Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado nesta semana (15 de abril) revela que, no mundo, o nanismo nutricional atinge uma em cada quatro crianças de até cinco anos. Especialistas afirmam que o nanismo não significa apenas a criança ser mais baixa para sua idade. Pode significar, também, atraso no desenvolvimento do cérebro e da capacidade cognitiva. O documento do Unicef confirma que o combate ao problema deve centrar a atenção na gestação e nos primeiros dois anos de vida da criança.
De acordo com o relatório, 80% das 165 milhões de crianças no mundo que sofrem de nanismo vivem em 14 países, a maioria na África e na Ásia. A Índia apresenta a situação mais grave, seguida da Nigéria, do Paquistão e da Indonésia. Entre os dez primeiros estão ainda, Bangladesh, Etiópia, República Democrática do Congo, Filipinas e Tânzania.
O Unicef diz que Brasil está cumprindo com as Metas do Desenvolvimento do Milênio para combater a má nutrição, mas certamente o problema ocorre em bolsões de pobreza em áreas ou regiões localizadas, cuja população vive em condições de vulnerabilidade. “Embora os dados oficiais (IBGE) apontam que a estatura média dos brasileiros acompanha o padrão, especialistas defendem uma pesquisa ou investigação mais acurada sobre o problema”, diz Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança.
Pastoral da Criança no caminho certo
“O nanismo pode matar oportunidades na vida de uma criança e também para o desenvolvimento de um país”, afirma o diretor-executivo do Unicef, Antony Lake. O progresso obtido até agora no combate ao nanismo mostra que é possível vencer o problema.
A Pastoral da Criança “está no caminho certo”, segundo Clóvis Boufleur, ao lembrar as ações de saúde promovidas pela entidade e fundamentadas nas evidências científicas sobre a influência dos primeiros mil dias – a gestação e os dois primeiros anos de vida da criança (estudo intitulado Hipótese de Barker).
As consultas de pré-natal, a boa nutrição da gestante, preparação para o aleitamento materno, abstenção do fumo e de bebidas alcoólicas não são apenas importantes para o parto e o nascimento de um bebê com saúde. “São fundamentais para o desenvolvimento da criança e podem determinar uma vida adulta mais saudável”, destaca Clóvis Boufleur.
Saiba mais: Relatório do Unicef
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