sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O “HOMO OBESUS”: SAÚDE EM RISCO

22/03/2010
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Nas últimas décadas, o nosso planeta se transformou em um ambiente “obesogênico”, que favorece o acúmulo de gordura. A abundância de alimentos – a maioria rica em calorias – e o sedentarismo em praticamente todo o mundo está favorecendo o surgimento de um novo tipo de ser humano, o “Homo obesus”.
É consenso entre os especialistas que essa “nova espécie” precisa de tratamento, pois o excesso de peso não deve ser visto apenas como uma questão simplesmente estética, mas como um fator de risco de inúmeras enfermidades, entre elas as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, diabetes do tipo 2, cálculos biliares, disfunção respiratória e algumas formas de câncer como endométrio, ovário, mama, próstata e intestino. Por isso, toda pessoa com sobrepeso deve procurar tratamento, mesmo que não tenha nenhuma doença crônica associada, visto que a longo prazo o excesso de peso pode causar inúmeros prejuízos para a saúde.
O perigo de dietas e fórmulas milagrosas.
Pesquisas mostram que um brasileiro obeso gasta em torno de R$ 5.000,00 por ano, para combater doenças oriundas do excesso de gordura, bem como com as fórmulas milagrosas. Deve ficar claro de uma vez por todas que dietas que reduzem ou privam um grupo inteiro de alimentos, sejam eles carboidratos, proteínas ou gorduras, e fórmulas milagrosas que enfatizam resultados rápidos com o mínimo esforço, falham no aspecto nutricional, proporcionam baixa saciedade e limitam a manutenção do peso a longo prazo, pois não permitem que as pessoas criem hábitos alimentares saudáveis e permanentes.
Devemos ficar atentos, pois as soluções propostas são muitas, umas muito caras, outras só estúpidas: remédios que avisam o cérebro para não comer, remédios que não avisam nada e tiram a fome, remédios que provocam esteatorréia (perda de gordura pelas fezes), dietas da lua, do sol, da fruta, dos 4 e dos 7 dias, do queijo, do abacaxi…. Todas elas podem promover a perda de alguns quilos no início, no entanto, com o passar do tempo, a pessoa volta a engordar, geralmente até mais do que antes. A cada ciclo desses, a frustração e a ansiedade vão aumentando e o problema vai ficando cada vez mais difícil de tratar, pois os hábitos alimentares não foram modificados.
Muitas pessoas desistem de um programa de emagrecimento por conta de metas pouco realistas, como achar que é preciso reduzir 40% do peso ou mais para diminuir os riscos à saúde ou querer perder em um mês todo o peso que ganhou durante anos e anos de mesa farta. É importante lembrar que a perda entre 5% e 10% do peso já melhora os fatores de risco e que o emagrecimento com bom senso, respeitando o ritmo corporal é o ideal, é o mais saudável e é o que facilitará a manutenção do peso a longo prazo. Emagrecer muito rápido leva à perda da massa magra (músculo), e quanto mais massa magra a pessoa perder, menor será sua capacidade de manter o peso, pois o músculo é a unidade metabólica que mais gasta energia.
Recomendações:
O caminho correto a seguir para quem precisa perder peso é aquele defendido pela comunidade médica e por profissionais da área da saúde do mundo todo, ou seja, a adoção de um programa adequado de exercícios físicos e a reeducação dos hábitos alimentares, aprendendo o que, como e quanto comer.
Quanto mais natural possível for esse processo, melhores serão os resultados!!!
Mas lembrem-se nem sempre perder peso é sinônimo de perda de gordura, portanto devemos ter muito cuidado, ao levarmos somente em consideração nosso peso corporal
Prof. Ms. Norberto Pereira da Silva
Pós Graduado em Fisiologia do Exercício – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM
Mestre em Ciências da Saúde – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM

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