Todos juntos
Publicado em 20 de março de 2013 às 10h49 - Atualizado em 20.03.2013 às 11:12
A USP vem colocando em prática um termo ainda pouco usual quando o assunto envolve pessoas com deficiência e sociedade. A Escola de Educação Física e Esporte aplica com a natação o que chama de inclusão reversa, que é a prática simultânea entre pessoas com e sem deficiência, seja ela física, intelectual ou sensorial.
O projeto, além de seu interesse social, vai muito além, como explica o professor do projeto, Yuji Yamaguti: "A Inclusão reversa é o processo de inclusão, onde o indivíduo sem deficiência participa de programas especificamente desenvolvidos para a pessoa com deficiência. Ele foi criado pela dificuldade dos deficientes em praticar um esporte, não pela deficiência em si, mas pela falta de profissionais preparados a trabalhar com ele", diz o professor, que continua:
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"O curso, além de dar oportunidade para as pessoas com deficiência de praticar natação, proporciona também um programa de treinamento ao aluno da graduação que deseja aprender e praticar como trabalhar com pessoas com deficiências. Podem participar também parentes e amigos dos alunos, desde que sejam responsáveis pelo seu deslocamento até o curso ou mesmo os auxiliem no vestiário".
Com a proposta, o curso passa a ser importante para alunos, seus acompanhantes, estudantes e profissionais de educação física, já que poucos estão capacitados a trabalhar com o paradesporto, como noticiou o PARATLETA BRASIL, recentemente. É uma maneira de cada grupo de pessoas se ajudar e crescer em algum aspecto, seja no meio social, ou profissional. O trabalho não fica apenas na iniciação esportiva.
Se o garoto pensa em se tornar atleta e, o técnico, responsável por uma equipe paraolímpica, eles já podem começar lá mesmo a se preparar em um nível maior. Se for o caso, alguns podem ser indicados para equipes de alto rendimento.
"O trabalho sobre o indivíduo acompanha seu desenvolvimento. Se ele quer atingir um nível competitivo, nacional ou internacional, podemos inscrevê-lo nas competições, ou mesmo indicá-lo para outros clubes", explica Yamaguti.
O sucesso do curso é tanto, que a procura tem sido maior do que as vagas oferecidas. Enquanto isso, os jovens nadadores com deficiência, futuros campeões, ou não, utilizam o esporte para ganhar qualidade de vida e ajudar novos profissionais de educação física, que por sua vez, ajudam seus primeiros alunos com deficiência. Inclusão reversa é isso!
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