Pois é, a novela acabou…
Viver a vida rompeu muitas barreiras. Mostrou pela primeira vez uma protagonista cadeirante de maneira realista e que não passou por milagrosa recuperação no final da novela. Abordou questões tabu como a vida afetiva das pessoas com deficiência e trouxe para o grande público a discussão sobre a importância da acessibilidade. Exibiu depoimentos ricos e verdadeiros de pessoas que desafiaram os diagnósticos e prognósticos e seguiram em frente.
Foi com uma mistura de tristeza, por ver o foletim acabando, e emoção pelo espetáculo final de João Carlos Martins regendo a Nona Sinfonia de Beethoven, um ode à vida e à alegria, que vi o capítulo final. Vários dos protagonistas reais que contaram suas histórias apareceram assistindo à apresentação, junto com os atores e realizadores da novela.
Assim como Páginas da Vida foi um divisor de águas na caracterização de pessoas com síndrome de Down, Viver a Vida também vai ficar na história do Movimento das Pessoas com Deficiência. Sem ser panfletária nem chata, o tema da deficiência contou com consultores que conhecem o assunto para apoiar com a equipe liderada pelo autor Manoel Carlos. Uma dessas pessoas foi a jornalista Flavia Cintra, encarregada de preparar a atriz Alinne Moraes, que viveu a personagem Luciana.
Para minha surpresa, hoje à noite o Fantástico apresentou uma nova repórter: Flavia Cintra. A nova contratada vai fazer matérias como qualquer outro profissional, mas, no lugar de destaque em que se encontra, sem dúvida ajudará a construir no inconsciente coletivo a imagem de que uma pessoa com tetraplegia pode muito bem trabalhar.
Além disso, esperamos que ela possa influenciar a partir de dentro a maior emissora do país no sentido de dar maior visibilidade aos direitos das pessoas com deficiência e também retratá-las com mais realismo e dignidade, sem apelação. Quem sabe ela consegue que a sonohttp://www.inclusive.org.br/?p=15368rização de matérias que às vezes até são muito positivas, não sejam mais adornadas por musiquinhas piegas. Melhor ainda se ela conseguisse apagar a cara de pena dos âncoras que apresentam qualquer notícia que tenha a ver com deficiência, inclusive no esporte paraolímpico.
É Flávia, a tarefa vai ser dura, mas você traz na bagagem muito mais do que apenas seu talento profissional. Contamos com você para dar o melhor de si e continuar abrindo portas por onde quer que passe.
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