Matrículas de jovens da educação especial no Ensino Médio não chegam a 0,6% do total
São pouco mais de 47 mil num universo de mais de 8 milhões de alunos, segundo Censo Escolar de 2013. Dificuldade de encontrar escolas com infraestrutura necessária para atender a esses estudantes ainda é apontada como um dos grandes obstáculos nessa ação.
Por Fabiana Novello
Uma inclusão que ainda engatinha. As matrículas de adolescentes da educação especial em salas comuns do Ensino Médio não chegam a 0,6% do total. São pouco mais de 47 mil num universo de mais de 8 milhões de alunos, segundo dados do Censo Escolar de 2013. Se no Fundamental a inclusão já está mais consolidada, no Ensino Médio mudanças precisam ser feitas e quem conclui essa etapa ainda é uma exceção.
Mateus de Oliveira é um exemplo. Ele tem 18 anos e mora no bairro da Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mateus tem paralisia cerebral com comprometimento motor e já passou por sete cirurgias. E mesmo com as dificuldades que enfrenta no dia a dia, nunca desistiu de estudar.
Mateus é cadeirante. Ele concluiu o Ensino Médio na escola estadual Brigadeiro Shorcht. No início, ele ia junto com a mãe que o ajudava a conduzir a cadeira de rodas. Era quase meia hora até a escola. Depois, a diretora da instituição conseguiu com o estado transporte para ele. Mateus também tinha ajuda dos colegas quando precisava.
Mateus quer continuar estudando e quer trabalhar. Caio Lucas Veloso de Castro de Paula já tem um emprego. Ele tem síndrome de down e ao contrário de Mateus, fez apenas até o Fundamental. A escola onde ele estudava não tinha o Ensino Médio e os pais não quiseram procurar outra. Hoje, Caio trabalho em uma agência de publicidade na Zona Oeste de São Paulo. Todos os dias acorda as 6h e antes das 8h já está lá. Com o salário, ele ajuda a família.
No Censo de 2010, 1,2 milhão de brasileiros com idade entre 15 e 17 anos declararam ter algum tipo de deficiência. A dificuldade de encontrar escolas é um dos fatores que afastam do Ensino Médio regular os adolescentes da educação especial. A homogeneização é outro fator citado pela professora da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas, Maria Teresa Montoan.
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