A UTAD é a única universidade do país que proporciona a toda a população uma unidade de diagnóstico e tratamento da dislexia.
Esta unidade, criada em 2005 sob o pulso da professora de psicologia da UTAD, Ana Paula Vale, para além do tratamento da doença “faz também investigação”, refere a docente.
Foi a partir da investigação da doença que surgiu a necessidade da criação da unidade para o tratamento da dislexia. “Foi facto de essa investigação começar a ser conhecida, que algumas pessoas começaram a pedir que nós fizéssemos a avaliação e diagnóstico e acompanhássemos algumas crianças”, explica.
A professora salienta que antes da sua fundação não existia qualquer unidade a norte que respondesse às necessidades e que “mesmo hoje, a unidade de dislexia recebe famílias e crianças que vêm de Lisboa, de Portalegre, do Porto, da Guarda, de várias cidades do país”.
E mesmo face à conjetura económica que se o país atravessa, a unidade nunca teve tantos pedidos para efetuar diagnósticos. “Temos uma agenda tão cheia que já estamos a ter alguma dificuldade em responder aos diagnósticos”. Porém algumas famílias que se deslocam de outros pontos do país pediram para reduzir o número dos tratamentos, numa tentativa de salvaguardar o orçamento familiar pois não conseguem suportar os custos das deslocações.
Para a professora, ser distinguida pelo jornal “Ciência Hoje” com o prémio “Seeds of Science 2011” foi uma surpresa “e quando percebi o que era o prémio senti-me muito honrada”. Este prémio “ faz uma espécie de interligação entre a ciência e o público em geral” tornando-se uma mais-valia.
Apesar de todo o sucesso da unidade, esta sofre de diversos problemas. A psicóloga Ana Rita Silva destaca alguns. “ São espaços do ponto de vista acústico terríveis e são muito pouco controlados do ponto de vista da temperatura. São espaços que nós consideramos provisórios”.
Ana Paula Vale coordenou o primeiro estudo em Portugal sobre a prevalência da dislexia em crianças, concluindo que 5,4 por cento dos 1460 avaliados nos concelhos de Vila Real e Braga possuem dificuldade na área da leitura ou escrita.
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