"Não creio que a raça humana possa sobreviver aos próximos 1000 anos, a menos que nos espalhemos pelo espaço.”.
Por Amauri Nolasco Sanches Junior
Stephen Hawking é, a meu ver, a pessoa com deficiência mais famosa da atualidade e sem sombra de duvida, uma pessoa quem quebrou as barreiras do corpo e usou a tecnologia, com ajuda de amigos, ao seu favor. Ainda dizem que deram pouco tempo de vida ao cientista, que essa doença iria leva-lo a poucos meses que ela começou a aparecer os sintomas, se passaram quase 40 anos e não foi e ainda senta na cadeira de nada mais, nada menos, de Sir Issac Newton. Exemplo a ser seguido por nós deficientes, mas que comete erros como qualquer ser humano, também tem seus rancores e não menos, frases que mostram esses rancores. Umas delas é a seguinte: "Não creio que a raça humana possa sobreviver aos próximos 1000 anos, a menos que nos espalhemos pelo espaço.”. Mas Hawking, viveu numa outra época e em outro mundo que ainda acreditava em uma guerra nuclear iria fabricar um mundo mais ou menos como no filme Mad Max – quem não assistiu a historia de Max (Mel Gibson) um policial que perdeu sua família assassinada por uma gang pós-eclipse por vingança de ter matado o seu lider Night Rider. Max mata a gang e se isola no deserto australiano e no mundo onde não mais vê a cidade onde vivia e desdém qualquer civilização que possa encontrar – onde, mais ou menos nessa época e um pouco antes, haviam vídeos ensinando as crianças a se defenderem (supostamente), das explosões nucleares. Mas esse mundo não aconteceu – mesmo tendo programas sensacionalistas apostando nisso – não vai acontecer pelo simples fato de o ser humano não é burro e as grandes corporações não vão deixar isso ocorrer nem por petróleo, já que existem milhões de alternativas. Mas isso pode ser, e é, uma desculpa esfarrapada para governos acharem do direito de gastarem milhões de dólares em pesquisas para acharmos uma maneira de encurtar as viagens espaciais, ou é um meio de Hawking achou em desabafar seu ressentimento contra uma humanidade que o ignora por causa de sua doença e deficiência e não achou alguma cura para ela.
Como milhões de pessoas com deficiência, Hawking é humano e tem milhões de conflitos em seu intimo e faz dele um humano, com suas dores e desejos. Não é diferente de nenhum ser humano que tem que lhe dar com suas limitações e o meio que ele achou para supera-la é o estudo, ser o que ele sempre quis ser, um cientista que estuda o cosmo. Isso nos mostra como o ser humano se adapta e se sente envolto em sua cultura e sociedade, mesmo que essa sociedade lhe negue o seu lugar no meio dela. Afinal, a deficiência sempre esteve dentro da humanidade e dentro de todo complexo caminho biológico que os organismos se desenvolveram, porque isso é resultado muitas vezes, de uma mutação da espécie em se adaptar ao meio e temos, sem duvida, nos apegar a esses propósitos. Então, por que tratar essas anomalias como doenças sem conhecer? É a natureza humana fazendo do seu ideal algo real que nem sabemos que será realizado e posto em pratica – podemos ver dentro da historia a realização do estudo da eugenia e a pratica do comunismo que quase levaram o extermínio da própria raça humana quando tanto Hitler usou a eugenia, quanto o comunismo elevou a pobreza e a miséria no leste europeu, levaram a humanidade ao extremo da animalidade – pois cada organismo se mudara conforme o ambiente. Hawking não é diferente de um ser humano que pode andar, correr, pular e se frustra quanto a isso, ele nasceu no Reino Unido, mas é como eu e você sem por e sem tirar.
As tecnologias que Hawking está envolvido não fazem dele uma espécie de deus e nem um ser além do ser humano, mostra que o ser humano pode e deve se adaptar para sobreviver na melhor maneira possível. Talvez esse aparato tecnológico, é resultado de anos de pesquisa de seres humanos que puderam se solidarizar com ele e dar, sem duvida, algum conforto e um meio para se locomover entre sua casa e seu trabalho. Esquecendo-se dessa solidariedade, talvez Hawking não viu a capacidade humana de se adaptar e ajudar o outro a se adaptar também, por meio de tecnologias acessíveis e adaptativas. Esqueceu porque é mais cômodo pensar assim – com toda certeza essa é um pensamento levado graça ao preconceito acadêmico de toda universidade de descartar e ridicularizar sabedorias populares e milenares só porque não são cientificamente estudadas e que mesmo alguns ramos, não são levados a serio – então alimenta um pensamento que o ser humano não pode evoluir e não pode se conscientizar da importância do nosso planeta. Se a humanidade não durara míseros mil anos – esquecemos de nossos bilhões de anos dês do único ser sobrevivente da extinção cambriana - como ficaria toda essa luta de inclusão e de uma efetiva e bem sucedida evolução tecnológica? Stephen Hawking não é diferente de nenhum líder do segmento das pessoas com deficiência que se conforma em ter migalhas governamentais, em troca de seus sorrisos bonitos e sua conformidade suprema.
