Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
TRANSTORNO BIPOLAR - ENTENDA UM POUCO
VEJAM MAIS SOBRE TRANSTORNO BIPOLAR EM : http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.scielo.br/img/revistas/rpc/v32s1/24419t1.gif&imgrefurl=http://www.scielo.br/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0101-60832005000700015%26lng%3Den%26nrm%3Diso&usg=__k2d79iqjWaGX_MS9SSJKic1pbLA=&h=960&w=709&sz=66&hl=pt-BR&start=12&tbnid=yNob7-wLRx55IM:&tbnh=148&tbnw=109&prev=/images%3Fq%3Dtranstorno%2Bbipolar%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG
Introdução
O transtorno de humor bipolar (THB) é um problema de saúde pública, com uma prevalência em torno de 1,5%, estando associado a elevado risco de mortalidade; aproximadamente 25% dos pacientes tentam suicídio em alguma etapa de suas vidas e, destes, cerca de 11% completam este intento (Hilty et al., 1999).
O THB, diagnosticado segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, em sua 4ª edição (DSM-IV e DSM-IV TR), é classificado em transtornos bipolares tipo I (caracterizado por um ou mais episódios maníacos ou episódios mistos), tipo II (ocorrem um ou mais episódios depressivos maiores acompanhados por, pelo menos, um episódio hipomaníaco), ciclotímicos (caracterizado por perturbação crônica e flutuante do humor) e aqueles sem outra especificação (SOE) (Hilty et al., 1999).
Durante a vida, o THB tipo I atinge aproximadamente 0,8% da população adulta, sendo homens e mulheres igualmente afetados; já o THB tipo II afeta cerca de 0,5% da população, sendo mais comum em mulheres. A prevalência dos transtornos de humor não varia significativamente com a raça. Na maioria dos estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos as diferenças raciais podem ser explicadas por razões socioeconômicas, profissionais e educacionais (Hilty et al., 1999). Estressores ambientais, transtornos somáticos e de personalidade são fatores de risco em potencial para transtornos psiquiátricos. História positiva de transtorno bipolar na família, situação socioeconômica desestruturada e famílias com alta expressão emocional são fortes preditores de THB (Gamma e Endras, 2003).
A presença de comorbidades em pacientes bipolares e o seu diagnóstico correto podem influenciar na escolha do tratamento, bem como na resposta do paciente. Entre as comorbidades psiquiátricas e clínicas mais comuns podem-se citar: transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, abuso de drogas, hipo e hipertireoidismo, hipertensão e diabetes entre outras (Hilty et al., 1999). Os principais fármacos estabilizadores do humor são o lítio, a carbamazepina e o ácido valpróico; antipsicóticos atípicos também são utilizados com este propósito (Freeman e Stoll, 1998).
Entretanto, existe uma lacuna entre a eficácia e a efetividade dos estabilizadores de humor, pois sabe-se que 66% dos pacientes com THB tratados com lítio respondem ao tratamento, mas somente a metade deles apresenta benefícios clínicos (Scott e Pope, 2002a). Apenas 1% a 2% de todas as publicações abordam quais são os fatores relacionados com a baixa eficácia na profilaxia dos transtornos bipolares (Scott e Pope, 2002a). Esses achados são frustrantes, visto que aproximadamente 50% dos pacientes bipolares interrompem o tratamento pelo menos uma vez, enquanto 30% deles o fazem ao menos duas vezes (Lingam e Scott, 2002).
Adesão ao tratamento é definida como a extensão em que os pacientes seguem as recomendações médicas. Adesão parcial é quando os pacientes omitem doses por pelo menos 30% das vezes. Existem diversos métodos de medidas de adesão, entre eles: o auto-relato, o monitoramento terapêutico do fármaco ou metabólitos, medição de parâmetros fisiológicos, refil, contagem de pílulas, monitoramento eletrônico e escalas de adesão. Para os estabilizadores de humor, o método mais usado é o monitoramento do fármaco.
