domingo, 21 de outubro de 2012

Criatividade e doença mental estão relacionadas



Cientistas e artistas têm um historial familiar de doença mental maior que o resto da população, diz estudo sueco.

20 Outubro 2012, às 18:08
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John Forbes Nash, matemático norte-americano galardoado e cuja vida foi retratada no filme 'Uma Mente Brilhante', com Russell Crowe. Foi-lhe diagnosticada esquizofrenia quando era ainda estudante.
As pessoas com profissões criativas são tratadas mais frequentemente por problemas relacionados com a saúde mental, divulgaram os cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, autores de um dos maiores e mais extensos estudos sobre o tema.
A equipa analisou 1.2 milhões de pessoas, pacientes com doença mental e seus familiares, e chegou a conclusões extraordinárias.
Descobriram que o distúrbio bipolar é mais frequente entre escritores, bailarinos, fotógrafos e investigadores. Os escritores têm, ainda, uma propensão maior para a esquizofrenia, depressão, síndrome de ansiedade e abuso de substâncias, bem como um risco 50% mais elevado de cometer suicídio do que o resto da população.
O ano passado, a equipa do Karolinska já tinha apurado que cientistas e artistas proveem mais frequentemente de famílias com historial de doença bipolar e esquizofrenia do que o resto da população. Este ano, concluíram que também se encontram mais familiares de profissionais criativos com anorexia nervosa e até autismo (ainda que numa proporção bem mais pequena), depois de decidirem estender a pesquisa a outras patologias mentais.
Simon Kyaga, consultor em Psiquiatria e membro do Departamento de Epidemiologia Médica e Bioestatística, afirmou que estes resultados vão levar a um novo olhar sobre as doenças mentais. “Se o encararmos pela perspetiva de que certos fenómenos associados com doença mental são benéficos, abrimos caminho a uma nova visão sobre o tratamento. Nesse caso, médico e paciente vão ter que chegar a um consenso sobre o que há a ser tratado e a que custo. Na Psiquiatria e Medicina há, em geral, a tradição de ver a doença a ‘preto e branco’ e de tratar o paciente removendo tudo o que é considerado mórbido.” Ou seja: se a criatividade for importante para a vida, carreira e felicidade do doente, tratá-lo afetando negativamente a sua capacidade criativa, pode revelar-se pouco benéfico.
Palavras-chave do artigo
depressão, distúrbio bipolar, doenças mentais, estudo, Instituto Karolinska


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