Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
DICAS PARA UMA BOA EDUCAÇÃO - 13 SITUAÇÕES
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O que fazer quando os conflitos familiares se convertem numa constante e explodem por qualquer motivo? Como assumir e expressar raiva, medo, frustração ou tristeza, sem ter a impressão de colocar em risco o amor e a confiança? Como formar e educar as crianças sem recorrer ao castigo físico?
Estratégias de educação positiva são aquelas formas educativas que não utilizam a violência física e psicológica e que promovem o desenvolvimento físico, emocional e social dos filhos de forma saudável e participativa.
Educar não é nada fácil. Depois de um dia inteiro de problemas, mães e pais chegam em casa e precisam cuidar dos filhos. E as crianças querem atenção, nem sempre obedecem logo, pedem tudo. É muita pressão.
Nessa hora a palmada ou um tapinha de leve parecem uma boa idéia. Sem que a criança entenda direito, os mesmos pais que dão comida e beijinho de boa noite, de vez em quando aparecem com o chinelo na mão. Para não apanhar, as crianças passam a preferir a distância e o silêncio. Mentem para evitar brigas, escondem seus erros. Aos poucos, quase nada se resolve sem gritos ou ameaças. E o resultado disso é que as crianças, ao invés de respeitar os pais, ficam com medo deles.
Muitos pais apelam para a violência porque é comum acreditar que é a melhor forma de manter a autoridade e de proteger os filhos. Antigamente se achava que castigos físicos e humilhantes faziam parte da educação. Hoje, se sabe que não é bem assim. Existem formas carinhosas de educar que dão resultado. Reunimos aqui algumas dicas de educação que você pode aliar a estratégias específicas de educação positiva, para garantir ao seu filho um desenvolvimento pacífico, feliz e livre de violência.
1. Se acalme. Respire fundo antes de chamar a atenção do(a) seu(ua) filho(a). Evite discutir os problemas sob o efeito da raiva, pois dizemos coisas inadequadas para a aprendizagem das crianças, que as magoam tanto quanto nos magoariam se fossem dirigidas a nós!
2. Sempre tente conversar com as crianças, mantendo abertos os canais de comunicação. Entender porque algo está acontecendo ao conversar com a criança é o primeiro passo para juntos vocês encontrarem a solução!
3. Mostre à criança o comportamento mais adequado dando o seu próprio exemplo. Beber suco diretamente da garrafa irá ensiná-lo que esse é um comportamento adequado. Assim como falar mal das pessoas depois de encontrá-las. Seu filho aprenderá muito mais com o seu exemplo do que com o que você diz a ele sobre o que é certo ou errado.
Isso vale também para os pequenos atos de higiene do cotidiano: escovar os dentes, lavar as mãos antes de comer, etc. É mais fácil para a criança criar e manter essa rotina se você também a realiza.
4. Jamais recorra a tapas, insultos ou palavrões. Como adultos não queremos ser tratados assim quando cometemos um erro... Então não devemos agir assim com nossos filhos! Devemos tratá-los da maneira respeitosa como esperamos ser tratados por nossos colegas, amigos ou pessoas da família, quando nos equivocamos. As crianças são seres humanos como nós!
5. Não deixe que a raiva ou o stress que acumulou por outras razões se manifestem nas discussões com seus filhos. Seja justo e não espere que as crianças se responsabilizem por coisas que não lhes dizem respeito.
6. Converse sentado, somente com os envolvidos na discussão. Isso contribui para uma melhor comunicação. Mantenha um tom de voz baixo e calmo, segure as mãos enquanto conversam - o contato físico afetuoso ajuda a gerar maior confiança entre pais e filhos e acalma as crianças.
7. Considere sempre as opiniões e idéias dos (as) seus (as) filhos(as). Afinal muitas vezes suas explicações pelo ocorrido não são nem escutadas. Tome decisões junto com eles para resolver o problema, comprometendo-os com os resultados esperados. Se o acordo funcionar, dê parabéns. Se não funcionar, avaliem juntos o que aconteceu para melhorar da próxima vez.
8. Valorize e faça observações sobre os aspectos positivos do comportamento deles (as). Elogios sobre bom comportamento nunca são demais! Cuidado para não atacar a integridade física ou emocional da criança fazendo com que ela sinta que jamais poderá atender suas expectativas!