Dados obtidos na literatura foram cruzados com os pesquisados no Medline (1966-2004), sob a busca adhesion or adherence or compliance and treatment and bipolar/TH. Foram encontrados 16 títulos cujo desfecho fosse relacionado à adesão ao tratamento no THB. Estudaram-se o delineamento e o enfoque, conforme mostra a tabela 1.
Adesão e transtorno bipolar
As taxas de não-adesão são altas em transtorno bipolar, representando 47% em alguma fase do tratamento ou 52% durante um período de dois anos, enquanto que pacientes inicialmente tratados com lítio permanecem em tratamento somente por seis meses. As taxas de não-adesão podem aumentar a recorrência de mania, pois 60% dos pacientes internados com mania aguda apresentavam falhas no uso da medicação no mês que antecedeu a sua hospitalização. A freqüência de episódios depressivos, hospitalizações e suicídios também aumenta com a não-adesão (Greenhouse et al., 2000). Consideram-se três aspectos na abordagem da não-adesão: as causas, os métodos de avaliação (diagnóstico da não-adesão) e as abordagens que aumentem a adesão (terapêutica).
A não-adesão ao tratamento é responsável por grandes frustrações na psiquiatria e muitos fatores tentam explicar este fenômeno: fatores ligados aos pacientes, como suas atitudes e crenças em relação ao tratamento; uso de álcool e drogas; falta de conhecimento sobre a doença; características demográficas; sexo; idade; personalidade; história familiar de transtornos psiquiátricos; estrutura familiar; gravidade da doença e polaridade; fatores ligados ao medicamento, como regimes posológicos complexos, efeitos adversos e interações medicamentosas, e fatores ligados ao médico, como suas atitudes em relação à doença e interação com o paciente. Outras razões apontadas pelos pacientes para não usarem os estabilizadores de humor são: a idéia em ter seu humor controlado por medicamentos, aceitarem o fato de ter uma doença crônica, sentirem-se bem não havendo a necessidade da medicação, sentirem-se menos atrativos ao cônjuge e aos amigos, sentirem falta dos "altos", sentirem-se deprimidos, menos criativos e produtivos (Greenhouse et al., 2000; Lingam e Scott, 2002).
Em um estudo retrospectivo em que os pacientes foram acompanhados por seis anos, sendo avaliados diversos parâmetros, somente a atitude negativa em relação à profilaxia estava correlacionada significativamente com a não-adesão, confirmando a não- adesão como principal responsável da não-efetividade da profilaxia com lítio (Schumann et al., 1999).
Outra pesquisa mostrou que as principais atitudes apontadas pelos pacientes não- aderentes são: a negação da doença; a oposição em fazer um tratamento profilático, principalmente a longo prazo; a falta de efetividade do lítio e o receio em ter efeitos adversos. Isso parece refletir a falta de insight ou aspectos de funcionamento neuropsicossocial destes pacientes (Scott e Pope, 2002b).
Colom et al. (2000) propuseram uma combinação de três instrumentos para avaliar as taxas de adesão dos pacientes bipolares, são elas: uma entrevista com o paciente questionando sobre o uso do medicamento, uma entrevista paralela com os familiares sobre o cumprimento do paciente pelo tratamento e a determinação das concentrações plasmáticas dos estabilizadores do humor durante os últimos anos. Segundo o autor, pode-se determinar com estes critérios a adesão total, a parcial e a falta de adesão.