Por que digo isso? Alguns lideres se acham acima do bem e do mal – como não acredito em bem e nem mal, seria o que a sociedade pensa ser o bem e o mal – e fica as vezes ditando regras que muitas vezes não fazem. É um absurdo, por exemplo, acharem importante um Ambulift – um veiculo para subirmos em um avião sem ser “carregados” no colo – do que ficarmos em ônibus adaptado que nem tem na cidade onde o primeiro aparato foi entregue. Não há mal nenhum em ter esse tipo de veiculo, mas há prioridade muito mais urgentes de um veiculo para subirmos em aviões numa estimativa que a pessoa com deficiência só ganha um salário mínimo. Mais uma vez, são soluções paliativas que nada ajudam o segmento a dizer o que se refere a inclusão. Há milhões de coisas muito mais prioritárias do que ficar exigindo coisas se não tem coisas muitos mais prioritárias como a lei de aposentadoria especial, se nem trabalhamos, vamos pensar em aposentar? Isso só fará as empresas barrarem as pessoas com deficiência a não serem contratadas, porque além dos milhares de benefícios, ainda aposentam com menos tempo possível. Outra coisa é que ainda barramos na lei de cotas no que se diz laudo medico, pois isso é um tipo de atestado de deficiência. Algum negro usa o teste de DNA para provar que é negro e ter seu lugar na cota racial nas universidades? Tem algum teste que a FUNAI faz para os índios de tal tribo tem suas terras? Claro...precisamos adaptar aviões para viajar e esquecemos que o governo que determina a adaptação de tal aeroporto, não nos dá nem oportunidade de emprego onde temos que provar nossa deficiência e se o medico deixar, são aclamados como deuses, nós entramos no emprego. Já começa errado quando nos fazem fazer a prova do concurso, porque pelo que sei da lei, as repartições publicas devem reservar vagas as pessoas com deficiência que estejam aptas a tal cargo e com tantas maravilhas, o pessoal preocupado com “andar” de avião.
Umas das coisas que nunca entendi foi essa necessidade de algumas lideranças do segmento das pessoas com deficiência em achar que coisas tão pequenas vão ajudar o segmento, mas como diz um velho ditado, estão pondo o carro na frente dos bois. Não adianta ter aparelhos de ultima geração e não ter meios para se chegar neles e nem dinheiro para usa-las. Não seria melhor que as pessoas tivessem emprego e tivessem transporte para ai sim usar o Ampulift ou até ir numa praia adaptada? As pessoas necessitam ainda de coisas básicas como aparelhos de qualidade que são comprados pelo SUS – como minha cadeira de rodas que foi comprada pela entidade AACD como mediadora, uma cadeira da Ortobrás que é a pior marca de cadeira de rodas e ela desmontou e uma amiga doou outra senão iria cair. Ainda bem que tenho como reclamar e exigir coisas de qualidade e a pessoas com deficiência que mora no interior e numa favela? Como vai reclamar dessas “porcarias” que nos são compradas pelo dinheiro publico e são de má qualidade – não se tem ainda tratamento adequado em centros de reabilitação e nos postos de saúde, onde somos mandados para entidades como a AACD que agora é impedida de fazer operações, que lógico, já fez muita “burrada”. Não há governo nenhum que nos faça benefícios a não ser os movimentos e esses movimentos não são o Conselhos da vida ou as Secretarias que lhe correspondem com poder nenhum, não há poder em nenhuma nas secretarias que trata das pessoas com deficiência e sim a luta das próprias pessoas com deficiência em presidir e ajudar o segmento a crescer sem partidos, sem ideologias furadas que nada trarão a pessoa com deficiência.
Portanto, Hawking não é diferente dessa gente que “posta” seus nomes, coloca como prioridade coisas que nem precisamos no momento. Como o renomado cientista, as lideranças já pensam em explorar o espaço e não percebe que ainda não exploramos nem um quinto de nosso lindo planeta azul. Nem exploramos o mar que é tão grandioso e nem sabemos o que está submerso nele, não toleram a sapiência e o conhecimento, que para essas lideranças, é apenas ideias burguesas de explorar o sonho dos mais necessitados. Mas, pois vira um retrocesso quando não aceitamos nem ideias e nem cuidamos daquilo que conquistamos e como Hawking, não gostam de pensamentos abstratos e ficam com essa “canalhice” que não se faz luta com filosofias. Hawking erra em dizer que a filosofia morreu – segundo seu pensamento, a física e todas as áreas da ciência ocuparam as lacunas das duvidas, mas a própria ciência faz essas perguntas e abrem outras lacunas – demonstrando uma ignorância e um despreparo para questões de grandeza menores. As lideranças também tem essa dificuldade de enxergar lacunas menores e de pouco espaço em nosso meio – não há muitos pesquisadores nas deficiências congênitas e sim, muito mais, nas deficiências adquirida em acidentes, ou ainda, com relação a deficiências mentais – porque elas não debatem, não põem à frente de nosso meio as questões, não realizam, não estão ao lado de pessoas, estão no lado de documentos e promessas, numa tentativa devasta de ter um código. Já se perguntaram por que os homossexuais não tem um estatuto? Pensem e reflitam.
Será que Stephen Hawking na tentativa de superar sua deficiência, não se tornou um Darth Vader do nosso meio? Um homem a ser seguido – embora o Nick Vujicic tem muito mais a nos ensinar e é um batalhador que está em baixo, na Terra, onde coisas acontecem o tempo todo – mas que erra e tem suas magoas, tentamos entendo- ló e pensar que cada ser há uma missão. Esperamos sua biografia.
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