sábado, 26 de dezembro de 2009

Implante lê a mente e converte em fala



Um derrame impede os sinais cerebrais de chegar aos motoneurônios da fala. O eletrodo contorna o problema enviando os sinais a um receptor FM ligado a um sintetizador de voz.

O Sistema Neuralynx está sendo desenvolvido por uma equipe de cientistas liderada pelo professor Frank Guenther da Universidade de Boston. Se trata de um novo e revolucionário dispositivo que lê pensamentos de uma pessoa e pode transformá-los em um discurso breve. O implante poderá mudar a vida de pacientes paralisados do mundo todo

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Os usuários terão simplesmente de pensar o que querem dizer e um sintetizador de voz traduz os pensamentos em fala quase que instantaneamente.

Os estudiosos testaram o dispositivo em um paciente que sofre de "síndrome do encarceramento", após um acidente vascular cerebral que interrompeu o envio de sinais neurais de seu cérebro para o resto do seu corpo.

Essa síndrome é uma condição rara na qual a pessoa está consciente e acordada, todavia não pode se mover ou se comunicar devido a uma paralisia total de quase todos os músculos voluntários do corpo, exceto os olhos.

A um voluntário de 26 anos foi solicitado que ele pensasse em uma série de sons vocálicos básicos. Usando o novo sistema, os pesquisadores foram capazes de traduzi-los essas e torná-los audíveis em apenas uma fração de segundo.

A acurácia do processo de tradução evoluía a cada sessão de treinos, subindo de 45 por cento até atingir 89 por cento.

A experiência iniciou-se há três anos atrás quando os cientistas implantaram um eletrodo no cérebro do voluntário na fronteira da regiões do cérebro que governam a falam e o movimento. Quatro meses após o implante, neuritos cresceram no eletrodo e começaram a produzir sinais neurais.

Quando foi solicitado ao paciente que pensasse em diferentes sons de vogais o eletrodo agiu para amplificar e converter sinais de seu pensamento em ondas de rádio FM, as quais foram enviadas sem fio a um receptor posicionado na cabeça do paciente. A partir dele, os sinais foram enviados a um sistema de gravação especial que os converteu em sinais digitais que foram decodificados por dois programas de computador. Esses softwares acabaram por transformar os sinais em sons.

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Vale salientar que o processo todo leva apenas 50 milissegundos, o que significa que na prática ele funciona em tempo-real. Muito superior em termos de velocidade ao método usado pelo Professor Stephen Hawking, por exemplo.

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Os resultados do nosso estudo mostram que em uma interface cérebro-máquina o usuário pode controlar a saída do som diretamente, ao invés de ter que usar um processo relativamente lento de digitação.
Professor Frank Guenther


Professor Guenther relatou que próximo passo será desenvolver um sintetizador capaz de reproduzir consoantes tão bem quanto as vogais.

Estamos trabalhando no hardware que irá aumentar o número de neurônios que são gravados. Esperamos tocar em pelo menos 10 vezes mais neurônios no próximo implante receptor, que deverá levar a uma melhoria dramática no desempenho
Professor Frank Guenther


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