domingo, 21 de outubro de 2012

HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS - TESE DE DOUTORADO


http://www.listasconfef.org.br/comunicacao/TESE_Decio.pdf

TESE DO PROFESSOR DÉCIO ROBERTO CALEGARI PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE DOUTOR EM EDUCAÇÃO FÍSICA.



CALEGARI, Décio Roberto. ADAPTAÇÃO DO HANDEBOL PARA A PRÁTICA EM
CADEIRA DE RODAS. 2010. Tese de Doutorado em Educação Física - Faculdade de Educação
Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.
RESUMO
Este estudo teve por objetivo estabelecer parâmetros que permitissem adaptar a prática do
Handebol para Cadeira de Rodas (HCR), desenvolvendo uma modalidade capaz de integrar
deficientes à vida social, tendo sido construído em três etapas distintas, porém complementares.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa histórica, que serviu de fundamento para a discussão dos
aspectos organizacionais da adaptação do Handebol para a prática em Cadeira de Rodas (HCR).

Na segunda etapa, fundamentadas na metodologia da pesquisa-ação foram realizadas observações
em competições e treinamentos para a identificação dos fundamentos técnicos e táticos do HCR.

A terceira etapa implicou na coleta de dados de desempenho em competição que permitiram
avaliar o volume de jogo dos atletas e classificá-los de acordo com seu nível de mobilidade,
utilizando-se estatística descritiva para análise dos dados. A proposta de adaptação das regras
possibilitou a criação de duas modalidades: o HCR7, que adapta as regras do Handebol de Salão
para o jogo em Cadeira de Rodas, priorizando a inclusão, e o HCR4, que adapta as regras do
Handebol de Areia, privilegiando a plasticidade do  jogo, tornando-o agradável e atraente para
público e mídia.

No âmbito dos fundamentos técnicos (capítulo 3) a principal alteração que se
observa é a necessidade de domínio do manejo da cadeira, elemento fundamental para o bom
desempenho no jogo, sendo possível ainda identificar os seguintes fundamentos técnicos: passe e
recepção, condução e controle da bola (inclusive fintas), lançamentos ou arremessos, bloqueio
ofensivo e bloqueio defensivo.

No que diz respeito aos elementos táticos (capítulo 4) do jogo de 
HCR7 as estratégias adotadas estão tomando por base as existentes no Handebol, com defesas 
individuais (quadra inteira, meia quadra, pressão e interceptação), por zona (3:3, 5:1, 4:2, 3:2:1 e 
6:0) e mistas (5+1, 4+2, 3+3). Já o desenvolvimento tático do HCR4 está sendo construído de 
forma original e como a quantidade de competições ainda é pequena não foi possível estabelecer 
estratégias táticas pré-definidas em relação a esta modalidade. Os jogos realizados permitem 
inferir que a liberação para qualquer atleta de quadra ser o goleiro amplia sobremaneira as 
alternativas táticas do jogo.

A Classificação Funcional (capítulo 5), elemento democratizador da
prática esportiva para deficientes, tem por objetivo equilibrar as condições de competitividade
entre equipes de deficientes, possibilitando tornar elegíveis para a prática de esportes em cadeira
de rodas deficientes que não são obrigados a permanecer na cadeira o tempo todo (amputados,
sequelados de poliomielite, entre outros).

O capítulo 6 foi destinado à discussão da relação entre fundamentos técnicos e táticos e desempenho em competição, levando em consideração a classificação funcional. Um instrumento de coleta de dados – scout – foi criado e permitiu quantificar o desempenho dos atletas durante a disputa do 1º Campeonato Brasileiro de HCR, realizado em Toledo/PR, no mês de agosto de 2009.

 O Handebol em Cadeira de Rodas vem se constituindo numa alternativa eficaz de prática desportiva para a pessoa com deficiência, principalmente por atender a um grupo que tem dificuldades para jogar basquete, porém não possui comprometimento suficiente para praticar o rúgbi, que somada à facilidade de aprendizagem transformam o Handebol em Cadeira de Rodas numa nova e atrativa opção de prática coletiva de Esporte Adaptado para pessoas com deficiência.

Palavras Chave: Educação Física, Atividade Física Adaptada, Esporte Adaptado; Handebol;
Deficiência Física, Treinamento.

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