domingo, 2 de setembro de 2012

Conheça e entenda as modalidades que são disputadas nas Paralimpíadas


Conheça e entenda as modalidades que são disputadas nas Paralimpíadas

Carros-chefes da delegação brasileira devem ser natação e atletismo

Por GLOBOESPORTE.COM Londres, Inglaterra
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As Paralimpíadas de Londres terão disputas de medalhas em 20 modalidades. Os carros-chefes da delegação brasileira nos Jogos devem ser a natação e o atletismo. Tiro com arco, bocha, ciclismo de pista e de estrada, hipismo, futebol de 5, futebol de 7, goalball, levantamento de peso, judô, remo, vela, tiro, tênis de mesa, vôlei sentado, basquete, tênis, rúgbi e esgrima (os últimos quatro em cadeira de rodas) completam o programa. Conheça um pouco mais sobre cada competição.
Terezinha Guilhermina treina em Manchester ao lado do atleta-guia Guilherme Santana (Foto: Divulgação / CPB)Terezinha Guilhermina com o guia Guilherme
Santana em Manchester (Foto: Divulgação / CPB)
ATLETISMO
Há provas de pista e de rua, de salto, de arremesso e lançamento e provas combinadas, como o pentatlo. Os competidores são divididos em classes de acordo com a lesão, podendo competir em cadeira de três rodas ou com próteses especiais. Atletas cegos ou com deficiência visual são orientados por um guia quanto às delimitações da pista. Nas provas de revezamento com cadeiras de roda, cada equipe utiliza duas raias.
BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
As dimensões da quadra, a altura da tabela e as principais regras são iguais às do basquete tradicional. A grande diferença é que os esportistas recebem uma classificação funcional, que varia de 1 a 4,5 pontos, de acordo com o comprometimento motor: quanto menor o comprometimento do atleta, menor a pontuação. Durante o jogo, a soma total dos cinco jogadores não pode ultrapassar os 14 pontos. Em caso de infração, o time leva falta técnica.
No basquete convencional, a andada acontece quando o atleta move o pé de apoio sem quicar, passar ou arremessar a bola. Na modalidade adaptada, a infração ocorre quando a cadeira de rodas é impulsionada mais de duas vezes sem que uma destas três ações ocorra.
BOCHA
Na bocha, o objetivo é lançar bolas de areia com revestimento em pelica nas cores azul ou vermelho (dependendo do time) o mais próximo possível da bola branca, chamada de jack (conhecida no Brasil como bolim). Cada equipe deve deixar suas bolas mais perto desta e afastar as dos adversários. Os participantes da modalidade são portadores de paralisia cerebral e têm limitações motoras.
atleta do Brasil no ciclismo para o Parapanamericanos no México (Foto: Divulgação / CPB)No ciclismo para cegos há o uso de bicicletas com
dois acentos em que um piloto serve de guia (CPB)
CICLISMO - ESTRADA E PISTA
Há provas de ciclismo de pista, de estrada e contrarrelógio. Nelas, os ciclistas são separados em três grupos: os que sofrem de paralisia cerebral, os que têm o equilíbrio comprometido (e precisam competir com triciclos) e os têm pouco comprometimento e competem em bicicletas comuns. No caso dos atletas cegos, há o uso de tandems, bicicletas com dois acentos em que um piloto sem a deficiência serve de guia.
ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS
As competições são divididas de acordo com a arma: florete, espada e sabre.  As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura, e as cadeiras dos atletas ficam fixas no solo. Caso um dos esgrimistas se mexa, o combate é interrompido. Nos duelos de florete há uma proteção para as rodas da cadeira. Nas disputas de espada é utilizada uma cobertura metálica para proteger as pernas e as rodas da cadeira.
FUTEBOL DE CINCO
Como diz o nome, há cinco participantes em cada equipe. Nas Paralimpíadas, os quatro jogadores de linha são cegos totais ou que têm percepção de luz, mas sem conseguir definir o formato de qualquer objeto. Todos usam uma venda sobre os olhos para garantir igualdade de condições. O goleiro é o único do time que enxerga. A bola tem um guizo, e os atletas são ainda orientados por um guia da comissão técnica, que fica atrás do gol e passa o direcionamento correto para a movimentação e os chutes.
Brasil na partida de futebol de 5 no Parapanamericano (Foto: Globoesporte.com)Partida entre Brasil e Argentina na edição de 2007: bola tem guizo para guiar atletas (Foto: Globoesporte.com)
