segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Brasil perde único mesatenista medalhista dos Jogos Paraolímpicos


Luiz Algacir foi medalhista de prata nas Paraolimpíadas de Pequim, em 2008

O para-atleta Luiz Algacir, único medalhista brasileiro do tênis de mesa em Jogos Paraolímpicos, que estava internado desde julho de 2009 para tratamento de um câncer, faleceu às 6h30 do último sábado, aos 36 anos de idade.

A medalha de prata conquistada nas Paraolimpíadas de Pequim, em 2008, foi seu maior feito na carreira. Luiz Algacir foi o primeiro brasileiro a alcançar o pódio no tênis de mesa paraolímpico. “Ele foi o maior atleta brasileiro do tênis de mesa”, garante Benedito Rodrigues de Oliveira, o Benê, técnico de Algacir.

“Recebemos consternados a notícia sobre o falecimento do atleta Luiz Algacir, um dos mais queridos no movimento paraolímpico”, lamentou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).

“Ele foi um dos atletas de maior relevância no cenário nacional, teve uma carreira incrível, que culminou com a medalha de prata em Pequim. Além de um grande atleta era uma grande pessoa. Nossa condolências à família. O CPB se põe à disposição”, completou Parsons.

Paralisia

Luiz era extremamente querido pelos amigos e companheiros de esporte. O tênis de mesa era a paixão deste curitibano que perdeu os movimentos das pernas aos 15 anos, após cair de uma árvore em Foz do Iguaçu.

O esporte entrou na sua vida aos 18 anos. Mas antes jogava basquete e tênis. Foi a amiga e também atleta Maria Luiza Passos que o convenceu a ir para o tênis de mesa. O encanto foi tanto que o sonho dele era ensinar a modalidade para crianças depois que abandonasse as competições.

“Quero encerrar a carreira realizado, depois de alcançar todos os meus objetivos. Mas não vou conseguir ficar longe do esporte, por isso pretendo ser técnico de criança”, planejava, antes das Paraolimpíadas de Pequim.

Carreira

Além da medalha de prata paraolímpica, o atleta paranaense tinha dois ouros parapanamericanos, conquistados em 2007, no Rio de Janeiro, um individual e outro em equipe. Luiz Algacir também foi eleito duas vezes consecutivas o melhor jogador cadeirante das Américas: em 2001 e 2002.

“Ele foi a pessoa mais fantástica com quem eu já trabalhei. Ele sabia ouvir, sabia aplicar a técnica e sabia treinar forte”, recorda Benê. Luiz Algacir foi enterrado ontem, no Cemitério do Boqueirão.

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