Pesquisa brasileira mostra que atividade aumenta sensação de saciedade e diminui consumo calórico em até 30%
A equação “dieta + exercício físico = eliminação de quilos” ganhou mais uma comprovação científica.
Uma pesquisa feita na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou, pela primeira vez, que as atividades com o corpo humano aumentam a sensação de saciedade e, naturalmente, diminuem o consumo calórico em situação de obesidade.
Os achados foram tão importantes – e tão inéditos – que as conclusões do ensaio científico está publicada nesta terça-feira, dia 24, na PLOs Biology, revista mais importante do meio acadêmico sobre os assuntos. O Delasconversou com o autor da pesquisa, Eduardo Rochete Rapelle, que é formado em Educação Física, pós doutorando da Unicamp e pesquisador do Instituto Nacional de Obesidade e Diabetes. Veja os trechos da entrevista:
Delas: Os exercícios físicos sempre foram apontados como fórmula chave para emagrecer. O que foi comprovado agora?
Rapelle: Começamos a pesquisar a relação entre exercícios físicos e controle da ingestão alimentar em 2006. Os nossos estudos foram feitos em ratos e camundongos e os resultados mostram que em animais obesos há uma relação muito importante, que não havia sido publicada antes. Não é novidade para ninguém saber que a atividade física aumenta o gasto calórico. O que percebemos em nossas análises é que os benefícios vão além: os exercícios aumentam a sensação de saciedade.
Rapelle: Começamos a pesquisar a relação entre exercícios físicos e controle da ingestão alimentar em 2006. Os nossos estudos foram feitos em ratos e camundongos e os resultados mostram que em animais obesos há uma relação muito importante, que não havia sido publicada antes. Não é novidade para ninguém saber que a atividade física aumenta o gasto calórico. O que percebemos em nossas análises é que os benefícios vão além: os exercícios aumentam a sensação de saciedade.
Delas: Mas esses resultados são válidos só para obesos?
Rapelle: Sim. Nenhuma das nossas análises mostrou essa relação com animais magros. Os nossos testes laboratoriais mostraram que em obesos há um comprometimento cerebral que faz com que a produção do hormônio responsável pela saciedade fique comprometida. Nestes casos, o exercício físico recupera esta função cerebral e há um aumento da produção hormonal responsável por informar que o organismo está satisfeito.
Rapelle: Sim. Nenhuma das nossas análises mostrou essa relação com animais magros. Os nossos testes laboratoriais mostraram que em obesos há um comprometimento cerebral que faz com que a produção do hormônio responsável pela saciedade fique comprometida. Nestes casos, o exercício físico recupera esta função cerebral e há um aumento da produção hormonal responsável por informar que o organismo está satisfeito.
Saiba mais sobre exercícios
Delas: Os animais obesos que fizeram exercícios passaram a comer menos, é isso?
Rapelle: Exatamente, o consumo calórico foi reduzido entre 25 e 30% após os exercícios. Isso é muito interessante porque as pessoas sempre imaginaram que uma das vantagens da prática de esportes é que elas poderão comer mais para compensar o que perderam. O trabalho mostra que um dos efeitos é diminuir a ingestão calórica.
Rapelle: Exatamente, o consumo calórico foi reduzido entre 25 e 30% após os exercícios. Isso é muito interessante porque as pessoas sempre imaginaram que uma das vantagens da prática de esportes é que elas poderão comer mais para compensar o que perderam. O trabalho mostra que um dos efeitos é diminuir a ingestão calórica.
Delas: As conclusões podem ser encaradas como mais um incentivo para as pessoas abandonarem o sedentarismo, certo?
Rapelle: Com certeza. Descobrimos que esta interferência cerebral que a obesidade provoca é inflamatória. O mecanismo de atuação dos exercícios físicos é exatamente como um antiinflamatório, capaz de atuar também quando há comprometimento da produção de insulina e o aparecimento do diabetes. Isso mostra que os exercícios são também influentes para melhorar os quadros diabéticos em obesos.
Rapelle: Com certeza. Descobrimos que esta interferência cerebral que a obesidade provoca é inflamatória. O mecanismo de atuação dos exercícios físicos é exatamente como um antiinflamatório, capaz de atuar também quando há comprometimento da produção de insulina e o aparecimento do diabetes. Isso mostra que os exercícios são também influentes para melhorar os quadros diabéticos em obesos.
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