Resumo
Este estudo objetivou analisar a percepção dos idosos participantes da Academia da Melhor Idade (AMI) de Joinville, SC, quanto aos motivos de ingresso e permanência, nível de atividade física (NAF) e serviços prestados. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo. Participaram 255 idosos, ambos os sexos, frequentadores de 17 AMIs. Os instrumentos utilizados foram: ficha diagnóstica, entrevista semiestruturada sobre motivos; satisfação e sugestões. Aplicou-se o IPAQ, adaptado para idosos, para avaliar o NAF. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva, para variáveis categóricas o Teste Qui-Quadrado e para variáveis numéricas o Teste Kruskal-Wallis. Para a associação das variáveis e o NAF utilizou-se Regressão logística. A maioria dos sujeitos é mulher (62,7%), média de idade 67,75(6,28) anos, 47,2% considera sua saúde boa, porém 72,2% possui alguma doença, destacando a hipertensão arterial (47,5%). Dos idosos, 82,3% estão satisfeitos com os serviços prestados e 55,3% com a infraestrutura. Metade ingressou para melhorar a saúde e 57,3% permanece por sentir-se bem. Cerca de 60% sugeriu ampliação do horário de atendimento, 27,1% sugeriu melhorar a limpeza da praça e 24,7% a instalação de coberturas. A maioria (84,7%) classificou-se como suficientemente ativa. Não houve associação entre dados sociodemográficos e NAF e entre a percepção de saúde e NAF. Observou-se associação entre “dores lombares” e NAF e entre NAF e “estado de saúde dificultar a prática de atividade física” (AF). Não houve associação entre a satisfação dos idosos com os serviços prestados e infraestrutura com o NAF. O mesmo ocorreu entre motivos de ingresso e NAF. Observou-se associação entre o motivo “permanecer na AMI pela saúde” e NAF. Sugestões para aperfeiçoar os serviços prestados não associaram-se ao NAF. Houve associação entre NAF e sugestão “instalação de cobertura”. Na análise bruta da regressão logística observou-se que “não ingressar pelo motivado saúde” e considerar “o estado de saúde ruim” aumentam as chances dos idosos serem insuficientemente ativos. Na análise ajustada, “renda entre 2 e 3 salários mínimos” e “estado de saúde não dificultar a prática de AF” são fatores que diminuem as chances dos idosos serem insuficientemente ativos. O estudo da AMI revelou que esse público aderiu à novidade e interessa-se pelo aperfeiçoamento. As condições de saúde e o NAF dos idosos podem melhorar através destes programas, desde que ofereçam infraestrutura e atendimento apropriados. Considera-se o presente estudo um passo inicial em pesquisas relacionadas às academias em espaços públicos para idosos, visto que as ATIs crescem de forma acelerada, assim como o ingresso dos idosos nestas. A revisão de literatura aponta estudos relacionados a parques públicos, percepção do ambiente e AF. Entretanto em relação às ATIs, existem lacunas na literatura. Sugere-se que novos estudos sejam desenvolvidos tanto para avaliar as características, interesses e NAF dos idosos, como verificar o impacto dessas academias na saúde e qualidade de vida desse público.
Endereço: http://www.tede.udesc.br/
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