por Alysson Muotri |
categoria Espiral
Quando se fala em indivíduos autistas, a maioria imagina pessoas isoladas socialmente, com dificuldade em comunicação e envolvidas em comportamentos repetitivos e estereotipados. De fato, para ser considerado dentro do espectro autista, basta apresentar sintomas relacionados a essas características. Porém, essa definição é restrita, rasa, e não reflete a condição autista em sua totalidade. O lado positivo do autismo é pouco lembrado, o que contribui para problemas de inclusão social.
Indivíduos autistas são extremamente focados e conseguem se dedicar a uma atividade especifica por muito tempo. Em geral, essa dedicação vem acompanhada de uma atenção aos detalhes, sensibilidade ao ambiente e capacidade de raciocínio acima do normal, o que colocaria essas pessoas em vantagem em determinadas situações. Uma dessas situações está presente justamente em alguns aspectos do processo científicos.
A ciência não vive apenas de criatividade e pensamento abstrato. Na verdade, a maioria dos cientistas segue uma carreira metódica, racional, com incrementos sequenciais no processo de descoberta científica. Esse trabalho exige atenção e dedicação acima do normal, por isso mesmo cientistas acabam sendo “selecionados” para esse tipo de atividade. O momento de “eureca” é extremamente raro na ciência.
Da mesma forma, são raros os casos de autistas superdotados, com capacidades extraordinárias. Esse tipo de característica, retratada no filme RainMan, acaba ajudando esses indivíduos a se estabelecerem de forma independente. É o caso de Stephen Wiltshire que vive de sua arte porque consegue desenhar em três dimensões uma cidade inteira após sobrevoá-la de helicóptero uma única vez. Mas e no caso dos outros indivíduos, que não necessariamente possuem uma habilidade tão evidente? Será que poderíamos incorporá-los em alguma outra atividade aonde suas características sejam de grande vantagem?
Indivíduos autistas usam o cérebro de forma diferente. Regiões do cérebro relacionadas ao processo visual são, em geral, bem mais acentuadas. Por isso mesmo, autistas conseguem perceber variações em padrões repetidos mais rapidamente e com mais precisão do que pessoas “normais”, ou fora do espectro autista. Autistas também superam não-autistas em detectar variações em frequências sonoras, visualização de estruturas complexas e manipulação mental de objetos tridimensionais.
Retardo intelectual é, quase sempre, relacionado ao autismo. Mas vale lembrar que a maioria dos testes utiliza linguagem verbal, o que coloca os autistas em desvantagem. Esse tipo de abordagem merece uma revisão mais criteriosa. Aposto que se refizéssemos algumas dessas pesquisas os resultados seriam diferentes e contribuiriam para a redução do preconceito.
Muitos autistas poderiam ser aproveitados pela academia. Desde cedo, esses indivíduos demonstram profundo interesse em informações, números, geografia, dados, enfim, tudo que é necessário para a formação de um pensamento científico. Além disso, possuem capacidade autodidática e podem se tornar especialistas em determinada área – ambas as características são importantes no cientista. Algumas das vantagens intelectuais (e mesmo pessoais) de indivíduos autistas acabam sendo atraentes em laboratórios científicos. Não me interprete mal, não estou sugerindo o uso de autistas como objeto de estudo (o que já acontece e é útil também), mas como agentes da descoberta cientifica.
Tenho certeza de que poderíamos incluir cientistas autistas no contexto de descoberta cientifica atual e explorar esse tipo de inteligência. Um exemplo disso é o laboratório do Dr. Laurent Mottron, que trabalha com a cientista-autista Michelle Dawson faz 7 anos. Laurent descreveu recentemente sua experiência empregando cientistas autistas na última edição da revista Nature. Michelle tem a capacidade de manusear mentalmente um número enorme de dados ao mesmo tempo, faz isso naturalmente. E enquanto não conseguimos nem lembrar o que vestimos ontem, autistas como Michelle nos surpreendem com uma memoria impecável.
