ACOLCHOADOS
O laboratório de Galloway, que parece a oficina de Papai Noel em versão mecanizada, está repleta de fileiras de carros esperando trabalho e pilhas de peças: tubos de PVC, boias de espuma usadas em piscinas, porcas e parafusos.
O Big Blue pode parecer simplesmente outro brinquedo, mas, por trás de seu elegante exterior há uma missão muito séria.
A carroceria em formato oval dá proteção integral e apoio físico para uma criança que não tenha desenvolvido controle muscular suficiente para dirigir.
O veículo terá rastreamento por satélite e monitoração computadorizada para registrar dados que ajudarão os pesquisadores a descobrir como as crianças o usam. Sistemas de direção adaptativos permitirão que os controles sejam ajustados às capacidades físicas do motorista.
Um raio de curva estreito tornará o carrinho muito manobrável, e somado ao seu tamanho compacto e peso leve, o tornará apropriado para uso doméstico quanto para passeios ao ar livre.
Por mais futurista que o Big Blue pareça, o projeto pode gerar modelo funcional em apenas 12 meses. Depende apenas da resposta aos pedidos de financiamento de pesquisa, feitos a agências federais.
Há também interesse comercial da parte de fabricantes de carrinhos para adultos com limitações de mobilidade, diz Galloway.
“A oportunidade de combinar financiamento de pesquisa a um parceiro comercial garante que o veículo resultante seja tanto efetivo do ponto de vista clínico quanto como uma opção real de mobilidade para as crianças e suas famílias.”
Qual é a verdadeira recompensa? Crianças com limitações físicas que dependem dos outros para se mover experimentariam o entusiasmo de se deslocarem sozinhas, conhecendo o espaço, os objetos e as demais crianças em seus próprios termos.
Nas palavras de Galloway, “o ímpeto de explorar por meio do movimento e da mobilidade é parte profunda do que nos faz plenamente humanos”.
“A mesma alegria e empolgação experimentadas por dançarinos, músicos, astronautas e atletas pode ser vista em crianças que ganham o poder de se movimentar”, ele diz.
Qualquer entusiasta dos automóveis conseguirá compreender as possibilidades ilimitadas que a estrada aberta oferece. E essa atração pode surgir ainda mais cedo, afirma Galloway. “Os bebês adoram a aceleração”, diz.
Tradução de Paulo Migliacci
Fonte: F5 Folha de São Paulo / Ingrid Steffensen, New York Times
Fonte: F5 Folha de São Paulo / Ingrid Steffensen, New York Times
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