Posted: 05 Apr 2013 10:08 AM PDT
O primeiro surdo do Brasil a conquistar o título de doutor é palhocense. Deonísio Schmitt sempre viveu com a família no bairro Passa Vinte e relata, por meio de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma história de superação e esforço para alcançar um dos mais altos graus da carreira acadêmica no Brasil.
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O professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) explica que estudou os sinais, as expressões faciais e os gestos que representam as palavras da língua da comunidade surda: “A Libras é uma língua como qualquer outra, possui estrutura gramatical, apenas usamos uma modalidade diferente, que é a visual motora”.
Deonísio é professor na Udesc, onde ministra aulas de Libras para diversos cursos de licenciatura e bacharelado, além de atuar na modalidade de ensino à distância para todo o Estado, por meio de videoconferências.
Trajetória de desafios
Com 36 anos, Deonísio é casado e pais de dois filhos. Em uma família de ouvintes, ele se comunica por meio da leitura labial e já ensina os primeiros sinais da Libras aos filhos, como as palavras comer, brincar, estudar: “Gostaria que eles se tornassem bilíngues, sabendo se comunicar em Português e em Libras. Mas ainda tem tempo, eles são crianças”.
Ainda criança, aos seis anos, Deonísio foi levado à Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e ao IATEL (Instituto de Audição e Terapia de Linguagem) pelos pais para buscar alternativas para a dificuldade de comunicação. Em Palhoça, estudou no antigo Pio XII, no Venceslau Bueno e no Ivo Silveira. De todas as escolas onde estudou, um ponto em comum: a dificuldade de aprendizagem da língua portuguesa por falta de intérprete em sala de aula: “Alguns amigos ajudavam, outros tinham preconceito”.
Para nos fazer entender a dificuldade de aprendizado do surdo nas aulas, Deonísio utiliza o seguinte exemplo: “Imagine uma sala onde todos os alunos são surdos, o professor é surdo e há apenas um aluno ouvinte. A aula seria dada em Libras e o aluno ouvinte não iria entender nada”, e completa: “Temos o mesmo direito à comunicação e instrução que os demais cidadãos, mas infelizmente, a nossa educação ainda exclui o surdo”.
Apesar de a lei de Libras (nº 10. 436) ter sido aprovada em 2002, somente três anos depois ela foi regulamentada, pelo decreto nº 5626, que detalha os mecanismos de inclusão da pessoa surda na educação e na sociedade brasileira. Trabalhar pela garantia dos direitos da pessoa surda é um dos principais desafios a ser enfrentados pelo professor: “Nós carregamos o estereótipo de que somos incapazes, mas temos o mesmo potencial que qualquer outra pessoa, porque temos uma língua”, afirma.
Deonísio usa um aparelho no ouvido direito, o qual ainda possui resquícios de audição: “Não consigo entender as vozes, mas o aparelho me ajuda e me localizar na rua, a distinguir barulhos, como a buzina de carros”, explica.
Fonte:http://www.palhocense. com.br/
Deonísio Schmitt
Deonísio defendeu a tese de doutorado no fim de fevereiro deste ano, no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina. O trabalho, intitulado “História da língua de sinais em SC: contextos sócio-históricos e sociolinguísticos de surdos de 1946 a 2010”, descreve a mudança da língua de sinais ao longo do tempo. Para isso, o pesquisador registrou, por meio de filmagens, a comunicação de três gerações de surdos de diversas faixas etárias.Psicólogo com atrofia muscular cria método para digitar e conclui mestrado
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O professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) explica que estudou os sinais, as expressões faciais e os gestos que representam as palavras da língua da comunidade surda: “A Libras é uma língua como qualquer outra, possui estrutura gramatical, apenas usamos uma modalidade diferente, que é a visual motora”.
Deonísio é professor na Udesc, onde ministra aulas de Libras para diversos cursos de licenciatura e bacharelado, além de atuar na modalidade de ensino à distância para todo o Estado, por meio de videoconferências.
Trajetória de desafios
Com 36 anos, Deonísio é casado e pais de dois filhos. Em uma família de ouvintes, ele se comunica por meio da leitura labial e já ensina os primeiros sinais da Libras aos filhos, como as palavras comer, brincar, estudar: “Gostaria que eles se tornassem bilíngues, sabendo se comunicar em Português e em Libras. Mas ainda tem tempo, eles são crianças”.
Ainda criança, aos seis anos, Deonísio foi levado à Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e ao IATEL (Instituto de Audição e Terapia de Linguagem) pelos pais para buscar alternativas para a dificuldade de comunicação. Em Palhoça, estudou no antigo Pio XII, no Venceslau Bueno e no Ivo Silveira. De todas as escolas onde estudou, um ponto em comum: a dificuldade de aprendizagem da língua portuguesa por falta de intérprete em sala de aula: “Alguns amigos ajudavam, outros tinham preconceito”.
Para nos fazer entender a dificuldade de aprendizado do surdo nas aulas, Deonísio utiliza o seguinte exemplo: “Imagine uma sala onde todos os alunos são surdos, o professor é surdo e há apenas um aluno ouvinte. A aula seria dada em Libras e o aluno ouvinte não iria entender nada”, e completa: “Temos o mesmo direito à comunicação e instrução que os demais cidadãos, mas infelizmente, a nossa educação ainda exclui o surdo”.
Apesar de a lei de Libras (nº 10. 436) ter sido aprovada em 2002, somente três anos depois ela foi regulamentada, pelo decreto nº 5626, que detalha os mecanismos de inclusão da pessoa surda na educação e na sociedade brasileira. Trabalhar pela garantia dos direitos da pessoa surda é um dos principais desafios a ser enfrentados pelo professor: “Nós carregamos o estereótipo de que somos incapazes, mas temos o mesmo potencial que qualquer outra pessoa, porque temos uma língua”, afirma.
Deonísio usa um aparelho no ouvido direito, o qual ainda possui resquícios de audição: “Não consigo entender as vozes, mas o aparelho me ajuda e me localizar na rua, a distinguir barulhos, como a buzina de carros”, explica.
Fonte:http://www.palhocense.
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