Ela recorda todos os dados gerados do laboratório e tem papel fundamental no desenho de experimentos de outros cientistas. Juntos, Laurent e Michelle já assinaram mais de 14 trabalhos juntos. Outro exemplo clássico é Temple Grandin, autista que obteve seu PhD em veterinária e, usando seu raciocínio visual, desenvolveu novos protocolos para redução de estresse em animais para o consumo de carne. Grandin é atualmente professora da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA.
Acredito que autistas podem dar uma contribuição excepcional para o mundo se conseguirmos colocá-los no ambiente ideal. É um desafio social, mas que começa com a conscientização da condição autista. Organizações internacionais já existem com a finalidade de auxiliar autistas a se encaixarem no mercado de trabalho. Exemplos são as firmas Aspiritech, nos EUA, e Specialisterne, na Holanda. Com o tempo, outros lugares vão perceber que a mão-de-obra autista é extremamente especializada e começarão a explorar esse nicho.
Obviamente o autismo traz limitações, como o entrosamento social, problemas motores e a dificuldade de comunicação. Com isso, eles não vão conseguir se adaptar facilmente a trabalhos que envolvam comunicação social intensa. Em casos mais graves, muito provavelmente, vão depender da sociedade por toda a vida. Ignorar essas limitações é tão prejudicial quanto ignorar as vantagens que o autismo pode oferecer nos casos mais leves. Talvez o maior reflexo de uma sociedade avançada esteja em como ela acomoda suas minorias. Enquanto as oportunidades terapêuticas para o autismo não chegam, acredito que o que esses indivíduos mais precisam agora seja respeito, inclusão e, acima de tudo, oportunidades.
33 Comentários para “Incluindo autistas na ciência”
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- 33Nataly Pessoa:
27 abril, 2012 as 6:48 pmOlá pessoal, sou portadora da SÍNDROME DE ASPERGER, um leve grau do espectro autista, tenho 26 anos e sou estudante de Direito, confesso que já passei e ainda passo por diversas dificuldades quanto ao convívio social e manter rotinas, sofro muito com mudanças destas até hoje. Estou com 3 especialistas, muito mais feliz, meus colegas de sala e professores sabem da minha condição, estou me dando muito bem em concursos públicos, pois tenho um foco muito importante no que faço, que são os estudos, Quero afirmar com toda certeza, que nós autistas somos muitos capazes e podemos chegar muito longe em qualquer área,Enfim, quero ser Advogada e pretendo defender a inclusão social de nós autistas e demais deficientes mentais em todas as esferas da sociedade, seja nas escolas, no mercado de trabalho, Estou disposta a ir cada vez mais longe… - 32ALBERTINA CHRAIM:
15 dezembro, 2011 as 7:08 am(feito para um autista)ESPECIAL SERInclua-me em tua vida
Para nosso crescimento interior,
Também quero guardar na lembrança,
Teu carinho de professor…Não me marginalize da sociedade
Obrigando-me ao confinamento,
Distanciando-me já nas primeiras aulas
As possíveis oportunidades…Já basta meu destino
Que aos olhos do outro só lamento,
Por me avaliarem pelo que não sei fazer
Me condenando ao isolamento…Não sou diferente por ser especial,
Sou especial por ser diferente
Pois incluir também é cosia séria
É cadeira da educação…Se o ensino é regular
É obrigatória a união,
Então direciona- me as oportunidades
Pertinente a qualquer cidadão…Vamos efetivar a inclusão
Valorizando as diferenças,
Não importa em qual situação,
Isolar-me da sociedade
É ser conivente com a segregação…Diga não ao clientelismo
Do desejo do perfeito,
Também somos feitos de intelectos
Corpo físico e emoção…Agora que já sou aceito
Me ajude na integração,
Temos formas diferentes
De estruturar a razão…Se meu corpo não lhe parece inteiro
Nem meu pensamento é coeso
Não meu julgues por não pertencer
Ao teu mundo da perfeição…Pois mais imperfeito que te pareço ser
Tenho todas as necessidades
Como qualquer cidadão.
