sábado, 28 de agosto de 2010

o que faz um cão guia?

ANCLIVEPA-SP



AQUELES OLHOS QUE SÃO OS MEUS

O que faz um cão ser guia de cegos? Como o médico veterinário pode atuar na formação e no acompanhamento desses animais tão especiais? O Boletim Informativo da Anclivepa-SP foi visitar um canil de formação de cães-guia para entender como o cão pode ‘ver e pensar’ como o homem.
Boletim Informativo - Nº52 - 2007

Quem ainda imagina que cães e outros animais são incapazes de alterar expressões faciais ou mudar de comportamento não conheceu tantos animais quanto deveria.

De um instante para outro, em questão de segundos, suas feições mudam por completo. O cenho parece ter recebido todo o peso de uma responsabilidade que faz parte somente do mundo dos homens. Sua postura tornou-se altiva, a cauda deixou de girar para assumir posição anatômica e todo estado de excitação transformou-se em calmaria e pura atenção. Ao receber sua trela de cor amarelo-vivo, ‘Thor’, um Retrivier do Labrador de apenas 2 anos de idade parece ter percebido, de imediato, tudo o que deveria fazer. Jackson Garcia de Lima, adestrador formado pela polícia do exército, treina Thor desde o princípio. E os dois parecem se conhecer profundamente.

Thor é um cão guia de cegos. É bem verdade que sua função atual é participar de apresentações e demonstrações sobre cães de trabalho, mas Thor é o cão que reúne todas as principais características que um bom cão-guia deve ter. Tanto assim que está sendo preparado para gerar filhotes com a índole adequada para este tipo de treinamento, algo que não é tão fácil de conseguir.

Quando está com seus instrumentos de trabalho – a trela, um peitoral de tecido onde se acopla o arreio, haste rígida em formato retangular que servirá para que o cego segure e seja conduzido pelo cão – Thor simplesmente se desliga do mundo das brincadeiras. Nem mesmo seu brinquedo preferido, uma bola verde de borracha, tira-lhe a atenção.



“A partir deste momento, ele sabe o que deve e o que não deve fazer”, diz Jackson, confiante. Ao ser desafiado para pegar um objeto passando por baixo de um obstáculo, por exemplo, ele não titubeia. Faz a volta ao redor, a despeito da facilidade que teria se abaixasse e passasse. Com isso, Thor protegeu seu adestrador de um tropeção inevitável.

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