domingo, 9 de maio de 2010

O Papel da Universidade Frente às Políticas Públicas p/ Ed. Inclusiva - Parte 2


Dando continuidade ao artigo "O Papel da Universidade Frente às Políticas Públicas para Educação Inclusiva" da professora Rosana Glat* e da mestranda Márcia Denise Plettsch**, na segunda parte desse artigo, as professoras propõem dois tipos de professores para atuarem numa escola aberta à diversidade.

"Para fazer frente a esta realidade as universidades precisam ser capazes de formar dois tipos de educadores: professores do ensino regular que sejam capacitados com um mínimo de conhecimento e prática sobre o alunado diversificado, contemplados nas licenciaturas em geral; e professores “especializados” nas diferentes necessidades educacionais especiais, a nível de especialização ou complementação por meio de habilitações nas faculdades ou departamentos de Educação.
Estes seriam preparados para atuar no atendimento direto à essa população (em classes especiais, salas de recursos, ou atendimento individualizado), na supervisão e orientação aos professores do ensino regular, bem como na gestão de sistemas educacionais visando a inclusão(Bueno, 1999; Glat, 2000; Glat & Nogueira, 2002; Mendes, 2002)5.

O grande desafio posto para as universidades é formar educadores que não sejam apenas instrumentos de transmissão de conhecimentos, mas, sobretudo, de novas atitudes frente à diversidade humana. Além disso, devem ser preparados para construir estratégias de ensino e adaptar atividades e conteúdos não só para os alunos considerados especiais, mas para todos os integrantes de sua classe. Cabe às faculdades ou cursos de Educação, também, trabalhar com a formação continuada dos atuais professores, e incentivar o vínculo direto entre os professores da Educação Especial e do Ensino Regular.

Vale ressaltar que, em nossa opinião, vem sendo criada uma falsa dicotomia entre educação inclusiva e Educação Especial, como se o advento de uma representasse a descontinuidade da outra. Na realidade, ocorre justamente o contrário. Em um sistema educacional inclusivo torna-se fundamental a especificidade da experiência em processos diferenciais de aprendizagem da Educação Especial, tanto como campo de conhecimento quanto como área de atuação aplicada.Essa suposta contradição talvez seja fruto da experiência brasileira onde, com raras exceções, a inclusão de alunos especiais no ensino regular tem sido uma iniciativa dos setores de Educação Especial das redes, que “se encarregam do suporte e da coordenação de todas as ações concernentes ao aluno, incluindo-se o seu encaminhamento para a classe regular, o planejamento da prática pedagógica, o apoio aos professores do ensino regular e a conscientização da comunidade escolar” (Glat etal, 2003, p.60)."

*Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,Coordenadora do Núcleo de Educação Inclusiva (NEI), Membro do Conselho Municipal de Educação doRio de Janeiro.
** Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Artigo publicado na Revista Benjamim Constant, ano 10, nº 29, p. 3-8, 2004

Leia mais: http://www.deficienteciente.com.br/2010/01/o-papel-da-universidade-frente-as_26.html#ixzz0nSsMXRuD
Under Creative Commons License: Attribution

Nenhum comentário: