domingo, 24 de janeiro de 2010

Deficientes ganham esteira de acesso à praia e cadeira flutuante para o mar



Projeto 'Praia para Todos' começou na Barra e vai ser itinerante.
Iniciativa é da ONG Espaço Novo Ser e funciona aos domingos, no Rio.
VEJAM MAIS EM : http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1460975-5606,00-DEFICIENTES+GANHAM+ESTEIRA+DE+ACESSO+A+PRAIA+E+CADEIRA+FLUTUANTE+PARA+O+MAR.html

A praia é conhecida pelos cariocas como o local mais democrático da cidade. Mas até hoje os deficientes físicos, principalmente os cadeirantes, não tinham acesso facilitado à areia nem ao mar. Neste domingo (24) foi dado o primeiro passo para essa inclusão social: o projeto “Praia para todos”, pioneiro no Brasil, foi lançado no Posto 3 da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, com diversas atividades adaptadas.

A principal transformação – uma iniciativa da ONG Espaço Novo Ser, com apoio da subprefeitura da Barra e de patrocinadores - é uma esteira especial, de 30 metros, feita de fibra de plástico, que vai do calçadão às tendas na areia, o que permite a passagem da cadeira de rodas. Além disso, a chamada “cadeira anfíbia” leva o deficiente ao mar e ainda flutua na água. Nas duas tendas montadas, trabalham cerca de 30 profissionais, entre professores de educação física, fisioterapeutas, estagiários e voluntários. O Praia para Todos funciona somente aos domingos, das 9h às 14h.

O idealizador do projeto é o biólogo Ricardo Gonzalez Rocha Souza, que é cadeirante. Ele sofreu um acidente de carro em 1997 e contou que desde então busca novidades em acessibilidade no mundo. “Eu frequentava exatamente essa praia, pegava onda aqui. Depois do acidente, eu vinha à praia, mas só no calçadão. A praia adaptada é um sonho virando realidade”, disse.


Deficiente usa cadeira adaptada para chegar ao mar (Foto: Carolina Lauriano / G1)

Infraestrutura

Prancha de surfe adaptada pelo surfista Rico de Souza, mais vagas de estacionamento reservadas, rampas de acesso nas vias, sinalização sonora e até piso tátil para os deficientes visuais fazem parte da infraestrutura montada pelo projeto. Quando chegam à tenda, os deficientes têm disponíveis atividades como surfe, vôlei sentado, frescobol, peteca e o banho de piscina assistido, planejado para as crianças.

“O cara chega aqui, tem a cadeira anfíbia. Cansou, vai jogar vôlei; enjoou, vai surfar, vai jogar frescobol, o cara tem diversão toda hora”, destacou o cadeirante Fábio Fernandes, um dos organizadores do Praia para Todos e estudante de Direito. Em 1999, aos 23 anos, voltando de um show de uma banda a qual ele era o produtor, Fábio bateu de carro e ficou paraplégico.

“Antes a gente só descia do calçadão se fosse no colo. Hoje podemos falar que a praia é realmente para todos. Isso aqui vai se tornar um remédio para essas pessoas. Remédio para a depressão, para tudo”, exaltou ele, que tomou banho de mar e também pegou onda com a prancha adaptada.



João Pedro se diverte na piscina com profissionais especializados (Foto: Carolina Lauriano/G1)
O pequeno João Pedro, de 2 anos e 10 meses, tem uma doença rara, a leucodistrofia, que afeta o sistema nervoso central. A mãe dele, a dona-de-casa Nínive Oliveira Ferreira, contou que veio de Realengo e agora pode aproveitar a praia tranquila. João Pedro não queria sair da piscina, onde ficou com uma profissional.

“Para quem vive o problema, a gente sabe o tamanho da importância desse projeto. Antes eu só vinha do calçadão pra cima, eu não tinha como levar ele no mar ou na areia. É um projeto brilhante, espero que tenham outras iniciativas, porque o acesso é muito pouco”, disse.
Objetivo é ter posto fixo

O subprefeito da Barra da Tijuca, Tiago Mohamed, afirmou que está aberto a fazer as mesmas mudanças no Recreio. “O que a gente fez aqui é pouco perto do benefício que isso traz para eles. Os deficientes sempre estiveram excluídos desse espaço”, declarou ele.

O projeto é itinerante. Na Barra, vai ficar até o dia 28 de março. Depois, segue para Copacabana, na Zona Sul, e fica até o dia 25 de abril. Em seguida vai para a praia de Ipanema, do dia 2 ao dia 16 de maio. Por fim, o “Praia para Todos” vai para o Piscinão de Ramos, no subúrbio do Rio, do dia 23 ao dia 3 de maio.

A intenção dos organizadores é entregar um relatório de toda a estrutura para a Prefeitura do Rio, com o objetivo de que seja montado pelo menos um posto adaptado em cada praia da cidade e que ele seja fixo.

SAIBAM MAIS : http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1456799-5606,00-PROJETOS+SOCIAIS+MELHORAM+CASAS+E+FACILITAM+ACESSO+DE+DEFICIENTES+A+PRAIA.html

Modificações transformam a rotina das pessoas.
Cadeira anfíbia facilita o banho de mar.