Harvey (1991) propôs duas escalas para avaliar as taxas de adesão dos pacientes ao tratamento com estabilizadores de humor: a Lithium Attitudes Questionnaire (LAQ) e o Lithium Knowledge Test (LKT). Por meio destas escalas podem-se determinar as principais atitudes que interferem na adesão e o nível de conhecimento sobre o lítio. O LAQ é constituído de 19 questões agrupadas em sete subescalas, no qual se verifica a oposição ao tratamento de manutenção do lítio, falta de efetividade terapêutica do lítio, opinião sobre os efeitos adversos, dificuldade em tomar rotineiramente os comprimidos de lítio, negação da severidade da doença, atitude subcultural do paciente ao uso de lítio e insatisfação do paciente com seu conhecimento sobre o lítio. Para cada resposta positiva soma-se um ponto, com escore máximo de 19 pontos, e altos escores representam atitudes mais negativas do paciente em relação ao lítio (Harvey, 1991). O LKT é constituído de 20 questões que tratam do conhecimento sobre os efeitos do lítio, a efetividade e a segurança em usar o medicamento. Para cada resposta correta, soma-se um ponto e, para respostas incorretas, subtrai-se um ponto. O escore máximo era de 22 pontos e altos escores estavam vinculados ao maior conhecimento do paciente. O LKT Hazard também foi avaliado, apresentando nove questões com escore total máximo igual a nove, que avaliavam a segurança de uso do lítio, porém altos escores estavam relacionados a maiores riscos (Harvey, 1991).
Uma das medidas para melhorar a adesão dos pacientes bipolares é identificar as atitudes que os fazem interromper o tratamento e discuti-las com o paciente nas consultas, promovendo informação e conhecimento sobre a doença e o tratamento. É vital que os clínicos questionem seus pacientes sobre problemas de adesão, a fim de resolvê-los e encorajar os indivíduos a continuarem o tratamento.
Diferentes tipos de intervenções, como psicoeducação, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e terapia focada na família são capazes de aumentar a adesão.
Estudos clínicos randomizados mostraram diferenças significativas entre os grupos que receberam intervenção e controle (Colom et al., 2004; 2003ab). No grupo tratado com psicoeducação, houve redução significativa no número de recaídas e recorrências da doença, aumento do tempo de aparecimento de sintomas hipomaníacos, maníacos, depressivos e episódios mistos, além da diminuição do número e do tempo de permanência nos hospitais (Colom et al., 2004; 2003a; 2003b).
Em estudos feitos por Dogan (2003), a psicoeducação aumentou o conhecimento do paciente em relação à doença e ao medicamento, melhorou a qualidade de vida dos pacientes nos domínios geral, físico e social, diminuiu os sintomas psiquiátricos, reduzindo as recaídas e aumentando a adesão.
A TCC melhora o curso da doença bipolar, conforme estudos clínicos randomizados, e a adesão ao medicamento, com conseqüente diminuição de hospitalizações no período de seis meses quando comparados com o habitual. A TCC com ênfase na educação sobre a doença e o tratamento, com reestruturação cognitiva e intervenções para solucionar os problemas, a rotina e melhorar distúrbios do sono, diminuiu os episódios depressivos, de mania e hipomania, mantendo o paciente eutímico por mais tempo. A terapia focada na família também melhora o curso da doença, diminuindo as crises depressivas e maníacas, além de oferecer maior proteção contra as recorrências de depressão (Otto et al., 2003).
Conclusão
É fundamental a conscientização por parte dos profissionais da saúde que trabalham diretamente com os pacientes psiquiátricos quanto à importância da orientação a respeito da doença e dos medicamentos, o acompanhamento desses pacientes por meio de consultas médicas periódicas para avaliação da sintomatologia e monitoramento terapêutico dos fármacos, sendo indispensável identificar aqueles pacientes com problemas de adesão, a fim de abordar os aspectos do paciente que estão mantendo as alterações do THB e encaminhá-los para tratamentos específicos, como sessões de psicoeducação e TCC. A avaliação dos níveis plasmáticos dos fármacos não é a melhor maneira de verificar a não adesão ao tratamento, pois o paciente pode estar aderindo ao tratamento e ter estes níveis alterados devidos a outros fatores, como interações medicamentosas, por exemplo.