FUTEBOL DE SETE
O Futebol de Sete é disputado por atletas do sexo masculino com paralisia cerebral. Foi disputado nas Paralimpíadas pela primeira vez em Nova York, em 1984. O Brasil fez sua estreia na competição em Barcelona, em 1992. As regras são da Fifa, mas há adaptações feitas pela Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m. A marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de fundo.
Cada time tem sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas, distribuídos em classes de 5 a 8, conforme o grau de comprometimento físico. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). O jogo dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com um intervalo de 15 minutos. Não há impedimento, e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão.
GOALBALL
time do Brasil non goalbol  (Foto: Divulgação / CPB)Time brasileiro de goalball (Foto: Divulgação / CPB)
É uma modalidade exclusiva para deficientes visuais, cujo objetivo é acertar o gol adversário e impedir que acertem o seu. Cada equipe é composta por três atletas, que exercem a função de defensores e arremessadores. Todos utilizam vendas durante as partidas e a bola possui um guizo interno. Só é permitido o arremesso rasteiro.
As quadras têm a mesma dimensão de uma quadra de vôlei, com 9 metros de largura por 18 de comprimento. Os gols ocupam toda a extensão dos lados e têm 1,2 metros de altura. Os três atletas de cada equipe ficam restritos a uma área de 3 metros à frente da baliza que defendem, de modo que não há qualquer contato entre os oponentes. A duração da partida é de 20 minutos, separada em dois tempos de 10 minutos.
atletas na partida de goalball (Foto: Getty Images)Atletas do goalball faz arremesso rasteiro: gol ocupa todo o fundo da quadra (Foto: Getty Images)
HALTEROFILISMO
A classificação para a modalidade é feita unicamente através do peso. Portanto, atletas com diferentes deficiências competem juntos pela mesma medalha. Deitados em um banco, os competidores executam um movimento conhecido como supino. A prova começa no momento em que a barra de apoio é retirada – com ou sem a ajuda do auxiliar central –, deixando o braço totalmente estendido. O atleta flexiona o braço descendo a barra até a altura do peito. Em seguida, a eleva até a posição inicial, finalizando o movimento.
HIPISMO
A única disciplina do hipismo do programa paralímpico é o Adestramento. É praticado por atletas com vários tipos de deficiência, sejam motoras, com comprometimento do equilíbrio, ou visuais. A competição é mista, com cavaleiros e amazonas juntos nas mesmas provas. Além dos competidores, os cavalos também recebem medalhas. A primeira vez em que o Brasil foi representado nas Paralimpíadas na modalidade foi em Atenas. Em Pequim, o país fez sua estreia por equipes. Em Londres, são quatro atletas verde-amarelos.
Antonio Tenório na luta de judô do Parapan (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)Antonio Tenório (azul) é tetracampeão paralímpico
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
JUDÔ
Foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no programa paralímpico e é disputada por deficientes visuais, que são classificados e lutam entre si em três categorias oftalmológicas: B1 (cego), B2 (percepção de vulto) e B3 (definição de imagem). As regras vigentes são as mesmas da Federação Internacional de Judô, mas há três aspectos diferentes. Os atletas já iniciam a luta com a pegada feita. Caso haja perda de contato, o confronto é interrompido, e os dois são reposicionados. Além disso, não há punição para quem sai da área de combate.
NATAÇÃO
Podem competir atletas com deficiências física, visual e mental. As adaptações em relação às principais regras são feitas nas largadas, viradas e chegadas. A saída pode ser feita de dentro d’água caso a limitação física do atleta o impeça de saltar do bloco. No caso dos deficientes visuais, um tapper (assistente técnico) toca as costas do nadador com um bastão com ponta de espuma para avisar quando estão próximos das bordas.
Daniel Dias na piscina Paralimpíadas Londres 2012 (Foto: AP)Daniel Dias é uma das maiores esperanças de medalhas e recordes para o Brasil em Londres (Foto: AP)
REMO