Necessito ser aceito
Do jeito que consigo ser,
Quero apenas poder ser digno
De tua compreensão…Não te assuste se alucino
Ou se louco te pareço
Pois a maior loucura do mundo
É uma vida de exclusão…Já bastam minhas dificuldades
De compreender o mundo real
Não me limite ainda mais
Ao isolamento total…Se te parece difícil
Compreender minhas limitações
Mais difícil ainda é para mim
Conviver com a exclusão…Não te assustes ao me ver
Pois nenhum mal te farei
Quero apenas teu afago
Ensinando-me a viverAlbertina de Mattos Chraim - 31CLENIA SÃO LUIS-MA:
25 novembro, 2011 as 10:57 pmSou mãe de Ricardo, um autista lindo de 7 anos, que ainda não desenvolveu nenhuma habilidade acima do normal mas me dá mta alegria quando me abraça ou passa de sua cama para a minha durante a madrugada,esses sete anos foram de superação. Tem dia que ele tá tão levado que até esqueço que é autista. Uma coisa que me chama a atençao é as pessoas o olhar num primeiro momento com admiração por ele ser bem afeiçoado, mas qdo percebem as esteriotipias olham para nós com pena, mal elas sabem que hoje é mais fácil ter um filho AUTISTA do que ter um filho se drogando ou em PRESÍDIO cumprindo pena por um crime qualquer. Alguns autistas conseguem superar suas limitições, porém, muitas pessoas não autistas não conseguem siquer parar de fumar cigarro. - 30Patrizia:
13 novembro, 2011 as 11:47 pmO autismo e uma condicao que apresenta grande variabilidade, de formas que nao se pode generalizar tipo ” autista padrao. Ha grande numero de autistas que nao conseguem ter qualquer relacao com o mundo externo. O que Einstein, Da Vinci e outros genios parecem ter em comum foi ADD, nao autismo. - 29AngelaArbex:
13 novembro, 2011 as 10:28 amPerdão, onde falei piscopata, na verdade estava falando da esquizofrenia. As pessoas que têm esquizofrenia são pessoas talentosas, e quando têm oportunidade, são grandes artistas. Deveríamos estar mais bem preparados para desenvolver talentos, mas ainda é tudo tão precário – tratamentos caros e de difícel acesso. - 28Tamiris:
9 novembro, 2011 as 9:58 pmSou bipolar, e tenho a consequencias sociais da doença no meu dia a dia, simplismente adorei o que vc escreveu. - 27Juliano:
9 novembro, 2011 as 1:46 pmParabéns pela matéria. Vale lembrar que muitas pessoas cogitam a possibilidade de Einstein ter sido autista.
Lendo os comentários, vi um que me chaou a atencao, sobre os autistas violentos. Como biólogo, eu consigo entender perfeitamente as limitacoes e o imenso potencial de um autista e saberia lidar com ambos os aspectos. Porém para pessoas sem o conhecimento e apoio profissional adequado, criar um filho autista pode ter consequencias desastrosas. Encher a crianca de amor e carinho nao é suficiente se a os pais nao entendem como um cérebro autisto funciona. Dizer que um filho autista cresceu violento apesar de todo o carinho e amor revela a falta de percepcao de como o cérebro autista funciona. Dar carinho e amor nao é igual a entender o filho. Enfim, isso é um tema complexo e muita pesquisa vem sendo desenvolvida.
