domingo, 16 de setembro de 2012

ANDEF homenageia atletas que participaram da Paralimpíada de Londres


Andef homenageia atletas que participaram da Paralimpíada de Londres

Wilson Spiler | Esportes Olímpicos | 16/09/2012 11h00
Foto: Wilson Spiler
A Andef realizou, na tarde da última quinta-feira (13), um evento em homenagem aos atletas que representaram a instituição na Paralimpíada de Londres. Apesar de não terem trazido medalhas, a participação deles foi histórica. No vôlei sentado, Wescley Oliveira conquistou o inédito 5º lugar para o Brasil. O jogador, que perdeu a perna esquerda em 2000, em um atropelamento, conta que conheceu a Andef através de sua tia, que o indicou à presidente da instituição, Tânia Oliveira.
"Fiquei fazendo fisioterapia e comecei no futebol de amputados. Fiz natação, atletismo, até que, em 2003, o Alexandre Oliveira (técnico da Equipe Andef Cobras e auxiliar da seleção feminina que foi a Londres) me convidou para treinar com ele. Fui para o Parapan de 2003 já como titular", relembra o atleta que sonha com voos maiores em 2016: "Ainda tem muito trabalho pela frente, mas nosso objetivo é ao menos subir no pódio", afirma.
No atletismo, Vanderson Silva, do lançamento de disco (T57), foi prejudicado pela mudança de regulamento a menos de dois meses da competição. O esportista se viu obrigado a trocar a cadeira, já que fora avisado de que ela não estaria dentro das regras estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional (CPI). Ele perdeu a perna aos 15 anos, em Barra Mansa, atropelado por um trem, e conta que conheceu a Andef no torneio Olimped, realizado em Volta Redonda. O atleta lamentou o resultado em Londres, mas garante que cresceu muito com o ocorrido.
Foto: Wilson Spiler
"Esse ano eu bati o recorde brasileiro e sul-americano do lançamento de disco com 44,77m. Tive menos de dois meses para me adaptar ao novo equipamento e não consegui repetir a marca. Isso me serviu como experiência. Só agregou valores, como ser humano, no caráter...", analisa.
Na natação, até o início da competição, Clodoaldo Silva era o maior vencedor da história do Brasil em Paralimpíadas. Ele não trouxe medalhas devido à lesão no ombro esquerdo e perdeu o posto para Daniel Dias, mas disputou final e encerrou com louvor sua participação em Jogos Paralímpicos. O atleta, devido a um problema com seu carro, não pode comparecer ao evento.
Durante a festa de encerramento da competição, 15 bailarinos demonstraram uma parcela da nossa cultura dividindo o palco com artistas de renome como Carlinhos Brown e Paralamas do Sucesso. A coreógrafa da Cia de Dança sobre rodas Corpo em Movimento, Camila Oliveira, contou que apesar do nervosismo, todos saíram satisfeitos.
"Estou há 13 anos com o grupo, que foi o único de dança inclusiva a representar o Brasil. Eles ficaram nervosos, porque dividimos o palco com grandes nomes, além de um público de 80 mil pessoas. Mas foi um nervoso gostoso, de sensação de dever cumprido!", vibra a coreógrafa.
Foto: Wilson SpilerCom a cabeça tranquila também deve dormir a presidente da instituição, Tânia Oliveira. Segundo a idealizadora do projeto, as conquistas nesses 31 anos de Andef foram impressionantes.
"Nem eu acredito que tenhamos chegado tão longe. As conquistas que tivemos foram muito grandes, ainda mais se você olhar outras partes do país. Tivemos perseverança, esforço, cooperação... a equipe é muito focada", comemora Tânia, que faz questão de definir o objetivo de seu sonho: "A Andef surgiu voltada para o trabalho, para inserir o deficiente físico no mercado. Mas nós também temos outras vertentes como o esporte e os direitos do deficiente", finaliza.
O objetivo de todos da Andef é voltar a conquistar pódios na Paralímpiada do Rio 2016, mas as maiores vitórias da instituição, todos sabem, não são as medalhas, mas a valorização da vida do deficiente físico.

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