Ela colocou a roupa suja no cesto de roupas? Elogie. Assim como o desenho que a criança fez, o fato dela ter conseguido colocar a calça sozinha, o fato dela contar uma história para você ou colocar algo no lugar que você pediu.
9. Busque expressar de forma clara quais são os comportamentos que não gosta e te aborrecem. Explique o motivo de suas decisões e ajude-os a entendê-las e cumpri-las. As regras precisam ser claras e coerentes para que as crianças possam interiorizá-las!
10. "Prevenir é melhor que remediar, sempre”. Gerar espaços de diálogo com as crianças desde pequenos colabora para que dúvidas e problemas sejam solucionados antes do conflito. Integrá-las nas atividades do dia-a-dia evita que tentem chamar a atenção por outros meios.
Você precisa fazer compras e terá que levar com você seu filho pequeno. Você pode deixá-lo ajudar nas compras; conversar com ele sobre o que está comprando – peça-lhe para falar o que ele acha de um determinado produto; se for uma criança mais velha, ela pode ter maior mobilidade e ir pegar outros produtos enquanto você está em outro setor do supermercado.
11. Se sentir que errou e se arrependeu, peça desculpas às crianças. Elas aprendem mais com os exemplos que vivenciam do que com os nossos discursos!
12. Procure compreender a criança e saber o que esperar dela na fase desenvolvimento em que ela se encontra.
Uma criança de 1 ano e meio já consegue se alimentar sozinha e este é um comportamento que deveria ser estimulado pelos pais e/ ou cuidadores. Mas eles devem ter paciência e, ao invés de se irritarem com a “lambança” que a criança irá fazer, estimulá-la a se alimentar por conta própria. Colocar um plástico ou jornais embaixo da cadeira que a criança está comendo torna mais fácil limpar o local depois da refeição.
13. Deixe as conseqüências naturais do comportamento inadequado acontecerem ou aplique conseqüências lógicas.
Conseqüência natural: a criança está brincando de maneira violenta com seus brinquedos. Você a avisa que ele pode se quebrar, mas ela continua a brincar da mesma maneira até que ele finalmente se quebra. Logo em seguida ela pede para você comprar outro. Neste momento, você deve relembrá-la do aviso que lhe foi oferecido e negociar com ela esta nova compra.
Conseqüência lógica: a criança não cumpre com o que foi acordado com os pais sobre xingar os irmãos. Ela, então, ficará no “cantinho do castigo” o tempo adequado para a sua idade.
Importante: conseqüências são diferentes de punições. Estas últimas machucam as crianças, fisicamente e emocionalmente deixando-as com raiva, inseguras e tristes. As conseqüências ensinam. Essa estratégia, no entanto, não deve ser usada quando significar submeter a criança a situação de perigo.
Fonte: Não Bata. Eduque.
Postado por Simone (Little Owl) às 11:01:00
índice: Biblioteca Virtual, Campanhas, Comportamento Infantil, Cuidados com os filhos, Dicas Úteis, importante, ONGs, Violência Contra à Criança
23/09/2009
CARTA ABERTA
Por direitos humanos iguais e contra toda forma de violência e, em especial, contra a violação do direito à dignidade humana, à integridade física e psicológica de crianças e adolescentes brasileiros
A Rede Não Bata, Eduque! (RNBE), constituída por instituições e pessoas físicas, que atua como movimento social se dirige à sociedade brasileira para convocá-la a repudiar de forma clara e incondicional qualquer forma de violação do direito à dignidade humana e da integridade física de crianças e adolescentes e para apoiar a aprovação de Projeto de Lei que proíbe o castigo físico e o tratamento humilhante contra crianças e adolescentes.
1. Punições corporais e tratamento humilhante contra crianças e adolescentes - como tapas, beliscões, socos, chineladas, xingamentos e ameaças - são práticas habituais em quase todas as sociedades. Encarados como ferramentas essenciais para a disciplina, estes castigos, que variam em intensidade, estão presentes em muitas casas, escolas e instituições. Embora para o senso comum essa “pedagogia” seja simplesmente um instrumento corretivo (ou preventivo), ela encerra um problema muito maior que a banalização do uso da violência: ensina a criança que a violência é uma maneira plausível e aceitável de solucionar conflitos e diferenças, principalmente quando uma das pessoas está em posição de vantagem física ou simbólica sobre outra.