Referências bibliográficas
AAGAARD, J.; VESTERGAARD, P. - Predictors of Outcome in Prophylactic Lithium Treatment: a 2-Year Prospective Study. J Affect Disord 18(4): 259-266, 1990. [ Links ]
COLOM, F.; VIETA, E.; SANCHEZ-MORENO, J. et al. - Psychoeducation in Bipolar Patients with Comorbid Personality Disorders. Bipolar Disord 6(4): 294-298, 2004. [ Links ]
COLOM, F.; VIETA, E.; MARTÍNEZ-ARÁN, A. et al. - Clinical Factors Associated to Treatment Non-Compliance in Euthymic Bipolar Patients. J Clin Psychiatry 61: 549-554, 2000. [ Links ]
COLOM, F.; VIETA, E.; MARTÍNEZ-ARÁN, A. et al. - A Randomized Trial on the Efficacy of Group Psychoeducation in the Prophylaxis of Recurrentes in Bipolar Patients whose Disease is in Remission. Arch Gen Psychiatry 60: 402-407, 2003a. [ Links ]
COLOM, F.; VIETA, E.; REINARES, M. et al. - Psychoeducation Efficacy in Bipolar Disorders: Beyond Compliance Enhancement. J Clin Psychiatry 64(9): 1101-1105, 2003b. [ Links ]
CONNELLY, C.E.; DAVENPORT, Y.B.; NURBENGER, J.L. - Adherence to Treatment Regimen in a Lithium Carbonate Clinic. Arch Gen Psychiatry 39(5): 585-588, 1982. [ Links ]
DHARMENDRA, M.S.; EAGLES, J.M. - Factors Associated with Patients' Knowledge of and Attitudes Towards Treatment with Lithium. Arch Gen Psychiatry 75(1): 29-33, 2003. [ Links ]
DENNEHY, E.B.; SOPPERS, T.; RUSH, J.A. et al. - Development of a Computerized Assessment of Clinician Adherence to a Treatment Guideline for Patients with Bipolar Disorder. J Psychiatry Research 38(3): 285-294, 2004. [ Links ]
DOGAN, S.; SABANCIOGULLARI, S. - The Effects of Patient Education in Lithium Therapy on Quality of Life and Compliance. Arch Psychiatry Nurs 17(6): 270-275, 2003. [ Links ]
FREEMAN, M.P.; STOLL, A.L. - Mood Stabilizer Combinations: a Review of Safety and Efficacy. Am J Psychiatry 155: 12-21, 1998. [ Links ]
GAMMA, J.A.A.; ENDRASS, J. - Risk Factors for the Bipolar and Depression Spectra. Acta Psychiatr Scand 108(Suppl): 15-19, 2003. [ Links ]
GONZALEZ-PINTO, A.; GONZALEZ, C.; ENJUTO, S. et al. - Psychoeducation and Cognitive-Behavioral Therapy in Bipolar Disorder: an Update. Acta Psychiatr Scand 109(2): 83-90, 2004. [ Links ]
GREENHOUSE, W.J.; MEYER, B.; JOHNSON, S.L. - Coping and Medication Adherence in Bipolar Disorder. J Affect Disord 59(3): 237-241, 2000. [ Links ]
HARVEY, N.S. The Development and Descriptive Use of the Lithium Attitudes Questionnaire. J Affect Disord 22(4): 211-219, 1991. [ Links ]
HILTY, D.M.; BRADY, K.T.; HALES, R.E. - A Review of Bipolar Disorder among Adults. Psychiatric Services 50(2): 201-213, 1999. [ Links ]
KECK, P.E.; McELROY, S.L.; STRAKOWSKI, S.M. et al. - Compliance with Maintenance Treatment in Bipolar Disorder. Psychopharmacol Bull 33(1): 87-91, 1997. [ Links ]
LINGAM, R.; SCOTT, J. - Treatment Non-adherence in Affective Disorders. Acta Psychiatr Scand 105: 164-172, 2002. [ Links ]
MAARBJERG, K.; AAGAARD, J.; VESTERGAARD, P. - Adherence to Lithium Prophylaxis: I. Clinical Predictors and Patient's Reasons for Non-adherence. Pharmacopsychiatry 21(3): 121-125, 1988. [ Links ]
MIKLOWITZ, D.J.; GEORGE, E.L.; RICHARDS, J.A. et al. - A Randomized Study of Family-Focused Psychoeducation and Pharmacotherapy in the Outpatient Management of Bipolar Disorder. Arch Gen Psychiatry 6(9): 904-912, 2003. [ Links ]
