiente, “uma forma politicamente correta de designar preconceito”, diminui também suas outras funções. “Há um entendimento equivocado de que o cego é pouco inteligente, o cadeirante e o deficiente mental são incapazes de sentimentos e por aí vai. Há que determinar onde está o déficit. As outras áreas da pessoa com deficiência estão preservadas. A sexualidade é parte do aspecto humano”, destaca Rita.

A psicóloga explica que, dependendo da deficiência, a pessoa pode ter a sensibilidade reduzida, mas todos preservam e desenvolvem formas próprias de trabalhar a sexualidade. O problema, afirmam as duas especialistas, é a generalização, é achar que o deficiente tem déficit geral, não pode trabalhar, não pode namorar, não pode ter vida social. Para elas, isso não passa de puro preconceito.

FRASE
“É difícil para a sociedade entender que a pessoa com deficiência tem os mesmos desejos e necessidades. Há alguém de fato plenamente resolvido com sua sexualidade? Pode-se pensar em manifestação ideal da sexualidade? O fundamental é evitar a padronização.” (EDUARDO CAMARGO BUENO Psicólogo e apoiador de Saúde Mental da Secretaria de Saúde)

Fonte: Correio Popular de Campinas (06/12/09)

Veja também nesse blog:
O amor que supera preconceitos - Parte 2

Acesse aqui e veja outras matérias sobre Sexualidade e a Pessoa com Deficiência EM: http://deficienteciente.blogspot.com/search/label/Relacionamento%20e%20Comportamento



O amor que supera preconceitos - Parte 2

Um comentário:

Unknown disse...

Educação Especial e Sistema Jurídico Brasileiro
Uma análise da legislação brasileira para a Educação Inclusiva
Autor: Rosana Cristine de Limas Felipe
Descrição :
A educação especial no Brasil ainda engatinha, apesar dos esforços de muitos profissionais. Após o esforço conjunto de várias pessoas ao redor do planeta ainda é possível perceber a discriminação e a falta de iniciativa do poder público para promover não somente a educação inclusiva mas para coibir todas as formas de discriminação existentes. Há ainda um longo caminho a percorrer. A proposta dessa obra é facilitar aos profissionais envolvidos com o tema a compreensão do sistema jurídico brasileiro voltado para a temática.
www.clubedosautores.com.br