Um problema de saúde aos oito anos fez a jovem Taiana Lopes, de Niterói (RJ), tomar um susto. "tive osteossarcoma no fêmur direito. É um tipo de câncer ósseo muito comum, especialmente em crianças e adolescentes", explica a nadadora, hoje com 17 anos, sobre a doença que ela teve por duas oportunidades e, na segunda, aos 11, a obrigou a amputar a perna direita.
Mas o drama infantil não parou por aí. Assim que foi curada, recebeu uma informação nada animadora do médico que a tratava. "Ele disse que mesmo se eu usasse prótese, eu teria de andar de muleta. Mas no primeiro dia de prótese já andei sem muletas. Ninguém acreditava, mas na verdade, eles é que deveriam me conhecer melhor (risos)", conta a atleta, se referindo à sua força de vontade em superar as dificuldades.
Mas a jovem não deixou nenhum dos dois sustos lhe perturbar. Mais ainda: encontrou na natação um caminho de motivação para mais conquistas. Em menos de dois anos, ela já faz as contas de seus títulos na Classe S9.
"Tenho uma prata e um bronze nas Paralimpíadas Escolares de 2011, e três bronzes e duas pratas no ano passado. Neste ano, quando conquistei vaga para o Nacional com mais um bronze", conta Taiana, que não só está classificada para o nacional deste ano, como ainda precisou antecipar a entrevista com nossa reportagem para chegar cedo ao treino. "O Nacional é logo ali, está chegando", brincou.
Ela até sente um pouco de desconforto com a prótese, mas nem se preocupa com isso. "É natural, toda prótese incomoda, no calor do Rio de Janeiro um pouco mais, mas nada grave". Já sua recuperação vai virar tema de um congresso na Suíça, no fim do ano.
"Vão levar essa questão para lá, porque parece que não é normal eu conseguir usar a prótese nas condições que eu consegui. Não há relatos sobre isso, por isso vão levar o caso para lá".
Enquanto isso, ela treina para evoluir na natação e superar barreiras. As que apareceram na frente de Taiana, apesar de grandes, não surtiram nenhum efeito.
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