sexta-feira, 5 de abril de 2013

ATLETAS PARALÍMPICOS IRÃO A CHICAGO CONHECER PROJETO DE ACESSIBILIDADE

ATLETAS PARALÍMPICOS IRÃO A CHICAGO CONHECER PROJETO DE ACESSIBILIDADE

Um grupo de atletas paralímpicos brasileiros irá visitar Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 17 e 28 de julho, para verificar as ações de acessibilidade e melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência naquela cidade. O intercâmbio foi fechado, nesta sexta-feira (05/04), durante a realização do seminário “Diálogo Rio-Chicago pela inclusão da pessoa com deficiência”, organizado pela Comissão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) voltada para o assunto e presidida pelo deputado Márcio Pacheco (PSC). “O seminário teve o objetivo de promover uma troca de experiências entre os modelos norte-americano e nacional. A experiência mostra para o Brasil que, no advento dos grandes eventos que teremos, é preciso estar preparado para enfrentar os desafios de dar a essa parcela da população a devida acessibilidade”, pontuou.
A comissária para a Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Chicago, Karen Tamley, destacou, em seu discurso, uma lei local criada em 1990 para a proibição da discriminação de pessoas com deficiência. A cidade americana conta, hoje, com transportes públicos e construções completamente adaptadas, tornando-se referência em acessibilidade no mundo. Karen ressaltou dificuldades que ainda são enfrentadas em Chicago, como a necessidade de mais oportunidades de trabalho para esta parcela da população. “A lei envolve não só o Governo, mas o setor privado, e solicita que eles criem vagas de trabalho, transportes acessíveis e telecomunicações inclusivas, bem como acomodações acessíveis. Mas, a cidade ainda continua com um grande número de desempregados com algum tipo de deficiência”, alertou.
Durante o seminário, ações do poder público brasileiro também foram apresentadas. Coordenador de Acessibilidade da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Sérgio Nascimento garantiu que o programa Viver sem Limite, de R$ 7,6 bilhões, será implantado até 2014 e irá, dentre outras coisas, facilitar a aquisição, pelas prefeituras, de veículos para o transporte escolar acessível dos alunos com deficiência. A educação mereceu destaque. Entre 2001 e junho de 2012, mais de R$ 1 milhão foram investidos em escolas da cidade do Rio para atender a legislação de acessibilidade. “Foram tomadas medidas como a implementação de rampas e barreiras físicas nas escadas e adaptação da estrutura escolar”, garantiu a coordenadora de Projetos Especiais da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), Teresa Vassimon.
Já o Gerente de Transportes da Empresa Olímpica Municipal, Ronaldo Balassiano, explicou que, em 2016, haverá uma rede de modais completamente integrada e em constante modernização na cidade do Rio. “O sistema irá se estruturar nos próximos quatro anos, oferecendo ainda mais qualidade à população, com locais mais acessíveis”, informou. O presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB-RJ, Geraldo Nogueira, destacou que a legislação não tem “boa aplicabilidade”, citando o exemplo da lei de cotas no setor público e privado para portadores de deficiência: “Estamos cansados de presenciar concursos públicos que não abrem vagas para deficientes”.
Comitê pretende implantar projeto no estado
A Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Alerj realizará audiência pública, em data a ser definida, para discutir uma sugestão apresentada durante o seminário “Diálogo Rio-Chicago pela inclusão da pessoa com deficiência” pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons. Ele pretende implantar um projeto chamado Clube Escolar Paralímpico no estado do Rio. “Consiste na abertura de um edital, através do qual os clubes esportivos poderão pleitear recursos financeiros junto ao CPB para investir em programas voltados para crianças em parceria com instituições de ensino”, explicou.
O atleta olímpico Lars Grael, que representou o Brasil em quatro Olimpíadas, sendo medalhista em duas, comentou sobre os benefícios que os jogos de 2016 podem deixar para o País. “Espero que o legado não seja apenas na infraestrutura, mas, sim, na valorização da Educação Física nas escolas e, principalmente, que sirva de incentivo à inclusão das pessoas com deficiência nas práticas esportivas”, afirmou. Estiveram presentes na segunda metade do encontro, na tarde desta sexta, a diretora-executiva do Great Lakes Adaptative Sports Association, Cindy Housner; a gerente de negócios do Rehabilitation Institute of Chicago, Stephanie Kanter; e representantes das secretarias municipais da Pessoa com Deficiência de São Gonçalo e de Esporte e Lazer de Cabo Frio e membros da Empresa Olímpica Municipal do Rio de Janeiro.
Também estiveram presentes no seminário o cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, John Creamer; a secretária Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio, Georgette Vidor; e a fundadora da Associação Niteroiense dos Deficientes (Andef), Tânia Rodrigues; dentre outros.
(texto de Bárbara Figueiredo e Bárbara Souza)

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