"Em primeiro lugar, eu sou". Este é o nome da exposição composta por 21 retratos de pessoas com síndrome de Down, pela mão da artista islandesa Sigga Ella. Ella conseguiu reunir um grupo de pessoas com idade entre 9 meses e 60 anos de idade que fotografou para o seu projecto, que atravessa género e idade. A artista escolheu 21 temas para ilustrar a cópia extra do cromossoma 21, que provoca a doença genética.
Ao jornal The Huffington Post a artista contou que passou algum tempo com cada um dos seus modelos "para que pudesse mostrar, tanto quanto possível, quem são". Conta que queria que cada fotografia tivesse o poder de mostrar a quem as observa "uma pessoa com suas próprias características especiais" e personalidade própria.
A exposição foi inspirada num programa de rádio que Ella ouviu. As questões levantadas no programa giraram em torno de questões éticas levantadas por diagnósticos pré-natais usados ​​para detectar defeitos de nascimento. Esta questão despertou a artista islandesa, que tem no seio da sua família um membro com síndrome de Down. O debate que ouviu na rádio colocou-a a pensar qual a direcção que as pessoas estão a tomar relativamente a esse tópico. "Será que as pessoas optam por não manter um embrião quando sabem que tem síndrome de Down?", foi a questão que lhe surgiu e que partilhou com o The Huffington Post
E em busca destas respostas, Ella iniciou este projecto que acredita que possa ter impacto social. Explica que o fez para confrontar as pessoas que todos somos únicos e que é essencial "abraçar e celebrar a diversidade de seres humanos".
O título da série vem de um artigo escrito por Halldora Jónsdóttir, uma das mulheres fotografadas, que escreveu: "Eu tenho a síndrome de Down, mas em primeiro lugar, EU SOU Halldora. Faço um milhão de coisas que as outras pessoas também fazem. A minha vida é muito significativa e boa porque eu escolho ser positiva e ver as coisas boas da vida". Palavras que inspiraram a artista.
Todos os retratos foram feitos no final de 2013 e início de 2014. A exposição está actualmente no Museu de Fotografia Reykjavík e vai passar para a Polónia para o Festival de Varsóvia de Fotografia Artística a 15 de maio.