Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Piauí como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em
Educação, sob orientação da Profª. Drª. Ana Valéria Marques Fortes Lustosa.
Linha de pesquisa: Educação, movimentos sociais e políticas públicas.
RESUMO
A inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular é uma realidade que tem como
parâmetros pressupostos legais e humanos, ou seja, é uma questão de direito e de respeito à
diversidade. No entanto, como a prática de atender à diversidade exige dos gestores e
educadores escolares conhecimento acerca dos processos de desenvolvimento humano,
principalmente quando tratamos dos alunos com deficiência intelectual, há uma necessidade
de estudos e pesquisas na área, de modo a compreender como esses educandos estão sendo
acompanhados nas escolas regulares. Nesse sentido, considera-se que, no processo de
inclusão, a melhor forma de conseguir o desenvolvimento do ensino e, conseqüentemente, da
aprendizagem é através da relação com o outro, ou seja, da interação. A partir dessa
compreensão, surgiu o interesse em realizar esta pesquisa, que teve por objetivo investigar a
interação entre professor e aluno com deficiência intelectual em escola inclusiva, verificando
em que medida essa interação contribui para a inclusão desse aluno. Optou-se pela abordagem
qualitativa, especificamente pelo estudo de caso, sendo os sujeitos desta pesquisa duas
professoras e três alunos com deficiência intelectual. Como instrumentos de coleta de dados
foram utilizados uma ficha de caracterização dos alunos partícipes da pesquisa, entrevista
semi-estruturada com os professores e observação não-participante. A análise dos dados foi
feita a partir da análise de conteúdo de Bardin (1994) e do sistema de tabulação de freqüência
das ações, de Silva e Aranha (2005). Como referencial teórico, os seguintes autores deram
subsídios à pesquisa: Beyer (1996, 2005), Coll (2000), Cardoso (2003), Fierro (1950),
Mantoan (2000, 2003, 2004, 2006), Mazzotta (2005), Piaget (1976 ,1985), Pessotti (1984),
Prioste, Raiça e Machado (1999), Palácios (1995) Silva e Aranha(2005), Solé e Coll (1995),
Sassaki (2005, 2007),Vygotsky (1998, 2004),dentre outros. Os resultados do estudo
demonstram que os professores acreditam que a inclusão constitui-se em direito e que deve
ser operacionalizada pelas escolas, destacando a importância da formação dos professores.
Compreendem também que a interação entre professor e aluno com deficiência intelectual é
fator fundamental nesse processo. No entanto, foi observado que, embora tenha ocorrido uma
quantidade razoável de interações, o tempo dessas interações ainda é muito reduzido, e,
conforme os estudos de autores na área, a exemplo de Vygotsky (1998), faz-se necessário
considerar não só a quantidade das interações, mas a qualidade das mesmas, tendo em vista
que os alunos com deficiência intelectual precisam de um apoio mais direcionado, pois 9
apresentam dificuldades em acionar seus próprios recursos cognitivos, quando comparados
com os educandos da sua mesma faixa etária. Assim, acredita-se que redimensionar essas
interações, no sentido de alcançar a melhor participação desses alunos nas atividades
propostas, constitui fator essencial para a inclusão dos educandos, especialmente daqueles
com deficiência intelectual.
PALAVRAS-CHAVE: Deficiente intelectual. Interação. Inclusão.
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