terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Segregação no segmento de pessoas com deficiência: Carta em resposta a um político

Posted: 17 Feb 2014 09:18 AM PST
Carta em resposta a um políticoPor Deoclécio de Oliveira
Qualquer semelhança é mera coincidência
Nobre candidato,
Com o aumento dos acidentes de trânsito e esportes chamados de radicais e outras fatalidades, têm aumentado o número de pessoas com lesão medular (chamados de cadeirantes). As pessoas envolvidas nesta questão, a maioria bem esclarecida e bem sucedida financeiramente, buscam com mais afinco o cumprimento de seus direitos. Cobrando com mais empenho a questão da acessibilidade nos grandes centros das cidades, vagas para estacionar veículos em centros de maior frequência e reabilitação em Instituições de alto padrão. Uma parcela se envolve em partidos políticos, e de certa forma acabam tendo participação em cargo de alto escalão. Ressalto que existe dentro do universo da pessoa com deficiência várias patologias e a maioria são de pessoas de classe social de baixa renda e com a “falta desta conscientização” estas pessoas ficam na dependência de políticas públicas. Uma parte de políticos que dizem representá- los, não se esforçam nestas cobranças junto ao poder executivo nem mesmo criando projetos que beneficiem este segmento. Eles apenas criam leis de conscientização que apenas funcionam no papel, sem a devida fiscalização.  Devido a estes fatores, as classes mais favorecidas, não têm interesse nas questões básicas em prol do coletivo, ou seja, não há solidariedade.
Candidato, na época que nos conhecemos foi um aprendizado importante para mim. Percebia que tínhamos relativamente os mesmos interesses e percebia que quando debatíamos um tema relacionado a uma reivindicação, na maioria das vezes, ficávamos num impasse, mas tudo acontecia independente da associação em que participávamos.
Vejo hoje nas redes sociais, me baseando nos “1000 Amigos” que tenho e os mesmos ligados aos segmentos, que existem divisões com “posturas de segregações”, cada um visando seu interesse pessoal, principalmente quando envolve a questão da sobrevivência…  Acredito que pessoas com deficiência de classe social alta, formados profissionalmente e também outra parcela de famílias bem sucedidas financeiramente, não farão algo a outro segmento sócio econômico inferior.
Quanto a ser um representante parlamentar: você sabe como funciona nosso sistema político partidário, e eu particularmente, acho ultrapassado e perverso, pois tudo é um jogo de interesses e mesmo que você tenha vontade política de fazer algo para o segmento, você vai ser barrado no discurso de falta de verba e outros.  Isto prova que tudo vai ficar como está. Muitas promessas e projetos que sempre serão protelados, criando se assim uma falsa expectativa aos segmentos que se sentem prejudicados. Creio que tudo isto acontece, devido ao fato de ficar “amarrado” e subordinado ao partido político.
Candidato sei que tem boa intenção e infelizmente é assim que as coisas funcionam. Hoje tenho outra filosofia em relação à política e partidos: por outro lado tento dar minha contribuição através de artigos que escrevo e também faço comentários em matérias em que acho necessário, criticando ou elogiando, no entanto sempre procurando me manter neutro em campanhas políticas e partidárias. Procuro manter essa postura, visando o benefício de todas as camadas sociais.
Peço desculpa por não participar deste processo, pois recebi outros convites e todos tiveram a mesma resposta. Mas quem sabe na época da eleição eu possa contribuir na divulgação dos candidatos que eu achar que sejam honestos e coerentes em seus projetos.
Na possibilidade de se candidatar, não se esqueça de lutar e realizar seu projeto e pedir o comprometimento do seu partido.
Desejo sucesso e continuamos amigos.
Abraço!
Janeiro de 2014
José Deoclécio de Oliveira
Veja:

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