2. O castigo físico e humilhante1 imposto à infância gera reflexos negativos ao longo de toda a vida. Ademais, constitui uma violação aos Direitos Humanos fundamentais porque atenta contra a integridade física e a dignidade humana. Nada pode justificar o uso de formas de disciplina que sejam violentas, cruéis ou degradantes na educação de crianças e adolescentes. Bater, esbofetear ou xingar uma criança é tão ilegal quanto fazê-lo a um adulto e isso requerer o mesmo tratamento perante a lei. Considerar a criança em lugar de igual proteção previne essa modalidade de violência.
3. A sociedade brasileira reconhece a normativas legais internacionais e nacionais que constituem avanços na proteção dos direitos de crianças e adolescentes: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição Federal, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Entretanto, precisa superar a prática cultural que prevalece pautada numa história de relação de poder e opressão que considerou crianças e adolescentes como seres incapazes, propriedade e objeto de preocupação de seus pais ou responsáveis. Por isso, diariamente são noticiados episódios graves de violência contra crianças e adolescentes perpetradas por principais cuidadores.
4. É dever do Estado desenhar e executar políticas integrais que garantam todos os direitos - civis, políticos, econômicos, sociais e culturais de todas a crianças e adolescentes. É imprescindível a instalação e desenvolvimento de sistemas de proteção que envolvam todos os níveis de governo – considerando a integralidade e interdependência entre eles. Em sua ação pública, todos os poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário nos níveis federal, estadual e municipal - deverão estar atualizados com a premissa da prioridade absoluta a crianças e adolescentes, atuando de forma compartilhada e em cooperação com a sociedade civil.
5. A causa da erradicação dos castigos físicos e humilhantes contra crianças e adolescentes no meio familiar, escolar ou comunitário é matéria de absoluta prioridade e deve ser incluída na agenda nacional, garantindo os princípios do melhor interesse da criança definido na Convenção sobre os Direitos da Criança.
6. Esse movimento, em consonância com os princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança considera a família um locus fundamental para a representação da saúde social de uma nação – um espaço privilegiado para o crescimento e desenvolvimento do bem estar de todos os seus integrantes. O Estado precisa respeitar e apoiar as famílias para o cumprimento desse papel, o que não conflita com sua obrigação de zelar pela dignidade humana e pela integridade física das crianças e adolescentes que deverão receber proteção igual aos demais integrantes dessa família.
7. O direito à liberdade de crenças religiosas é consagrado nas normativas legais internacionais, bem como na Constituição brasileira; porém, o exercício da prática ou crença religiosa deve ser compatível com o principio da dignidade humana e a integridade física de todos os membros da sociedade e nada pode sobrepor-se a esse direito inalienável de todos os cidadãos, sejam eles adultos ou crianças.
8. Mais que necessário, é urgente atualizar o marco jurídico brasileiro em relação à proibição dos castigos físicos e tratamento humilhante e elaborar políticas públicas e normas legais que protejam integralmente os direitos de crianças e adolescentes. Também é preciso criar, ou melhorar as políticas públicas de apoio às famílias para que possam exercer com qualidade a educação de seus filhos vistos como indivíduos e titulares de direitos humanos, considerando seu estágio peculiar de desenvolvimento.
9. Essa carta é uma convocação ao governo e sociedade brasileira pela aprovação de um Projeto de Lei que proíba o castigo físico e humilhante contra crianças e adolescentes e garanta uma política nacional de enfrentamento dessa questão. Acreditamos na possibilidade de uma relação familiar harmoniosa que respeite o direito das crianças à integridade física e psicológica e ao seu pleno desenvolvimento como seres humanos e cidadãs. Para tanto, é preciso adotar um modelo de educação familiar e institucional positiva não-violenta e priorizar a promoção de crianças não violentas e participantes. Dessa maneira, reafirmamos nosso compromisso ético-político pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
1 Castigo físico e humilhante é uma forma de violência aplicada por uma pessoa adulta com a intenção de disciplinar para corrigir ou modificar uma conduta indesejável. É o uso da força causando dor física ou emocional à criança ou adolescente agredido. É uma forma de violência contra a criança e uma violação de seu direito
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