A equipe combate o preconceito, mas sem perder o bom-humor. Só o nome do time já dá sinal disso. E os apelidos dos jogadores também. Evanildo é o Muralha. O atacante se chama Robertão. É na marcação está sempre Rambo.
Há muitos convites para partidas de exibição e campeonatos pelos súbúrbios e interior do Ceará, seja em inaugurações de ginásios, feiras agropecuárias ou jogos de abertura para algum clássico regional. “O pessoal joga duro com a gente, porque ninguém quer perder para um time de anões. Mas eles são surpreendidos por nossa rapidez e habilidade”, afirma Faltino, com a bola dominada nos pés que chega quase à altura de seus joelhos.
Faltino não esconde que a inspiração foi a equipe Gigantes do Norte, criado em 2007, em Belém do Pará, como primeiro time de anões do Brasil. Em 2009, aconteceu o primeiro torneio brasileiro de anões. E os cearenses venceram após baterem grupos do Rio de Janeiro e São Paulo. Na época, o time chamava Rapadura Cearense.
O time brinca que falta ainda um mascote para eles. “A gente está procurando uma Branca de Neve. Muitas garotas pedem para tirar foto com a gente e só. Vamos lançar uma campanha #aparecebrancadeneve”, se empolga o atacante Alves Filho, que também faz as vezes de lutador de MMA.
Além dos Gigantes do Cangaço e do Norte, há mais três equipes de anões no Brasil: os Carioquinhas (RJ), os Minicraques (SP) e o Anões City, de Itabaiana, cidade sergipana considerada a capital do nanismo no país por ter muitos casos dentro de sua população.
Internacionalmente, os portadores de nanismo contam até com sua Olimpíada. Os Jogos Mundiais de Anões acontecem de quatro em quatro anos. Sua última edição foi em 2013 nos EUA, reunindo 500 atletas de 25 países. O Brasil foi representado por um grupo de halterofilistas que ganhou quatro medalhas de ouro no levantamento de peso. Entre as modalidades dos Jogos estão futebol, natação, tênis de mesa, vôlei, atletismo, tiro, halterofilismo, arco e flecha, badminton, basquete, hóquei ou curling.
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