terça-feira, 3 de agosto de 2010

O poder das crianças

O poder das crianças



Variedade de filmes infantis na temporada comprova o fôlego do setor
CLÉBER EDUARDO
As crianças brasileiras nunca tiveram tantos motivos para ir ao cinema. Antes dominado pelas produções dos Trapalhões e da Disney, o segmento de filmes infantis está com fôlego renovado.


 “A oferta cresceu 150% desde 1995”, estima Marcio Fracarolli, diretor da distribuidora Paris Filmes. 


O aumento de opções surtiu efeito nas bilheterias: cinco dos dez títulos mais vistos do ano são direcionados a meninos e meninas. O gênero totaliza 12 milhões de ingressos vendidos – 50% acima da média nas últimas cinco temporadas – e ocupa nas férias quase metade do circuito exibidor.

“O cinema não contemplava esse público até pouco tempo atrás”, constata Marcos Oliveira, diretor-geral da Fox/Warner. Uma das razões para o aquecimento do setor é o fim do monopólio da Disney. Como outros estúdios americanos passaram a investir em animação, a quantidade de desenhos multiplicou-se nos anos 90.


 Outro motivo é a volta de produções brasileiras, como as estreladas por Xuxa e Renato Aragão. E há ainda um terceiro fator: as boas adaptações para cinema de desenhos japoneses consagrados na televisão.

O filão ganhou reforço pesado esta semana. Segundo longa-metragem com os personagens da série de sucesso na TV, Pokémon – O Filme 2000 teve estréia mundial na sexta-feira 21. 


O enredo mostra Ash Ketchum, o treinador de Pikachu, em luta contra forças do mal. 
Passagens da história podem soar confusas para leigos no assunto, mas nenhum adulto duvida do êxito do filme. “Crianças são o segundo maior público do cinema, atrás apenas da faixa que vai dos 13 aos 28 anos”, afirma Paulo Sérgio de Almeida, consultor do setor cinematográfico. “É um mercado de grande potencial.”

Nestas férias uma enorme variedade de lançamentos está saciando a sede desse público: Dragonball Z, O Caminho para El Dorado, Fantasia 2000, Titan e Dinossauro. 


Já há novidades previstas para o início de 2001, como Digimon, outra aventura dos Dragonball, 102 Dálmatas e A Fuga das Galinhas.


Um filme de Eliana está em fase de produção, Xuxa programa outro trabalho para o próximo ano e planeja-se fazer uma aventura com Sandy & Junior. Como as crianças pagam meia-entrada, o que diminui o lucro dos distribuidores, um dos desafios é atrair também os adultos. 


“Muitos desenhos são feitos com a preocupação de atingir todas as faixas etárias”, afirma Eduardo Rosenback, gerente de marketing da Buena Vista, representante da Disney no Brasil. O segmento mirim quer crescer.

Nenhum comentário: