sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Curso - Na trilha da cidadania: diversidade e etnias


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Andréia Carvalho
09:38 (5 horas atrás)

O Projeto Educa/EAD (Educação a Distância) da Secretaria Municipal de Educação de Guarujá, com o objetivo de oferecer espaço virtual de aprendizagem e reflexão sobreDiversidades Culturais e Etnias, convida prioritariamente os profissionais da Rede Municipal de Guarujá: professores, supervisores, diretores, orientadores de ensino, equipe pedagógica e havendo disponibilidade de vagas demais profissionais de educação das redes estaduais e particulares para participarem do curso a distância:

 “Na Trilha da Cidadania: Diversidade e Etnias”

 Este curso tem como objetivo o debate sobre a educação como um direito fundamental, que precisa ser garantido a todos sem distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade por meio do seu reconhecimento e valorização. Fomentar o questionamento do papel educacional na proteção da diversidade étnico-racial, de gênero e a promoção cultural.
Tutora do curso: Carine Schnitzler


Pré-inscrições: 30/08/13 a 04/09/13 (on-line) por meio do endereço:
http://ead.guaruja.sp.gov.br:85  opção cursos > cursos com inscrições abertas > inscrição.  Ou pelo site da Prefeitura de Guarujá www.guaruja.sp.gov.br                             no link Serviços on line -  Ensino a Distância, clicando em cima você tem acesso a página do teleduc para fazer sua inscrição.

Início do curso: 04 de setembro de 2013.

Número de vagas: 70 vagas
Duração do Curso: 60 horas

O curso tem certificação de 60 horas para todos os cursistas que realizarem 75% das atividades e entregarem no prazo determinado pelo tutor, o trabalho de conclusão de curso (ACC).Não serão aceitas inscrições com os dados cadastrais incompletos.
Importante: NÃO REAPROVEITE DADOS ANTERIORES, cada curso é novo.
É indispensável citar sua Unidade de Ensino, bem como nas informações adicionais, sua profissionalização e tudo que julgar necessário.

 Estamos à disposição para qualquer dúvida.  Fone:  3342 6361.
Tutora/Responsável Técnico: Professora Lisete Costa

Abertas inscrições para o 4º Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência - Edição 2013

Posted: 28 Aug 2013 04:18 PM PDT
Inscrições vão até 20 de setembro. Todas as práticas inscritas serão avaliadas e as finalistas serão premiadas com o 4º Prêmio Ações Inclusivas para as Pessoas com Deficiência.

 

Inscrições vão até 20 de setembro. Confira o Regulamento e inscreva-se.

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo realiza, pelo quarto ano consecutivo, o Prêmio Ações Inclusivas para as Pessoas com Deficiência. Buscando o aprimoramento da gestão de suas políticas públicas, em especial na atuação com os municípios paulistas, a Secretaria quer novamente identificar e conhecer práticas inclusivas voltadas às pessoas com deficiência. 


No período de 20 de agosto a 20 de setembro, estão abertas as inscrições para quem tenha se dedicado a construir uma sociedade mais justa e inclusiva. As inscrições são gratuitas e são válidas ações de todos os municípios do Estado de São Paulo inscritas por organizações sem fins lucrativos ou gestores públicos municipais e estaduais, com atuação no Estado de São Paulo.

O objetivo é conhecer os programas, projetos e ações em prol dessa expressiva parcela da população, que soma mais de 9 milhões no Estado, para a  disseminação de iniciativas inclusivas e estimular a implementação de novas.

O Regulamento e o formulário de inscrição podem ser acessados pelo link http://premio.sedpcd.sp.gov.br/ . Todas as práticas inscritas serão avaliadas e as finalistas serão premiadas com o 4º Prêmio Ações Inclusivas para as Pessoas com Deficiência. 

Serão selecionados 30 finalistas e, dessas, as 10 melhores práticas inclusivas, segundo critérios estabelecidos no Regulamento, serão as vencedoras. 

As campeãs terão suas práticas divulgadas em publicação impressa e digital e reconhecimento público em Cerimônia de Entrega do Prêmio, além de divulgação no portal da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Os ganhadores também receberão Troféu e Placa de Menção Honrosa.

Prepare-se para a Grande Festa do Prêmio "Ações Inclusivas", no dia 12 de dezembro de 2013, na sede da Secretaria, em São Paulo.

SERVIÇO
4º Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência
Data das inscrições: até 20 de setembro de 2013
Regulamento, Informações e Inscrições: http://premio.sedpcd.sp.gov.br/ 


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Aprenda a fazer receita da primeira cega a vencer o “Masterchef”


cristine.na.capa.do.livro.de.receitasAcaba de ser lançado, nos Estados Unidos, o livro ”Recipes from My Home Kitchen: Asian and American Comfort Food”, de Christine Há, 33. Ela foi a primeira pessoa com deficiência visual a vencer o  ”Masterchef”, reality show com cozinheiros amadores. No último episódio do programa, Christine, americana de origem vietnamita, preparou um prato típico do Vietnã “Barriga de porco assada, ovo cozido e macarrão artesanal”. Confira o vídeo e a receita:
Barriga de porco assada, ovo cozido e macarrão artesanal
Ingredientes:
Barriga de porco assada
400g de barriga de porco limpas e aparadas
2 colheres de sopa de óleo vegetal
1 colher de chá de pimenta preta
2 alho-poró bebê, só caule, lavado e cortado
4 cebolinhas, só caule
1 ½ xícaras de caldo de carne
½ cupchicken estoque
¼ xícara de soja light
2-3 colher de sopa de vinagre escuro
Ovo cozido
4 ovos
Macarrão artesanal
200g de farinha de 00
3 gemas
1 ovo
pitada de sal
1 colher de sopa de azeite de oliva
Para servir
kimchi 150g
2 cebolinhas, apenas as folhas, em fatias finas
Shiso para guarnecer
Modo de preparo:
1. Para assar a barriga, aqueça o óleo em uma panela de pressão em fogo médio. Adicione pimenta, alho-poró, cebolinha e cozinhe por 2 minutos. Despeje o molho de soja e o vinagre branco, deixe ferver.
2. Adicione cuidadosamente a barriga de porco, cuidado ao encaixar a tampa, assegure que fique bem vedada. Deixe no fogo médio, cozinhe por 40-45 minutos. Retire do fogo e tire a pressão. Não retire a tampa, deixe a carne de porco descansar na panela de pressão por 10-15 minutos.
3. Retire a carne da panela e coloque sobre uma tábua de cortar, cubra e reserve.
4. Deixe o líquido restante em uma panela, coloque em fogo médio, deixe até engrossar (ficando ligeiramente xaroposo). Ajuste o sabor (a gosto) com açúcar. Passe por uma peneira e reserve.
5. Para os ovos cozidos:  coloque em meia panela de água. Coloque os  ovos cuidadosamente na água e cozinhe por 5 minutos. Depois  mergulhe em água gelada para esfriar completamente. Retire cuidadosamente as cascas dos ovos.
6. Para o macarrão: coloque a farinha e o sal em uma em uma tigela. Adicione os ovos, as gemas e o óleo. Mexa com um garfo até formar uma massa. Despeje em uma bancada enfarinhada e sove até ficar homogêneo. Embrulhe em filme plástico, deixe descansar por 10-15 minutos.
7. Passe o macarrão em uma máquina de massa.
8. Em uma panela grande ferva água com um pouco de sal. Ferva o macarrão para al dente, depois passe por choque térmico em água gelada e escorra bem.
9. Para servir: corte a carne de porco fatias grossas de um centímetro. Divida macarrão entre quatro tigelas, coloque 3-4 fatias de carne de porco em cima com um ovo cozido, cebolinha, folhas de shiso e despeje um pouco do líquido.

Professor cria bengala eletrônica para auxiliar deficientes visuais em SC


Professor está mostrando a bengalaO calçadão da rua Felipe Schmidt, no Centro da Capital, é cenário de diversos obstáculos. Os pedestres mais distraídos já foram surpreendidos pela grande quantidade de orelhões, podem já ter esbarrado nos vendedores ambulantes ou batido nas pessoas que caminham rapidamente no sentido oposto. Para um deficiente visual, essas e outras armadilhas são muito mais evidentes. A bengala utilizada por eles não consegue revelar a maioria dos perigos, principalmente quando estão acima do nível da cintura.
“Quando estou caminhando no Centro fico em uma tensão tão grande que, quando acho que vou bater a cabeça em algum lugar, meu corpo já responde. Sabe quando você bate o nariz e fica com aquela sensação ruim? Sinto isso antes mesmo de bater”, contou o presidente da Acic (Associação Catarinense de Integração do Cego), Jairo da Silva. Mas essas dificuldades estão próximas de chegar ao fim. Para ajudar os cegos a se locomoverem com mais tranquilidade, Alejandro Rafael Garcia Ramirez, professor do mestrado em computação aplicada da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), desenvolveu, junto com sua equipe, uma bengala eletrônica que identifica e avisa sobre a existência de obstáculos aéreos.
A nova tecnologia começou a ser desenvolvida em 2002. Segundo Ramirez, em uma conversa com pessoas cegas foram identificadas as principais limitações da bengala tradicional. “Ela não sinalizava nada acima da cintura. Fizemos um protótipo, que era uma caixa carregada na cintura, com um plug ligado na bengala, algo bem modesto”, contou.
Mas, em 2005, o projeto foi inscrito para financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Com dinheiro para desenvolver um protótipo mais elaborado, sete pessoas trabalharam na bengala, em 2006.
Sensor apita e vibra
“Fizemos um sistema de computador, compramos um processador, um sensor e um motor, que colocamos no local onde o cego segura a bengala”, explicou o professor Alejandro Rafael Garcia Ramirez. Dessa forma, o sensor consegue identificar obstáculos em um raio de cerca de 1,5 metro, o tamanho da haste da bengala, podendo ser adaptado. Ele avisa, por vibração e por apito, quando há algum objeto próximo à pessoa.
O sistema é parecido com os sensores de estacionamento instalados em carros: quanto mais próximo mais frequente a vibração e o apito. O funcionamento é garantido por bateria recarregável, com duração de um dia de uso contínuo, aproximadamente.
O protótipo da Finep foi validado como dissertação de mestrado em 2009. Três professores da Acic e oito cegos testaram o experimento e sugeriram mudanças aos pesquisadores. “Essa era a prova de fogo: o cego gostar da bengala. Mas o produto foi aprovado por eles. O interessante é que, se acaba a bateria, eles ainda utilizam como uma bengala normal”, afirmou Ramirez. Em 2010, novos financiamentos, do ITS Brasil (Instituto de Tecnologia Social) e do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), possibilitaram a elaboração de nova bengala, com os mesmos mecanismos eletrônicos, mas mais leve e com mudanças ergonômicas.
fonte: http://www.portaldailha.com.br/noticias/lernoticia.php?id=18222

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Educadores aprovam Moção pela Meta 4 do PNE que garante inclusão escolar


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Todos presentes: imagem do Auditório 3 da Unicamp (foram ocupados mais 3 auditórios)
A Faculdade de Educação da Unicamp, com o apoio da Mais Diferenças, promoveu no dia 28 de agosto o Fórum Desafios do Magistério “A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva”. O evento foi organizado pela Profa. Dra. Maria Teresa Eglér Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença (Leped/FE/Unicamp) e coordenadora do Fórum Nacional  de Educação Inclusiva.
O Fórum Desafios do Magistério contou com a presença de mais de mil educadores, de todos os cantos do Brasil, que lotaram três auditórios do Centro de Convenções e um auditório da Biblioteca Centra da Universidade. Foram debatidos temas como direito à educação, Meta 4 do Plano Nacional de Educação Inclusiva, gestão pública para a educação inclusiva, práticas pedagógicas para todos e interlocução entre escola comum e serviço especializado.
Ao fim do dia, foi aprovada por aclamação uma moção de apoio à Meta com seu texto original, que foi garantida pelo parecer do relator do Plano Nacional de Educação do Senado, José Pimentel, em seu parecer.
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Moção de apoio à universalização do acesso e permanência na educação para crianças e jovens de 4 a 17 anos por meio da manutenção do texto original da Meta 4 do Plano Nacional de Educação – PNE
Considerando:
- A Constituição Federativa do Brasil;
- A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;
- O Plano Viver sem Limites (Decreto 7.61/11);
- As deliberações da Conferência Nacional de Educação (Conae 2010);
- As diretrizes da Educação Básica (Resolução N. 04 de 2010);
- O Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nós, participantes do Fórum Desafios do Magistério: a Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, ocorrido no dia 28 de agosto de 2013, no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), manifestamos por meio desta moção o total apoio à redação dada à Meta 4 do Plano Nacional de Educação – PNE pelo relator Senador José Pimentel em seu parecer na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 103, de 2012 (Projeto de Lei – PL nº 8.035, de 2010, na origem).
O texto fora apresentado ao Congresso Nacional pelo Ministério da Educação em 2010 e está de acordo com as deliberações da Conferência Nacional de Educação (Conae 2010) – que teve ampla participação da sociedade civil em todos os municípios e estados brasileiros. Eis o texto:
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
Considerações:
1. A Constituição Federal, o artigo 24 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (que tem status constitucional), o Estatuto da Criança e do Adolescente e todo o marco legal brasileiro preveem sistema educacional inclusivo, amplo e irrestrito, e não sistema de ensino paralelo.
2. Um país republicano garante a todas as crianças e adolescentes o direito à convivência e à aprendizagem nas escolas comuns, sem restrições.
3. É preciso esclarecer: Educação Especial é modalidade que disponibiliza as medidas de apoio à inclusão escolar por meio da oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
4. O AEE é garantido constitucionalmente e tem financiamento assegurando por meio do Fundeb, que garante o cômputo da dupla matrícula: uma no ensino comum e uma no AEE.
5. O AEE, complementar e/ou suplementar, pode ser ofertado em salas de recursos multifuncionais na escola comum ou em instituições especializadas conveniadas com o poder público.
6. A inclusão escolar é um direito que beneficia pessoas com e sem deficiência e que é garantido por meio da convivência e de práticas escolares inclusivas.
7. A inclusão escolar fortalece a autonomia do estudante, torna-o um cidadão participativo e possibilita sua inserção no mundo do trabalho.
8. Pessoas com deficiência são parte inerente da sociedade e a escola inclusiva desperta para essa realidade. É preciso agir imediatamente para impedir que novas gerações continuem discriminando pessoas com deficiência.
9. É direito do aluno estudar na escola de sua comunidade. A escola comum é a garantia desse direito e beneficia toda a família.
10. A escola inclusiva tem como princípio a acessibilidade e, ao utilizar tecnologia assistiva e práticas pedagógicas inovadoras, promove a qualidade do ensino e da aprendizagem.
11. A escola inclusiva parte do pressuposto de que todas as pessoas aprendem e legitima as diferentes maneiras de ensinar e de aprender.
12. A segregação viola os direitos humanos. Uma forma perversa dessa violação é a classe especial. É o ápice do apartheid: a própria escola institui barreiras e promove a prática da discriminação.
13. Enquanto houver qualquer espaço de segregação, é para lá que os estudantes correm o risco de serem encaminhados.
14. Os investimentos realizados na escola pública para a acessibilidade, formação de professores, materiais, entre outros, possibilitam a garantia de acesso dos estudantes público-alvo da educação especial na educação. Dinheiro público deve estar na escola pública, porque este é o espaço legítimo de atender a todas as necessidades pedagógicas dos estudantes.
15. Estamos falando de um Plano Nacional de Educação, ou seja, de uma lei que define onde o país quer chegar nos próximos dez anos. Portanto, suas metas devem visar avanços para a garantia do direito. Segregação não é meta, é retrocesso.
“A democracia não é um jogo de palavras. A democracia são os fatos, a prática diária e concreta do respeito à nossa Constituição e a defesa dos interesses do povo, e não a subserviência, o calar ante as manobras e às violências dos poderosos.”
(Maurício Grabois, 1946)

Mitos e fatos sobre crianças autistas


Quem tem autismo entende o que falam ao seu redor? Pode estudar em escolas regulares? É mais “birrento” que outras crianças? Saiba o que é verdade e o que é mentira nesse universo

Raquel Paulino - especial para o iG São Paulo 
Arquivo pessoal
Após o diagnóstico de autismo do filho Theo, Andréa criou um blog para ajudar a acabar com os mitos em torno do transtorno
“Nossa, mas ele não parece autista!”. Dos vários enganos que Andréa Werner ouve em comentários sobre seu filho Theo, de cinco anos, este é um dos mais frequentes. “Na cabeça de algumas pessoas, o autismo traz características físicas que o tornam visualmente identificável, o que está longe de ser verdade. O Theo tem autismo e é um menino lindo, de desenvolvimento físico igual ao de outras crianças da idade dele”, afirma a blogueira, responsável pelo “Lagarta Vira Pupa”.
A diferença aparece nas ações do garoto, e daí surgem outros equívocos por parte de quem não tem proximidade com a família. “Quando ele não consegue expressar o que quer ou o que o incomoda, faz barulhos que para os outros podem parecer um ataque descontrolado de birra. Chegam a falar que ele é muito mal-educado, mas emitir esses sons é a reação natural do autista diante da frustração de não conseguir se comunicar”, explica.
Foi para desabafar sobre tais acontecimentos do dia a dia com o filho que Andréa criou o blog. Ela achava que só a família e os amigos leriam, mas logo outras mães de autistas começaram a conhecer e compartilhar seus posts pela internet. Hoje, ela usa o espaço para dar uma luz a quem vive uma realidade parecida com a sua e também para ajudar a acabar com os mitos em torno desse transtorno do neurodesenvolvimento.
Fato ou mito?
Por falta de informação ou por confiar cegamente nos estereótipos apresentados em produções para o cinema e para a TV, muitas pessoas têm ideias equivocadas sobre a realidade do autismo e do autista. Selecionamos as 11 mais comuns para esclarecer o que é fato e o que é mito no universo desse transtorno.
É fácil diagnosticar o autismo, porque os sintomas são iguais em todas as crianças. 
Mito. “O autismo pode se manifestar por meio de diversos sintomas combinados de maneiras únicas e complexas. O diagnóstico é artesanal, não existe um exame clínico que o determine”, esclarece o neuropediatra Rudimar Riesgo, professor do curso de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e chefe da neuropediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A neuropediatra Mônica Scattolin complementa: “Baseia-se no histórico do paciente, na observação e avaliação do comportamento. Existem instrumentos que auxiliam o diagnóstico, como a escala CARS (sigla em inglês para Escala de Avaliação de Autismo Infantil) e a entrevista ADI-R (sigla em inglês para Diagnóstico de Autismo Validado por Entrevista)”.
A manifestação de algumas características pode chamar a atenção de pais ou professores para a possibilidade de a criança ser autista, mas o simples fato de ter uma ou duas (ou mesmo três) delas não significa que o autismo esteja de fato presente. Isso entendido, são elas:
- Atraso ou ausência da fala 
- Isolamento 
- Prejuízo no contato ocular (não olhar nos olhos) 
- Baixa tolerância a sons altos 
- Baixa tolerância a toques 
- Não responder ao ser chamado pelo nome 
- Não apontar o que quer 
- Dificuldade na atenção compartilhada (chamar a atenção do outro para algo interessante) 
- Movimentos estereotipados e não funcionais das mãos e dos braços 
- Inabilidade para entrar em brincadeiras de faz de conta 
- Fascínio por brinquedos que rodam ou por rodinhas dos brinquedos 
- Dificuldades exageradas com as mudanças de rotina 

Leia também: Bel Kutner: "Quem tem uma pessoa autista na família, tem que pedir ajuda" 
Americano cria conexão com filho autista em ensaio de fotos Mãe faz vídeo para incentivar diagnóstico precoce do autismo 
O autismo sempre se manifesta nos primeiros meses de vida da criança. 
Mito. As características de autismo costumam surgir a partir do sexto mês do bebê. Mas há casos mais complexos, como o autismo regressivo – que se manifesta tardiamente, depois que a criança faz um ano de idade. Foi assim com Theo, filho de Andréa. “Nos primeiros meses de vida, ele sorria, balbuciava palavras, compartilhava o que via e sentia. Nada indicava que seria autista. Daí ele começou a ficar diferente, parou de olhar quando era chamado, pegou mania com rodinhas de carrinhos de brinquedo, foi perdendo as habilidades sociais”, lembra a mãe.
Portanto, se os pais suspeitarem que o filho é autista, qualquer que seja a fase da infância em que ele esteja, devem procurar médicos especializados para um diagnóstico seguro e, se necessário, um tratamento multidisciplinar (com neuropediatra, psiquiatra, fonoaudiólogo e educador). “Quanto mais rápido o diagnóstico, melhor a evolução, pois se trabalha o potencial da criança, criando melhores condições de sociabilização”, assegura Mônica.
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Fascínio por brinquedos que rodam ou por rodinhas dos brinquedos é uma das características observadas em crianças autistas
Todas as crianças autistas têm o transtorno na mesma intensidade. 
Mito. Nunca é demais ressaltar: cada caso é um caso. “Como em qualquer outra característica humana, existem diversos níveis de autismo. Há pessoas mais magras e mais gordas, mais altas e mais baixas, e ocorrências de autismo mais leves e mais graves”, diz Riesgo.
As causas do autismo ainda não são conhecidas pela ciência. 
Fato. Estudos indicam que ele possa ser o resultado da combinação de fatores genéticos, ocorrências durante a gestação e fatores externos. Algumas pesquisas recentes também apontam para alterações cerebrais.
É impossível se comunicar com uma criança autista. 
Mito. Embora tenham, como Riesgo define, “baixa inteligência social”, os autistas encontram meios de se comunicar com as pessoas mais próximas e assimilam atalhos criados pelos pais ou terapeutas para facilitar a troca de informações. Na casa de Andréa, por exemplo, Theo mostra para os pais o que quer comer ou beber pegando cartões com desenhos de alimentos e bebidas que ficam na porta da geladeira. “Ele não fala, mas isso não impede a comunicação. E ele entende tudo que falamos para ele“, relata a blogueira.
Não se deve encostar em uma criança autista, pois ela terá um ataque histérico. 
Um pouco fato, um pouco mito. Se para crianças sem autismo já pode ser difícil ir para o colo de parentes e amigos dos pais, para as autistas isso é quase missão impossível. “De forma geral, elas não toleram o toque. Sentem-se desconfortáveis, ameaçadas, porque têm dificuldade neurológica para interpretar manifestações de sentimentos e filtrar os estímulos externos, e podem demonstrar isso gritando”, explica Riesgo. Isso não significa, de maneira alguma, que elas devam ser “poupadas” do convívio social, como diz Mônica: “As pessoas podem e devem interagir com crianças com autismo. O contato visual deve ser estimulado. Como em toda relação, é preciso cuidado para não ser intrusivo. Perceber o que incomoda o outro e respeitar esses limites”.
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Quando a criança não consegue falar, cartões com desenhos de comidas e objetos facilitam a comunicação
Crianças autistas são mais “birrentas” que a média. 
Mito. Há que se entender que as “birras” dos autistas não representam falta de educação ou de controle por parte dos pais. Os estouros em gritos são a expressão da frustração dos autistas por não conseguirem colocar em palavras o que querem, o que sentem. O desabafo exagerado também pode ser um descontrole causado por uma sobrecarga sensorial, por causa da baixa tolerância a sons altos. “Esse mecanismo é tão forte que a sensação é de que ninguém está no controle. A criança atinge um nível de desorganização que, mesmo que saia daquele ambiente, terá dificuldades para ser acalmada”, afirma Mônica.
Crianças autistas gostam de ficar sozinhas, fazendo movimentos repetitivos. 
Fato. Uma das características mais recorrentes entre os autistas é a tendência ao isolamento. Quando sozinhos, eles podem ficar minutos, às vezes horas, brincando da mesma maneira com um carrinho, uma boneca ou outro objeto. Também mexem mãos e braços de maneira exagerada e sem sentido. 

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Pais ajudam crianças autistas a darem e receberem afeto Carinho dos pais na infância molda o cérebro das crianças Diagnóstico precoce é fundamental no tratamento do autismo
As escolas não podem colocar crianças autistas em salas regulares. Mito. Isolar as crianças autistas em salas “especiais” não é bom, e inclusão é a recomendação corrente. Riesgo aconselha: “É interessante que elas estejam em contato com colegas da mesma idade o mais cedo possível. Como qualquer criança, as que têm autismo aprendem; umas mais, outras menos, mas elas retêm as informações”.
Crianças autistas precisam de apoio pedagógico durante a idade escolar. 
Fato. As metodologias de auxílio extracurricular oferecidas pelas escolas preparadas para incluir os autistas, segundo Mônica, “servem para potencializar as habilidades e minimizar as dificuldades. Seu uso é definido de acordo com o funcionamento que a criança apresenta. É importante que a estratégia educacional leve em consideração a singularidade de cada aluno”.
Os pais de crianças autistas também precisam de apoio. 
Fato. Esse apoio pode vir da família, de amigos, de desconhecidos em páginas na internet que passem pela mesma situação, de livros sobre o assunto, de terapia. O importante é os pais estarem abertos para encarar a situação. Quando recebeu o diagnóstico de autismo de Theo, Andréa sentiu “que o chão tinha sido tirado dos pés”. Ela justifica: “Você tem um filho, planeja a vida dele, e nesses planos não estão incluídos obstáculos. É a morte do filho idealizado, um processo que exige um período de luto”. Superada essa fase, ela mergulhou de cabeça na nova realidade. Varou noites lendo livros e buscando informações na internet e, principalmente, redescobriu o filho. “Me reergui vendo que esta criança que está na minha frente é uma fonte de amor infinito, por quem tenho um amor maior que o mundo”, declara. 

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