‘Projeto Infância’ existe há dois anos e atende 80 pessoas.
Há dois anos projeto auxilia no aprendizado escolar
de crianças (Foto: Divulgação/Projeto Infância)
de crianças (Foto: Divulgação/Projeto Infância)
Ensinar crianças por meio da arte de brincar é a finalidade de um projeto realizado emUberlândia, que atende em média 80 crianças com deficiência, com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), que dependem de Atendimento Educacional Especializado (AEE) ou que simplesmente apresentam dificuldades no aprendizado escolar.
Há dois anos instalado no Bairro Fundinho, o espaço do “Projeto Infância” é formado por uma clínica multiprofissional onde são feitos atendimentos clínicos e pedagógicos, cursos, oficinas, palestras, grupos de estudos e rodas de conversas que tem como objetivo promover o desenvolvimento da infância contemporânea. Seja ouvindo uma história, fazendo uma pintura, criando brinquedos de sucata, participando de uma gincana com diversas brincadeiras ou até durante as aulas de reforço de Matemática. O lúdico é aproveitado e de alguma forma a criança brinca e se diverte sem perceber que está em “atendimento”.
De acordo com a psicóloga infantil e sócia da clínica, Damiane Junqueira Finotti, todos os profissionais do projeto estimulam as crianças com jogos e brincadeiras e, assim, os resultados começam a ser nítidos no decorrer dos tratamentos. “Quanto mais a criança tiver a oportunidade de brincar e se socializar, mais estímulo ela terá para superar as dificuldades que apresenta em determinadas situações, principalmente em relação ao aprendizado”, justificou a especialista.
Infância contemporânea saudável
Além dos recursos tradicionais como desenhar, pintar, ler e ouvir histórias infantis, os jogos educativos também são utilizados no tratamento das crianças, que chegam à clínica e se sentem à vontade no ambiente que acolhe e oferece brinquedos.
Além dos recursos tradicionais como desenhar, pintar, ler e ouvir histórias infantis, os jogos educativos também são utilizados no tratamento das crianças, que chegam à clínica e se sentem à vontade no ambiente que acolhe e oferece brinquedos.
Várias oficinas como de pintura e criação de brinquedos de sucata são realizadas pelo projeto
(Foto: Divulgação/Projeto Infância)
(Foto: Divulgação/Projeto Infância)
A venda desses jogos pedagógicos também é feita para que o projeto possa se estender às casas das famílias que visitam o local. O intuito, segundo os profissionais, é reforçar a preocupação com o desenvolvimento infantil, com o consumismo e a qualidade dos brinquedos oferecidos às crianças atuais, apresentando recursos lúdicos diferenciados, que divertem e promovem aprendizado significativo desde a primeira infância. “Até colocamos os preços abaixo de mercado para que esses jogos possam ser acessíveis a todos e para que os pais possam oferecer, em casa, atividades orientadas”, disse Damiane.
Quanto mais a criança brincar, mais estímulo ela terá para superar as dificuldades”
Damiane Junqueira, psicóloga infantil
Para crianças maiores, que não abrem mão da tecnologia, também têm o espaço garantido. Segundo a fonoaudióloga e também sócia da empresa, Sandra Barbosa Souza, softwares e jogos de computador também podem fazer parte do cotidiano das crianças tranquilamente, desde que sejam educativos e realizados de forma regrada. “As crianças de hoje têm acesso à tecnologia que não tínhamos antigamente, porque não existia ou era muito cara. Então a gente não pode ignorar isso, mas usar as ferramentas necessárias. Estimular a idade certa, com jogos adequados com aquilo que a criança necessita”, comentou.
Inclusive uma das crianças atendidas pela fonoaudióloga tem dificuldades em se comunicar e a forma encontrada foi desenvolvendo um programa para computador específico, que trabalha a escrita e a leitura, a fim de estimulá-la durante as sessões de fono.
Atendimento personalizado e atenção familiar
As principais causas que levam os pais a procurar o projeto são as queixas escolares de que os filhos estão apresentando alguma dificuldade para aprender em sala de aula. Diante disso, Sandra esclareceu que os profissionais analisam a situação do paciente e o direciona ao tratamento personalizado. Dependendo da demanda, no mesmo local ele pode ser atendido por psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e pedagogos que ministram de aulas particulares. Eles recebem alta à medida que vão finalizando o tratamento em determinado setor.
As principais causas que levam os pais a procurar o projeto são as queixas escolares de que os filhos estão apresentando alguma dificuldade para aprender em sala de aula. Diante disso, Sandra esclareceu que os profissionais analisam a situação do paciente e o direciona ao tratamento personalizado. Dependendo da demanda, no mesmo local ele pode ser atendido por psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e pedagogos que ministram de aulas particulares. Eles recebem alta à medida que vão finalizando o tratamento em determinado setor.
Mesmo com tanta atenção, carinho e ajuda dos profissionais qualificados, o apoio dos pais se faz incondicional no tratamento. “A gente precisa da paciência e dedicação dos pais porque o processo de alfabetização, às vezes, é demorado. A criança apresenta resposta, mas talvez não da forma que a família espera e é onde muitas desistem do atendimento. Também há casos de que algumas condutas em casa devem ser mudadas para ajudar no tratamento do filho e nem todos aceitam essas mudanças”, explicou Sandra Barbosa.
Ele está muito mais centrado desde que começou [o atendimento]“
Tatiane Domingues, mãe de paciente autista
O filho de 11 anos da administradora de empresas Tatiane Rodrigues é autista e há três meses faz acompanhamento psicopedagógico no “Projeto Infância”. Ela conta que já levou o filho a vários médicos e o diagnóstico foi dado apenas depois dos cinco anos de idade. Desde então, ela leva o garoto a vários atendimentos, mas foi pelo projeto que ela teve o respaldo mais positivo.
Como Uberlândia ainda não tem um centro de convivência para crianças autistas, a mãe garante que está feliz por ter descoberto o espaço. Durante a terapia, a criança brinca e desenvolve habilidades por meio de um software, além da sessão diária com a psicóloga por 50 minutos. “Ele está muito mais centrado desde que começou. Como ele é uma criança não verbal, é difícil falar em respostas imediatas, mas para a mãe de um autista um simples beijo já é ganhar o dia e eu percebo o quanto ele está feliz também”, ressaltou Tatiane.
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