OTTO, M.; REILLY-HARRINGTON, N.; SACHS, G. - Psychoeducational and Cognitive-Behavioral Strategies in the Management of Bipolar Disorder. J Affect Disord 73: 171-181, 2003. [ Links ]
POPE, M.; SCOTT, J. - Do Clinicians Understand why Individuals Stop Taking Lithium? J Affect Disord 74(3): 287-291, 2003. [ Links ]
SAJATOVIC, M.; DAVIES, M.; HROUDA, D.R. - Enhancement of Treatment Adherence among Patients with Bipolar Disorders. Psychiatric Services 55(3): 264-269, 1999. [ Links ]
SCHUMANN, C.; LENZ, G.; MÜLLER-OERLINGHAUSEN, B. - Nonadherence with Long-Term Prophylaxis: a 6-Year Naturalistic Follow-Up Study of Affectively III Patients. Psychiatry Research 89(3): 247-257, 1999. [ Links ]
SCOTT, J.; POPE, M. - Nonadherence with Mood Stabilizers: Prevalence And Predictors. J Clin Psychiatry 63(5): 384-390, 2002a. [ Links ]
SCOTT, J.; POPE, M. - Self-Reported Adherence to Treatment with Mood Stabilizers, Plasma Levels, and Psychiatric Hospitalization. Am J Psychiatriy 159(11): 1927-1929, 2002b. [ Links ]
Endereço para correspondência
Rua Luciana de Abreu, 210/701
90570-060 – Porto Alegre – RS
e-mail: asantin@terra.com.br
TRANSTORNO BIPOLAR: CONHECIDA COMO A DOENÇA DA MODA...
Você conhece alguém que sofre desta doeñça? Então saiba mais sobre ela.
QUE DOENÇA É ESSA????
O transtorno afetivo bipolar ou transtorno do humor bipolar, antes chamado psicose maniaco-depressiva, caracteriza-se pela alternância entre depressão e euforia, fases que duram dias, meses, até anos. Entre os extremos, ás vezes ocorre um periodo de estabilidade. Assim como a sìndrome do pânico foi a doença mental mais falada nos anos 80, esse mal está na moda. Segundo o psiquiatra Rennó Jr., do Hospital das Clinicas de São Paulo, autor do livro MENTES FEMININAS (EDIOURO), celebridades do mundo todo têm declarado que são bipolares, a imprensa noticia o tema e, de forma equivocada, o transtorno é associado á criatividade. Isso leva á banalização do diagnóstico. Só entre os adolescentes americanos, os casos notificados cresceram 40 vezes entres 1994 e 2003. SINTOMAS em geral, aparecem entres 20 e 30 anos. Na depressão predominam tristeza, pensamentos negativos, perda de interesse por atividades habituais e, nos casos graves, ideias de suicídio. Na euforia, a pessoa se vê otimista. Cheia de energia, inicia projetos sem finalizá-los e fica agitada, com o pensamento acelerado. Perde a fome, o sono e se irrita. A impulsividade ilimitada favorece os excessos (drogas, álcool,sexo e compras). Nos casos severos, surgem alucinações. "Há risco de evoluir p/ quadros graves. Existem evidências de que os altos e baixos danificam neurônios, penalizando a memória e a concentração", diz Rennó.
VITIMAS "As mulheres são a maioria dos cicladores rápidos, correm maior risco de alcoolismo e têm mais casamentos rompidos", diz a médica Alexandrina Meleiro, do Instituto de Psiquiatria da USP e do Conselho Científico da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtorno Afetivo (ABRATA).
CAUSAS predisposição genética (filho de bipolar te 20% de risco de herdar a doença),
abuso de drogas (inclusive anfetaminas, para emagrecer), uso indiscriminado de
antidepressivos e alterações hormonais do pós-parto, cita o psiquiatra Teng Chei
Tung, autor do livro ENIGMA BIPOLAR (MG EDITORES).
