sábado, 8 de junho de 2013

O reencontro com a ALEGRIA


Muito mais do que um rosto bonito, Fernando Fernandes diz a que veio: nenhum obstáculo poderá privá-lo de uma vida de realizações. Conheça alguém que reencontrou sua felicidade na superação que só o esporte pode proporcionar


Por Pedro Moreira/ Imagens: Divulgação

Imagem: Divulgação
O esporte tem um poder impressionante na vida de uma pessoa. Principalmente quando, por meio dele, o indivíduo consegue reconquistar a alegria, a autoestima e a vontade de se superar depois de perder o movimento das pernas. Esse é o caso do ex-modelo, ex-jogador de futebol e, atualmente, nome ilustre da paracanoagem mundial: Fernando Fernandes, que se tornou paraplégico após um acidente de carro, em 2009.
Desde criança, Fernando chamava a atenção por sua beleza. Um dia, a convite de uma produtora que morava em seu prédio, decidiu realizar um teste para a campanha publicitária de uma marca de pastilhas conhecida no mercado. Começava, assim, a dar os primeiros passos de uma carreira, a qual, caso pudesse escolher, deixaria em segundo plano.
O primeiro plano, até por influência do pai, era o futebol. Seguiu o caminho da bola durante toda a adolescência, atuando nas categorias de base de diversos times, como o Corinthians. No entanto, com 17 anos, ao levar o irmão mais novo para realizar um teste em uma agência de atores, acabou chamando a atenção e voltou a receber convites publicitários. Aceitou a oportunidade, realizando os trabalhos em paralelo ao futebol. Pouco depois, surgiu o interesse de um agente ligado à moda, e o caminho tornou-se mais lucrativo comparado ao que estava recebendo na carreira esportiva.
Em 2001, recebeu um convite para trabalhar em Nova Iorque, mudando-se para a cidade americana. Ao final dessa temporada, após ter realizado diversas campanhas para grifes de renome, Fernando decidiu retornar ao Brasil. Já em terras brasileiras, acabou sendo surpreendido.
O ANO FATÍDICO"Um dia, ao sair para correr, fui abordado por um olheiro da Globo. Foi quando recebi o convite para participar de um reality show, mas tive pouco tempo para decidir. Topei a oportunidade e duas semanas depois eu já estava dentro do programa", disse o ex-participante do Big Brother Brasil.
Teve uma curta passagem pelo reality show - aproximadamente um mês - mas foi o suficiente para ganhar um reconhecimento nacional. Ao sair, fez teatro e continuou na moda, ascendendo na carreira e realizando trabalhos reconhecidos. Tanto que, em 2009, pôde protagonizar a campanha de uma famosa marca internacional. Esse processo, de acordo com o próprio Fernando, é demorado, e os modelos não podem atuar para outras grifes até que a campanha seja lançada.
Como aguardava o lançamento da campanha, Fernando mantinha um ritmo de treinos acelerado e, visando o padrão da moda, alimentava-se pouco. No dia 04 de julho de 2009 o modelo praticou boxe, correu, passou na agência responsável pelo trabalho e ainda acabou aceitando o convite do pai para jogar futebol à noite. Noite essa que modificaria toda uma vida.
"Um dia, ao sair para correr, fui abordado por um olheiro da Globo. Foi quando recebi o convite para participar de um reality show"
"Não sei se foi o excesso de exercício com ansiedade, cansaço e pouca alimentação. Estava tarde e, ao voltar pra casa após a partida de futebol, para a qual meu pai havia me chamado, acabei dormindo no volante. Bati o carro em uma árvore, não lembro como foi, mas acho que dormi enquanto dirigia. Eu ainda estava sem o cinto de segurança, pois achava que me incomodava", declarou Fernando sobre o dia do acidente.
Quando acordou já estava no hospital e, mesmo dopado, percebeu que as pessoas o olhavam com desespero, como se algo ruim tivesse acontecido. Tentava observar seu corpo para ver se encontrava algo errado, mas não visualizava nada. Somente quando olhou para as pernas e tentou dar o comando de movimento, percebeu que as mesmas não correspondiam. Começava a entender o que estava acontecendo, mas, ainda assim, não tinha noção da dimensão do problema.
No acidente, Fernando sofreu uma lesão na 12ª vértebra da coluna. Foi necessária uma cirurgia para a implantação de oito pinos de titânio com objetivo de sustentar e proteger a região.
"A primeira reação é uma mistura de emoções, porque você não sabe exatamente o que irá acontecer. O medo se junta com a ansiedade e as dúvidas. Esperava que voltaria a andar depois de uns dias, mas só tive a noção depois de fazer fisioterapia."
"Estava tarde e, ao voltar pra casa após a partida de futebol, para a qual meu pai havia me chamado, acabei dormindo no volante"

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