Existem muitos mitos acerca do autismo e do que uma pessoa com autismo é capaz de fazer. É comum definirmos o futuro de uma pessoa diagnosticada como sendo incerto e tendendo para a total dependência. Porém, hoje em dia já é possível observar diversas histórias de pessoas com Transtorno de Espectro Autista, que levam uma vida produtiva, que sim, limitada em muitos aspectos por conta do autismo, mas que são capazes de fazer, basicamente, o que qualquer outra pessoa poderia fazer, apenas de um jeito diferente.
A primeira história que eu trago é da pequena Iris Halmshaw, de Leicestershire, Inglaterra, de apenas três anos. Iris foi diagnosticada com autismo quando tinha um ano. Ela apresenta, principalmente, dificuldades na hora de se relacionar com outras pessoas, perturbando-se facilmente com fatores externos. Por conta disso, foi estimulada a pintar por sua avó e sua mãe. Hoje, os quadros de Iris são vendidos por até 1.500 dólares, e a ideia é de que se faça uma exposição de suas obras.
A segunda história que eu trago é sobre dois amigos, Tracy Thresher e Larry Bissonnette. Os dois se conheceram em 1990. Tracy é advogado e Larry é pintor e logo se tornaram amigos. Decididos a esclarecerem para o mundo do que se tratava o autismo e como uma pessoa que tem autismo se sente, resolveram fazer um documentário e viajar pelo mundo divulgando sobre o mesmo.
No documentário perguntam ao Tracy o que significava, para ele, ter autismo e ele respondeu: “Estava preso dentro de um corpo que não funcionava como deveria e eu não era capaz de mostrar isto para as pessoas”. O objetivo do documentário é mostrar que as pessoas com autismo são como todo mundo, que tem suas limitações em algumas áreas, assim como qualquer outra pessoa, e que só precisam ter atenção e não ser discriminados. Larry afirmou: “Somos muito mais parecidos com vocês do que imaginam”.
A terceira história que eu trago é da canadense, Carly Fleischmann. Carly foi diagnosticada com dois anos com autismo severo, por conta disso, os médicos disseram para sua família que ela jamais conseguiria se comunicar com eles e que ela não teria uma “vida normal”. Além disso, ela teria um atraso mental que a deixaria equiparada a uma criança de seis anos.
Apesar desse prognóstico, seu pai sempre tentou incentivar uma comunicação de Carly com o mundo. Aos 10 anos, seu pai percebeu que Carly tinha escrito a palavra “help”, ajuda em inglês, em seu computador. Desde então, a menina tem se comunicado com as pessoas através da escrita, principalmente usando o computador como instrumento.
Carly participa de redes sociais e tem um site (http://carlysvoice.com/home/), no qual ela conta sobre seu dia-a-dia e suas experiências no mundo, como ir tomar café com sua família em um restaurante, por exemplo. Ela também e já escreveu um livro, com a ajuda de seu pai, chamado Carly`s voice (A voz de Carly). O livro fala de sua experiência como autista. Hoje Carly é quase adulta e foi aceita na Universidade, onde começará a estudar em breve.
O texto de hoje teve um único objetivo: mostrar que é possível sim ter uma vida produtiva mesmo tendo o diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista. Porém, é preciso que, além de estimular essas pessoas a vencerem as barreiras e limitações que veem com o autismo, a sociedade tem que acabar com o preconceito e abraçar essas pessoas e suas diferenças.
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