domingo, 9 de maio de 2010

Escaras: um pesadelo no cotidiano das pessoas portadoras de deficiência motora - Parte 4


O especialista em enfermagem Wiliam César Alves Machado* finaliza seu artigo comentando a respeito do curativo de escaras. Vejam o texto abaixo:

Curativos de escaras
Técnica

1. Lavar as mãos em água corrente.
2. Usar detergente anti-séptico e/ou sabão neutro.
3. Calçar par ou mão de luva de procedimento (dependendo do aspecto da lesão).
4. Usar éter ou benzina para remover o adesivo do curativo "velho", tomando cuidado para soltar os pelos aderidos ao adesivo e observar reações alérgicas.
5. Limpar a área ao redor da ferida com gaze embebida em soro fisiológico ou água fervida, fazendo movimentos no sentido de dentro para fora (descartar gaze após uso).
6. ATENÇÃO: Nunca fazer movimento no sentido de fora para dentro da ferida, pois irá contaminar ainda mais e comprometer o processo de cicatrização.
7. Fazer anti-sepsia da ferida com bolas de algodão embebidas em álcool iodado e/ou PVPI (POVIDINE tópico).
8. Com outra gaze seca, remova com movimentos suaves os restos de tecido morto (necrosado) e as secreções (pus).
9. Aplique quantidade do medicamento indicado, no caso de creme ou pomadas, procure encher a ferida até a metade (nós, particularmente, preferimos optar pela urinoterapia pelas suas inúmeras vantagens). Confira no artigo URINOTERAPIA e ESCARAS de nosso site.
10. Cubra o ferimento com camadas de gaze e/ou gaze em compressa do tipo coxim, como medida de conforto e preventiva de possíveis atritos, fricções, etc.
11. A fixação do curativo deve ser com adesivo antialérgico, pegando bem na borda da gaze em compressa para deixar o ferimento o mais arejado possível.
12. Trocar o curativo sempre que necessário (na dependência da drenagem de secreção, após banho, incontinências, etc.) - avaliando cada caso em suas características especiais.
13. Procurar deixar a pessoa bem acomodada e confortável, evitando posição que comprima a área da lesão.
14. Fazer e/ou orientar sobre a importância das mudanças de decúbitos como medidas preventivas de complicações das escaras existentes, além do potencial para o surgimento de outras.
15. Retire a luva e lave as mãos.


Avaliação

1. Observar sistematicamente o aspecto externo do curativo quando das mudanças de decúbitos.
2. Em face da presença excessiva de secreção purulenta e/ou sero-sanguinolenta, proceder à troca do curativo, independentemente de se estar com esquema de horário preestabelecido para as trocas.
3. Atentar para o aspecto geral da ferida, em especial para o surgimento de uma espécie de camada de tom vermelho e aparência esponjosa em granulação, típicas de respostas favoráveis ao processo de cicatrização, evitando, portanto, tentar remover nos procedimentos de limpeza da área.
4. Caso o procedimento esteja sendo feito em domicilio, solicitar orientação de um enfermeiro ou médico acerca da evolução do quadro.

Fonte: http://www.marimar.com.br/

* Sobre o autor: Especialista em Administração Hospitalar - PUC-RIO; Mestre em Enfermagem de Saúde Pública - EEAP - UNIRIO; Doutor em Enfermagem - EEAN - UFRJ; Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da EEAP - UNIRIO; Professor da Faculdade de Enfermagem de Juiz de Fora - UNIPAC.

Leia mais: http://www.deficienteciente.com.br/2009/10/escaras-um-pesadelo-no-cotidiano-das_22.html#ixzz0nSq0hDuu
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Um comentário:

LE LIMA disse...

sou cuidadora de idosos e venho agradecer as dicas foram super bem vindas, tenho uma paciente que está sofrendo c escaras,mas tenho certeza de que terá melhoras obrigada, LETICIA LIMA