domingo, 21 de outubro de 2012

Handebol em cadeira de rodas conquista novos atletas

Handebol em cadeira de rodas conquista novos atletas



No Brasil o handebol é um dos esportes mais populares e praticados, podendo ser adaptado por cadeirantes ainda que não tenha se tornado Paralímpico. A expectativa, no entanto, é que para 2016 a modalidade seja incluída assim como aconteceu com basquete em quatro rodas.

O handebol em cadeira de rodas tem suas regras bem parecidas com as do handebol convencional. As principais diferenças estão na utilização da cadeira de rodas pelos atletas e numa adaptação da trave, que é feita com a colocação de uma placa medindo 0,48 metros, e uma altura reduzida de 1,52 metros, possibilitando assim que o goleiro seja capaz de realizar defesas em sua cadeira de rodas.

De acordo com a atual técnica da Seleção Brasileira Feminina de Handebol em Cadeira de Rodas, Priscila Samora Godoy, a modalidade tem tido um crescimento expressivo, em especial, no número de equipes participantes nos campeonatos. “Este crescimento não se dá apenas de forma quantitativa, mas também qualitativa, aumentando assim o nível da competição”, diz Priscila, que também é técnica responsável pela equipe masculina e feminina do HCR da Unicamp/Adeacamp (Associação de Esportes Adaptados de Campinas). “Espera-se que haja mais equipes ainda nas próximas competições e que a modalidade chegue a ser paralímpica em breve”, completa.

A modalidade adaptada a treinamento de pessoas com deficiência física é responsável por trazer benefícios como promoção da saúde, independência, prevenção de possíveis complicações, melhora da qualidade de vida e maior convívio social. “A meu ver o esporte na vida dessas pessoas tem principalmente o papel de modificar a visão da sociedade sobre eles, tirando a ideia de pessoa com deficiência e tornando-os Eficientes”, revela Priscila.

Com tanta motivação e trabalho duro para conquistar o espaço e oferecer qualidade de vida para os atletas do handebol em quatro rodas, a técnica da Seleção Brasileira não deixa de revelar as dificuldades:“A principal dificuldade é fazer a pessoa com deficiência sair de casa e chegar aos treinos. Quando esta possui o conhecimento sobre a modalidade e os locais onde é desenvolvida, todas as dificuldades tornam-se pequenas, porém enriquecedoras. É uma descoberta a cada dia, o deficiente passa a ser atleta e a superação é diária em todas as funções que ele exerce”.


Legenda: Técnica Priscila Godoi e sua atletas - Crédito: Arquivo pessoal

Origem do handebol em quatro rodas
Seu início de forma competitiva se deu no ano de 2005, por meio do Projeto AMA- Atividades Motoras Adaptadas, uma extensão universitária da Universidade Paranaense-Unipar, no campus de Toledo/PR, de iniciativa dos professores José Irineu Gorla, Décio Roberto Calegari e Ricardo Alexandre Carminato.

Regras do handebol em cadeiras de roda
 Segundo a técnica da Seleção Brasileira, Priscila Samora Godoy, o jogo é disputado na forma do HCR4 que é uma adaptação do handebol de areia, no qual há a participação de quatro jogadores em uma quadra com dimensões de 28m x 15m. A partida é disputada em dois sets de 10 minutos com contagem de gols independentes e 5 minutos de intervalo entre os sets. Em caso de empate no set, o jogo é disputado do gol de ouro, ou seja, mesmo com o tempo acabado o jogo continua até uma das equipes fazer o gol primeiro e a que fizer é considerada vencedora daquele set. Em caso de empate entre sets, onde cada equipe ganha um deles, há a disputa de um terceiro com tempo de também 10 minutos. A outra forma de adaptação do handebol é o HCR 7, que foi uma adaptação do handebol de salão, no qual cada equipe tem sete jogadores em uma quadra medindo 40m x 20m e os jogos disputados são compostos por dois tempos de 30 minutos. O vencedor é dado no final do segundo tempo e é aquele que tiver feito maior número de gols.

A fim de tornar os jogos mais igualitários, tem-se o sistema de classificação funcional que é uma forma de classificar e pontuar os atletas de acordo com sua funcionalidade, levando em conta alguns aspectos físicos, como por exemplo, o grau de força muscular do atleta. Feita a avaliação do atleta ele recebe uma pontuação e esta pode ser 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 e 5,0, na qual o atleta 0,5 é o que possui maior comprometimento nas suas funções corporais e o atleta com pontuação 5,0 é considerado menos comprometido. Essa pontuação será utilizada para delimitar os atletas que podem estar ao mesmo tempo em quadra através de um sistema que permite que no HCR7 a soma dos sete jogadores em quadra não ultrapasse 18 pontos. Já no HCR4, quando este é disputado na categoria A, a pontuação não deve ultrapassar 14 pontos e na categoria B a soma dos atletas em quadra não pode ultrapassar 7 pontos, sendo que o atleta com maior pontuação em quadra não pode ultrapassar a pontuação de 2,5.

fonte: http://www.livresportes.com.br/reportagem/handebol-em-cadeira-de-rodas-conquista-novos-atletas

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