O que eu gostaria de ressaltar aqui é uma matéria que saiu no PlosOne e que praticamente foi ignorada pela mídia brasileira:
André C. R. Martins (2011) Change and Aging Senescence as an Adaptation. PLoS ONE 6(9): e24328. doi:10.1371/journal.pone.0024328
É um artigo muito bem bolado, escrito por um brasileiro e publicado numa das melhores revistas científicas, sobre a evolucao do envelhecimento. Porque os seres vivos envelhecem? A resposta veio de um modelo que considera processos evolutivos e ecológicos. - 26Juliano:
9 novembro, 2011 as 11:05 amParabéns pela matéria. Vale lembrar que muitas pessoas cogitam a possibilidade de Einstein ter sido autista.
Lendo os comentários, vi um que me chaou a atencao, sobre os autistas violentos. Como biólogo, eu consigo entender perfeitamente as limitacoes e o imenso potencial de um autista e saberia lidar com ambos os aspectos. Porém para pessoas sem o conhecimento e apoio profissional adequado, criar um filho autista pode ter consequencias desastrosas. Encher a crianca de amor e carinho nao é suficiente se a os pais nao entendem como um cérebro autisto funciona. Dizer que um filho autista cresceu violento apesar de todo o carinho e amor revela a falta de percepcao de como o cérebro autista funciona. Dar carinho e amor nao é igual a entender o filho. Enfim, isso é um tema complexo e muita pesquisa vem sendo desenvolvida.
O que eu gostaria de ressaltar aqui é uma matéria que saiu no PlosOne e que praticamente foi ignorada pela mídia brasileira:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0024328
É um artigo muito bem bolado, escrito por um brasileiro e publicado numa das melhores revistas científicas, sobre a evolucao do envelhecimento. Porque os seres vivos envelhecem? A resposta veio de um modelo que considera processos evolutivos e ecológicos. - 25eva vilma:
7 novembro, 2011 as 11:41 pmMuito interessante a materia….sou Pedagoga e estou me especializando na Ed Especial, trabalho com crianças com autismo e tudo o que encontro sobre o tema é bem vindo. acabamos de criar um blog da nossa sala de recursos, ainda estou apanhando um pouco nos recursos tecnológicos, mas vou tentar criar um link para o seu…PARABÉNS!!! - 24Bruno Sampaio:
7 novembro, 2011 as 1:14 amParabéns pela matéria.
Sou estudante de psicologia e fiquei surpreso e feliz pelas informações trazidas.
Mais uma vez, meus sinceros parabéns!Espero que todas as minorias possam ser um dia tão visíveis, que se tornem invisíveis. - 23Stella Maris Albertoni:
6 novembro, 2011 as 9:56 pmGostei muito da matéria e do comentário do Daniel - 22Valeria Dantas:
6 novembro, 2011 as 3:35 pmLi hoje uma reportagem na revista “Isto e ” desta semana , que ‘e
,uma copia do seu artigo e fiquei indignada pois a jornalista nao fez
nenhuma referencia indicando que a pesquisa eh sua .
Tenho parentes autistas na familia e acompanho a seriedade e etica do seu trabalho .
