sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Escola Para Todos. Mesmo!

Escola Para Todos. Mesmo!

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17 de Dezembro de 2013 por carlacodeco
IMAGEM: Desenho de uma floresta, um macaco, um pinguim, um elefante, um peixe, uma foca e um cachorro estão alinhados em frente a à mesa do professor que diz ”Para garantir uma seleção  justa, todos farão o mesmo teste: subir naquela árvore.”
IMAGEM: Desenho de uma floresta, um macaco, um pinguim, um elefante, um peixe, uma foca e um cachorro estão alinhados em frente a à mesa do professor que diz ”Para garantir uma seleção justa, todos farão o mesmo teste: subir naquela árvore.”
Por Carla Codeço
Conversando com uma amiga sobre a necessidade e a urgência do estabelecimento de fato da Educação Inclusiva, ela me disse uma frase que despertou algumas inquietações. Compartilho com vocês.
Falávamos sobre o direito à educação ser inalienável, assim como o direito à vida. Que não cabe aos pais dispor do direito dos filhos à educação. E ela complementou, falando do “direito de toda criança à educação e, no caso específico, direito da criança com deficiência à escola inclusiva – eu diria mais, direito de toda criança, com ou sem deficiência, à educação inclusiva.”
Esta conversa me fez olhar para a minha vivência de escola. Pensar no modelo de escola que tive acesso e da formação que obtive nela. Ou melhor, na formatação que ela provocou em mim.
Olhando em retrospectiva para minha trajetória escolar era como se este período da vida fosse uma prova de resistência. Se eu conseguisse passar por ela teria como prêmio poder fazer algo que gostasse na universidade. Para isso eu precisava apenas memorizar conteúdos até a data das provas para garantir as notas. E assim eu fiz. Quando consegui chegar à faculdade o que fiz foi tentar resgatar em mim as paixões,  e interesses adormecidos. Certamente muitas outras crianças e jovens que passaram pela escola fizeram o mesmo.
Se um aluno regular se sente assim, imagino que alunos com superdotação também sejam desestimulados no ambiente escolar, sentindo-se entediados ano após ano. Buscando fora da escola interesses instigantes que despertem sua excelência.
O mesmo acontece com alunos com dificuldade de aprendizagem. Os objetivos e metas traçados para a “média da turma” frequentemente são inalcançáveis e acabam desestimulando, desanimando. Nesta escola o erro é motivo de vergonha. Como aprender sem errar? Há que se esperar pela resposta certa e repeti-la. Memorizá-la. O caminho do pensamento e raciocínio pode levar ao erro e este à recriminação.
Então, afinal, este modelo serve pra quem? Para média? Quem são estes alunos para os quais o modelo de educação de que dispomos instiga e estimula ir adiante? Aqueles cinco ou seis que frequentemente disputam as melhores notas? Numa turma de 40?
Sem falar na valoração de umas disciplinas em detrimento de outras. Em nossas escolas uma nota dez em artes vale menos que a mesma nota em geografia ou história que em escala, vale menos que um dez em Matemática ou Física. Qual o propósito desta hierarquização? Queremos formar que tipo de profissionais?
A escola não deveria ser o lugar de desenvolvimento de nossas potencialidades? Que buscasse a excelência de cada um? Penso que deveria ser um lugar que provocasse o despertar de interesses, que permitisse o contato com assuntos variados possibilitando a descoberta do prazer de aprender.
A escola que temos não valoriza os distintos perfis de alunos, não atende às diferentes modalidades de aprendizagem. Se tivéssemos uma boa escola para todos, não precisaríamos estar falando de inclusão, porque esta escola já teria o olhar e a sensibilidade necessários para ensinar a todos os alunos.

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