Um projeto social, no Rio, ajuda portadores de necessidades especiais sem condições financeiras a adaptar suas casas. As modificações melhoram a rotina e a saúde dessas pessoas.

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Na Praia do Leblon, na Zona Sul, um representante da organização Rio-Inclui faz esse trabalho e explica como ele funciona.

A meta é adaptar 50 casas para facilitar e tornar mais segura a moradia de quem tem necessidades especiais. Só podem se inscrever as pessoas que moram no Rio de Janeiro, tem casa própria e que tem renda familiar de até meio salário mínimo.

Segundo o coordenador do projeto, Rafael Oliveira, o programa é chamado Moradia e Acesso, que prevê mobilidade e acesso para pessoas com deficiência.

“A ideia é justamente é exatamente essa. As pessoas vão ligar para o nosso telefone, que é 2503-4636, podem se inscrever porque é completamente gratuito, e a gente prevê um serviço de alargamento de porta, de colocação de barra de apoio e de colocação de rampa de acesso para as cadeiras de roda. Então, são intervenções diretamente na qualidade de vida e na acessibilidade dessas pessoas com deficiência”.

O coordenador conta que quatro casas já foram reformadas e o resultado é bastante positivo.

“É fantástico. Por exemplo, teve o caso da Dona Maria, que é uma senhora que mora em Sepetiba, que não saía de casa há 6 anos. A casa dela tinha um desnível muito grande entre a cozinha e o quarto. A gente então nivelou a sala dela, mudou a porta de lugar, de forma que ela pudesse transitar suavemente dentro da casa. Então, são melhoras como essa que podem intervir diretamente na qualidade de vida dessas pessoas com deficiência”.
Cadeira anfíbia

Outra novidade que vai mudar o verão no Rio é a cadeira anfíbia, que pode ser usada na areia da praia.

O projeto começa no posto 3 da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, a partir de domingo (24), das 9h às 14h, onde será montada uma tenda e haverá uma esteira que vai descer a rampa, quando não houver rampa na praia, e levar as pessoas até o meio da areia. A tenda ficará no local até o fim de março e depois segue para Ipanema e Copacabana, na Zona Sul, e para o Piscinão de Ramos.

A cadeira anfíbia pode ser usada dentro da água. É o que explica o coordenador da Praia para Todos, Fábio Fernandes.

“Essa é uma iniciativa da nossa ONG, a Espaço Novo Ser, e nós trouxemos uma esteira, com várias parcerias. E essa esteira permite que a cadeira ande em cima dela. No meio da praia, nós temos várias tendas onde o deficiente chega e é feito um mapeamento e cadastro dele para saber de que tipo de modalidade esportiva ele quer participar. Além do banho assistido, que é o que a gente chama com essa cadeira anfíbia, nós temos o surf adaptado, dominó, frescobol, o vôlei sentado, entre outras modalidades”.

VEJAM AINDA EM : http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1427206-5606,00-PORTADORES+DE+DEFICIENCIA+FISICA+GANHAM+ACESSO+A+PRAIAS+NO+RIO.html

Uma iniciativa de um jovem tornou possível o acesso de portadores de deficiência física às areias das praias cariocas. Junto com amigos, Henrique Saraiva, que usa muletas, criou a ONG AdaptSurf e criou esteiras próprias para portadores de necessidades especiais na Praia do Leblon, na Zona Sul do Rio.

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A prefeitura forneceu alguns equipamentos e o resto foi a boa vontade de Henrique. Na areia, muletas e pernas mecânicas já podem ser vista ao lado de banhistas. Em um trecho da Praia do Leblon esse cenário já é comum.

“É muito gratificante ver que a gente está prestando esse serviço e está podendo ajudar alguém. Eu já senti na pele e sei que é muito bom. Não tem preço”, disse o fundador da ONG, Henrique Saraiva.

A dona de casa Ana Paula Cândido teve uma das pernas amputada depois de um acidente. “Antes, eu tinha vergonha até mesmo de sair de casa e de fazer as coisas. Hoje não”, contou.

Para quem usa cadeira de rodas, a areia ainda é um grande obstáculo. “Não adianta vir à praia para a gente ficar olhando, porque só dá inveja”, comenta um jovem.
Problema ainda evidente

A costa brasileira é quase toda cheia de praia. Mas, para os portadores de deficiência física, muitas vezes o lazer termina no calçadão. São raras as praias que tem a placa de acesso a quem precisa. O cenário da Praia do Leblon poderia ser muito mais comum em todo o Brasil, mas não existe lei federal que obrigue a criação desses acessos na praia.

A ONG AdaptSurf oferece aulas de surf para portadores de deficiência física. “A gente faz uma avaliação inicial e, a partir daí, a gente vai saber o tipo de aula que a gente vai desenvolver. É aberta a qualquer tipo de deficiência, não tem restrição alguma e totalmente gratuito”, explicou a coordenadora da ONG, Luana Nobre.

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