TRATAMENTO é feito com estabilizadores do humor: lítio, ácido valproico, quitiapina,
carbamazepina e ox-carbazepina, receitados por médicos. A maioria dos pacientes requer medicação a vida toda. A psicoterapia ajuda a aceitar a doença e a reorganizar a rotina.
(fonte Revista. Claudia)
* Agora que vc conhece melhor essa doença
eu indico os livros acima citado:
*MENTES FEMININAS
*ENIGMA BIPOLAR
Eu já li e garanto que são bem interessantes...
tags: bipolar, transtorno, transtorno bipolar
Transtorno Bipolar é doença pouco conhecida, mas que afeta diretamente o rendimento profissional
Crises de depressão, momentos de angústia e tristeza. “Durante dez anos vivi angustiada e me incomodava lembrar dos momentos felizes”, declara C.E.K, analista de laboratório. Com o início do tratamento, com uma psicóloga e um psiquiatra, foi possível conquistar a estabilidade e a vontade de acordar no dia seguinte. “Hoje encaro minha doença bem. Meus colegas de trabalho sabem que sofro dela e lidam bem com isso”, afirma. C.E.K é vítima do Transtorno Bipolar (TB), uma doença pouco conhecida, mas de efeitos avassaladores tanto na vida pessoal, quanto na profissional.
Segundo Teng Chei Tung, psiquiatra e integrante do Grupo de Doenças Afetivas, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, o transtorno bipolar geralmente se manifesta de forma depressiva. A pessoa fica retraída, perde auto-estima, sente muita tristeza e corre o risco de cometer suicídio. “A maioria dos pacientes vem deprimida e alguns deles me procuram porque estão irritados, ansiosos, explosivos”, explica. “Depois de analisá-los vejo que eles oscilam, têm momentos para baixo e para cima, ou seja, apresentam características de transtorno bipolar”, avalia Tung.
Essa oscilação era sentida por C.E.K. “Era uma angústia muito grande, uma vontade de ficar trancada dentro de casa. Em outros momentos, até há energia, mas o pique é diferente, pois varia demais”, lembra.
Na fase eufórica, também denominada mania, a pessoa é hiperativa, sente-se muito bem, com auto-estima elevada e apresenta grande tendência à distração. Um baita problema para o ambiente profissional. Mas não o único. “Na fase eufórica, o paciente com transtorno bipolar pode também causar diversos problemas no trabalho, pois ele quer participar de tudo, se intromete no trabalho dos outros e sempre acha que ele é quem está certo, chegando a brigar com colegas e chefes”, aponta o psiquiatra.
O agravante disso tudo é que, no dia seguinte, essa mesma pessoa hiperativa pode aparecer depressiva, sem ânimo para trabalhar e absolutamente reclusa. Lidar com essa montanha-russa é complicado não apenas para quem a tem, mas para quem precisa conviver com esse indivíduo.
As origens da doença ainda não foram identificadas, mas sabe-se que sua base é genética e que um tratamento adequado envolve medicamentos – denominados “estabilizadores do humor" - e acompanhamento psicoterápico. “O transtorno bipolar varia em diversos sentidos, como ritmo biológico e físico, a pessoa não consegue acordar cedo, provoca mudanças de apetite. No estado de euforia, a pessoa fica agitada e, quando está em depressão, ela fica lenta. Mas pode também flutuar de uma forma não em bloco, estando triste e agitada ao mesmo tempo”, aponta Tung. O tratamento do transtorno bipolar visa, assim, ajudar o paciente a ter uma vida o mais normal possível, reduzindo a freqüência e a gravidade das crises (de depressão e de mania).
Como lidar?