O remo é o caçula do quadro de esportes paralímpicos, tendo entrado no programa internacional em 2005 e nos Jogos em Pequim, em 2008. Há três classes diferentes: para braços (AS), para troncos e braços (TA), para pernas, troncos e braços (LTA). Com exceção da última, cada uma tem suas restrições de elegibilidade. Podem participar atletas com amputações, lesão medular, prejuízo neurológico e cegueira. Para todas, o percurso é o mesmo: 1.000m.
RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS
Ao invés da grama, quadras de 15x28m são utilizadas como palco do rúgbi em cadeira de rodas. A modalidade é disputada por homens e mulheres tetraplégicos, com quatro titulares e oito reservas. O objetivo é marcar o gol, delimitado por dois cones verticais na linha de fundo da quadra. Entretanto, é preciso que o atleta, segurando a bola, passe a linha de gol adversária com pelo menos duas rodas da cadeira. As partidas são divididas em quatro períodos de oito minutos. Em caso de empate, uma prorrogação de três minutos é disputada.
TÊNIS DE MESA
Natalia Partyka tênis de mesa londres 2012 olimpíadas (Foto: Reuters)Natalia Partyka também disputou as Olimpíadas
de Londres no tênis de mesa (Foto: Reuters)
Podem competir no tênis de mesa atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre andantes e cadeirantes e, depois, em 11 classes distintas, dependendo do grau de comprometimento motor do esportista. Os jogos podem ser individuais, em duplas ou por equipes. As regras são basicamente as mesmas do esporte convencional, com poucas alterações, como em relação ao saque da categoria cadeirante. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos.
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS
O tênis em cadeira de rodas possui basicamente as mesmas regras do tênis convencional. A grande diferença é que a bola pode quicar duas vezes até a raquetada. O primeiro quique da bola tem que necessariamente ser nos limites da quadra demarcados no chão. Os jogos são disputados em melhor de três sets com até seis games em cada parcial.
Podem disputar a modalidade atletas com deficiência em uma ou ambas as pernas, lesão medular e nos membros inferiores e superiores (tetraplégicos). Para facilitar a mobilidade, as cadeiras são geralmente de material mais leve.
TIRO
prova de tiro nas paralimpíadas Londres (Foto: Getty Images)Prova de tiro em Londres (Foto: Getty Images)
Há um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por equipes. São separados em duas classes, dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores): atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma e os que necessitam deste apoio.
As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada competição as disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de ambas as fases são somadas, e vence quem fizer mais pontos.
TIRO COM ARCO
Os competidores podem ser tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com mobilidade limitada nos membros inferiores. Este último grupo pode participar das provas em pé ou sentado em um banco. Há disputas individuais e por equipes. O alvo mede 1,22m de diâmetro e fica a 70m dos atletas. Dez círculos concêntricos definem a pontuação. Quanto mais perto do centro estiver a flecha, maior a pontuação.
VELAA modalidade segue as regras da Federação Internacional de Iatismo (Isaf) com adaptações feitas pela Federação Internacional de Iatismo para Deficientes (IFDS). Podem competir pessoas com deficiência locomotora ou visual. Três tipos de barco são utilizados nas competições paralímpicas: o barco da classe 2.4mR, tripulado por um único atleta; o barco da classe Sonar, com três atletas; e o barco SKUD-18, para dois tripulantes paraplégicos, sendo obrigatoriamente um tripulante feminino.
VÔLEI SENTADO
equipe do Brasil no vôlei sentado Parapanamericanos no México (Foto: Exemplus / CPB)O Brasil terá apenas equipe masculina no vôlei
sentado em Guadalajara (Foto: Exemplus / CPB)
O esporte pode ser praticado por atletas amputados, com paralisia cerebral, lesão na coluna vertebral e alguma deficiência locomotora. As dimensões da quadra são menores do que as de uma quadra tradicional, tendo 10m de comprimento por seis de largura. Há uma divisão de zonas de ataque e defesa. A rede também é mais baixa. No feminino, tem 1,05m de altura; no masculino, 1,15m. Os competidores precisam manter o bumbum junto ao chão durante toda a partida. A exceção é aberta quando há a tentativa de salvar bolas difíceis.

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