Parabens pelo seu trabalho e recrimino a revista Isto e pela incompetencia da colunista. - 21Denise Moura:
5 novembro, 2011 as 6:25 pmEm poucos anos poderemos estar diante de uma revolução na forma como encaramos os transtornos do espectro autista. Essa idéia de que estamos perdendo cérebros muito produtivos para a sociedade já me acompanha há algum tempo. Quem convive com eles sabe que sua forma de entender o mundo é diferente, mas não é menos capacitada. Suas habilidades acima da média na área da memória e no interesse, quase que obsessivo, por determinados temas, superam suas inabilidades em outros aspectos, como o motor e o social. É chegada a hora de nos adaptarmos a eles e não exigirmos que eles se adaptem, de qualquer forma, às regras ditas “normais”. E o começo de tudo está na ESCOLA, na revisão dos conteúdos, métodos e avaliações. Seremos mais felizes quando compreendermos que as diferenças abrem caminho para as trocas e não podem ser encaradas como uma uma via de mão única. Neurotípicos ensinando autistas como devem agir e pensar não permite que aproveitemos seu potencial que é tão peculiar! Em busca de um mundo melhor e mais tolerante… - 20ADRIANO GALVÃO CRUZ:
5 novembro, 2011 as 5:30 pmola doutor sou um mero portador da sindrome de asperger pois bem estou em duvida sobre qual transtorno do espectro autistico eutenho - 19AngelaArbex:
5 novembro, 2011 as 4:47 pmAs pessoas com disturbio mental, ou neurológico, não sei dizer ao certo, quase sempre são pessoas com inteligencia acima do normal. Os piscopatas têm um talento indizível. Mas são pessoas q ainda não têm muita chance pelo despreparo do ser humano em trabalhar aquilo que não lhes é normal. São pessoas q poderiam ser melhor aproveitadas pela sua inteligênca, talento ou pelo dom q lhes é conferido. - 18Luciana Nassif:
5 novembro, 2011 as 11:21 amDr Alyson, minha Mariana não será cientista..não tem essa inteligência tão explicita..mas tem uma memória excelente…tem um olfato e tato mt aguçados…agradeço todos os dias por você existir e colocar o autismo em discussão para o mundo abrir os olhos para ele.
Sua pesquisa me abre caminhos para um futuro melhor!
Obrigada meu amigo - 17Ana Paula Pinheiro:
3 novembro, 2011 as 9:50 pmParabéns! Admiro muito seu trabalho. Meu filho é asperger e pra ele as coisas são simples ( ele adora ciências, logo vai ser cientista!) Eu só quero que ele seja feliz! Muito obrigada, textos como este fazem que as pessoas conheçam um pouco mais deste universo - 16Daniel:
3 novembro, 2011 as 9:34 pmO problema de matérias como essas, que pintam os autistas como vítimas incompreendidas e marginalizadas pela sociedade, é que ela também não mencionou que cerca de 20% ou menos dos autistas são, de fato, assim.
Autistas também são violentos, quem leu o guestbook do antigo site autismo.com.br antes da reformulação certamente leu depoimentos de mães que foram mordidas no braço até chegar no osso, de filhos que gritam e atiram cocô com as mãos em parentes e visitas, que recusam a tomar qualquer tipo de remédio, banho ou se alimentar corretamente não importando o quanto de paciência e calma você tenha ao conversar com eles, etc.As pessoas que convivem com o lado “bom” do autismo fazem vista grossa pros problemas que a GRANDE MAIORIA das famílias com autistas sofrem, pensando que se o filho deles é bonzinho, certamente um autista violento está apenas “se defendendo” da opressão que sofre em casa. Infelizmente o mundo não é tão preto e branco assim, o que funciona pra um certamente não funciona pra todos e eu tenho 24 anos de experiência com autistas do outro lado do espectro, que receberam muito carinho e atenção quando crianças e ainda assim se tornaram adultos destruidores de famílias. O pior é que depois temos que ler reportagens como essa, que pintam o autista como um pobre coitado pra grande maioria ignorante da população e faz as famílias que internam esses garotos por terem medo que eles os matem (e isso acontece) como monstras egoístas que só não queriam ter trabalho cuidando de alguém especial.Gostaria de ler uma matéria imparcial sobre o outro lado da verdade. - 15maira nunes:
3 novembro, 2011 as 9:07 pmFantastica perspectiva do autor, mais um texto formidável. e transformador. Não tinha idéia de que autistas podiam ser encaixados no mercado dessa forma.
Bjos - 14Jr:
3 novembro, 2011 as 9:02 pmPossua um filho com um recente diagnóstico de autismo, isso me fez pesquisar muito sobre o assunto.
Hoje encaro este “desafio” como uma superação minha como pai, em compreender este universo.Acredito sim, que, o autismo é uma habilidade diferente e não uma deficiência…Artigos como este quebram barreiras e preconceitos.