O fato dos sintomas do TB se confundirem com outros distúrbios psíquicos torna difícil um diagnóstico preciso da doença. E não é raro uma pessoa ser enquadrada como portadora de depressão unipolar e passar anos sendo tratada como tal. Mas, se ela tem fases de euforia e o tratamento não responde a anti-depressivos, “é um sinal de que ela possa ter TB”, avalia Tung. Foi o que ocorreu com C.E.K, cuja bipolaridade se expressa mais em depressão, mas tem fases de euforia. “Eu já estava tomando um antidepressivo há um tempo e não via efeito”, lembra a analista de laboratório. Segundo o psiquiatra, cerca de 50% das pessoas com depressão são bipolares.
Além de medicamentos, é indicado que a pessoa com TB tenha o acompanhamento de um psicólogo. “A medicação que eu tomo me deixou estável e é a terapia que me proporciona um autoconhecimento para me entender melhor e seguir adiante, para saber lidar com meu comportamento, com situações que possam colocar meu emocional em risco”, avalia.
E, assim como qualquer tratamento terapêutico, contribui para o alcance de resultados o apoio de familiares e colegas de trabalho. Em seu emprego, por ser flexível e aberta a diálogos, C.E.K não chegou a ter problemas de relacionamento, mas assim que constatou o TB, a analista optou por revelá-lo aos poucos aos colegas, algo que auxiliou o tratamento. “Procuro fazer com que as pessoas entendam que não é nada pessoal com elas, mas um desequilíbrio químico em mim que vai passar em breve”, ressalta.
Nos momentos de crise, sejam elas eufóricas ou depressivas, vale ressaltar a importância do RH da empresa conhecer a doença para melhor orientar os gestores - e equipe - a lidar com seu colaborador. E, mesmo que a doença não tenha sido diagnosticada, é recomendável que o RH a conheça para que possa sugerir a seu colaborador a busca por ajuda médica e auxiliá-lo da melhor maneira possível. Afinal, nessas crises, o paciente encontra-se num momento difícil de sua vida, podendo apresentar riscos, tais como exposição a situações vexatórias, de suicídio, prejuízo no funcionamento social, profissional e psicológico.
Para Tung, muitas vezes a pessoa só enxerga a fase da depressão, a fase em que está muito irritada. “Então ela tenta se controlar e acaba não procurando ajuda”, afirma. E, mesmo quando a doença é diagnosticada, outros obstáculos vêm à tona: é preciso lidar com o preconceito e a falta de informação da sociedade como um todo. “A minha impressão é que as pessoas ouvem muito falar da doença, mas não a entendem. Outras se identificam com algumas situações, sem conhecer de fato a doença”, aponta Tung, que escreveu o livro “Enigma bipolar – Conseqüências, diagnósticos e tratamento do transtorno bipolar” (MG Editores) com o objetivo de esclarecer essas dúvidas.
Veja alguns sintomas das duas fases de um paciente TB
Mania
• humor para cima, exaltação, alegria, otimismo e autoconfiança exagerados;
• irritabilidade, impaciência, agitação, inquietação física e mental;
• aumento da energia, da produtividade: a pessoa inicia muitas atividades e não consegue terminá-las;
• achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza e poder;
• fácil distração;
• insônia, redução da necessidade de sono;
Depressão
• angústia ou sensação de vazio, humor para baixo, tristeza profunda;
• pessimismo, idéias de culpa, fracasso, inutilidade;
• pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;
• sentimentos de insegurança, baixa auto-estima, medo;
• irritabilidade, desespero;
• desânimo, preguiça, falta de energia física e mental;
• falta de concentração, lentidão do raciocínio, memória ruim;
• falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia;
• redução da libido;
• perda ou aumento de apetite e/ou peso;
• insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado;
Fonte: www.canalrh.com.br - Agosto de 2008 - por: Lucas Toyama
Imagens: http://obipolar.com/wp-content/windowslivewriteraevoluodotranstornobipolar-e45bipolar21.jpg e http://blogbipolar-blogbipolar.blogspot.com/2008_02_01_archive.html
ATENÇÃO: A responsabilidade deste artigo é exclusiva de seu respectivo autor (fonte).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário