terça-feira, 23 de novembro de 2010

panorama da pesquisa do autismo no brasil

PANORAMA DA PESQUISA NO BRASIL
Ÿ O cenário das pesquisas relacionadas a autismo no Brasil ainda está em
desenvolvimento; existem pesquisas e resultados promissores, mas ainda se sabe
muito pouco sobre a etiologia e tratamento do espectro autista;
Ÿ Não existem muitas publicações sobre o tema (pouco mais de 90 artigos
publicados), sendo que um dos motivos é que muitas Dissertações de Mestrado e
Teses de Doutorado não foram convertidas em artigos científicos indexados nas
principais bases de dados;
Ÿ A pesquisa experimental ainda é incipiente, mas com produção de conhecimento
relevante, gerando publicações e formação de recursos humanos qualificados
(formação de novos alunos de doutorado e ampliação de profissionais altamente
capacitados);
Ÿ Na área da Psicologia, a realidade é de uma produção dispersa, tamanhos
amostrais reduzidos, predominantemente com delineamentos de estudos de caso,
embora também tenha contribuído para a disseminação do conhecimento sobre
autismo e formação de pesquisadores;
Ÿ Na área da Genética, existem diferentes grupos trabalhando com autismo no
Brasil, entretanto poucas publicações derivaram até agora desses grupos. A
maioria das investigações está dirigida para identificação de genes de
suscetibilidade no autismo idiopático.
PRIORIDADES EM PESQUISAS BRASILEIRAS: NECESSIDADES
APONTADAS PELOS PESQUISADORES
Ÿ Validação de instrumentos no Brasil, especialmente os considerados padrão-ouro;
tais como ADI-R e ADOS;
Ÿ Estudos de prevalência de autismo (epidemiológico) a nível regional e nacional;
Ÿ Estudos de identificação e intervenção precoces;
Ÿ Avaliação de processo de Inclusão escolar, juntamente com capacitação de
educadores para esta demanda;
Ÿ Validação de testes para avaliação comportamental e do desenvolvimento, tais
como o da linguagem, cognitivo, etc.
Ÿ Estudos longitudinais;
Ÿ Avaliação de intervenções com criança, adulto e família
PRINCIPAIS DESAFIOS
Ÿ Falta de aporte de recursos para financiar as pesquisas, com ausência absoluta de
editais das agências de fomento direcionados para o autismo;
Ÿ Falta de instrumentos validados no Brasil, em especial, do ADI-R e ADOS, sendo
um dos complicadores o longo e dispendioso processo de direitos ;
Ÿ Entraves no treinamento de colaboradores inter-institucionais, no caso do ADI-R
e ADOS;
Ÿ Necessidade de investimento em capacitação profissional, tanto para formação de
pesquisadores como clínicos, no campo do autismo; formação de equipes
mutidisciplinares, na atenção primária, para diagnóstico precoce; administração
de instrumentos qualificados;
Ÿ Falta de projetos em colaboração nacional e internacional;
Ÿ Amostras reduzidas e pesquisas muito centralizadas em apenas dois Estados
brasileiros em função da existência de poucos centros de referência e da falta de
diagnóstico;
Ÿ Falta de campanhas de conscientização ao público leigo e também aos
profissionais da Saúde e da Educação acerca do tema;
Ÿ Dificuldades relacionadas à etiologia, tratamento específico para autismo e
marcador clínico para auxilio no diagnóstico precoce.
DIFICULDADES DA PESQUISA NO BRASIL: SUGESTÕES PARA
SUPERAÇÃO
Ÿ Fundar a Associação Brasileira para Pesquisa em Autismo (ABPA);
Ÿ Pleitear a publicação de editais das agências de fomento à pesquisa direcionados
para o autismo no Brasil;
Ÿ Incrementar a colaboração entre os pesquisadores brasileiros por meio de uma
Rede Nacional de pesquisa em autismo, aos moldes da ATN americana;
Ÿ Criar centros de treinamento nacionais para uso de instrumentos de avaliação
padrão-outro, em especial ADI-R e ADOS;
Ÿ Convencer editoras nacionais a comercializar os instrumentos de avaliação
padrão-outro;
Ÿ Buscar colaborações internacionais e incentivar o intercâmbio de alunos;
Ÿ Uniformizar os critérios diagnósticos e de inclusão/exclusão nas pesquisas
realizadas no país, incluindo o desenvolvimento de protocolos padronizados para
que se possa realizar trabalhos colaborativos entre diferentes grupos, além do
compartilhamento de dados e de amostras de pacientes;
Ÿ Estabelecer uma parceria oficial entre a ABPA e a ONG Fundação Internacional
Autism Speaks;
Ÿ Realizar evento nacional, com uma regularidade bienal, específico para pesquisa
em autismo e com participação ativa de familiares de autistas;
Ÿ Fomentar a comunicação entre a ABPA com os Ministérios da Educação e da
Saúde;
Ÿ Capacitar profissionais nas áreas clínicas e de pesquisa e em todas as regiões do
país;
Ÿ Estimular que Dissertações e/ou Teses sobre o tema sejam convertidos em artigos
científicos e disponibilizados digitalmente, a exemplo do Portal Capes de Teses

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