PANORAMA DA PESQUISA NO BRASIL
O cenário das pesquisas relacionadas a autismo no Brasil ainda está em
desenvolvimento; existem pesquisas e resultados promissores, mas ainda se sabe
muito pouco sobre a etiologia e tratamento do espectro autista;
Não existem muitas publicações sobre o tema (pouco mais de 90 artigos
publicados), sendo que um dos motivos é que muitas Dissertações de Mestrado e
Teses de Doutorado não foram convertidas em artigos científicos indexados nas
principais bases de dados;
A pesquisa experimental ainda é incipiente, mas com produção de conhecimento
relevante, gerando publicações e formação de recursos humanos qualificados
(formação de novos alunos de doutorado e ampliação de profissionais altamente
capacitados);
Na área da Psicologia, a realidade é de uma produção dispersa, tamanhos
amostrais reduzidos, predominantemente com delineamentos de estudos de caso,
embora também tenha contribuído para a disseminação do conhecimento sobre
autismo e formação de pesquisadores;
Na área da Genética, existem diferentes grupos trabalhando com autismo no
Brasil, entretanto poucas publicações derivaram até agora desses grupos. A
maioria das investigações está dirigida para identificação de genes de
suscetibilidade no autismo idiopático.
PRIORIDADES EM PESQUISAS BRASILEIRAS: NECESSIDADES
APONTADAS PELOS PESQUISADORES
Validação de instrumentos no Brasil, especialmente os considerados padrão-ouro;
tais como ADI-R e ADOS;
Estudos de prevalência de autismo (epidemiológico) a nível regional e nacional;
Estudos de identificação e intervenção precoces;
Avaliação de processo de Inclusão escolar, juntamente com capacitação de
educadores para esta demanda;
Validação de testes para avaliação comportamental e do desenvolvimento, tais
como o da linguagem, cognitivo, etc.
Estudos longitudinais;
Avaliação de intervenções com criança, adulto e família
PRINCIPAIS DESAFIOS
Falta de aporte de recursos para financiar as pesquisas, com ausência absoluta de
editais das agências de fomento direcionados para o autismo;
Falta de instrumentos validados no Brasil, em especial, do ADI-R e ADOS, sendo
um dos complicadores o longo e dispendioso processo de direitos ;
Entraves no treinamento de colaboradores inter-institucionais, no caso do ADI-R
e ADOS;
Necessidade de investimento em capacitação profissional, tanto para formação de
pesquisadores como clínicos, no campo do autismo; formação de equipes
mutidisciplinares, na atenção primária, para diagnóstico precoce; administração
de instrumentos qualificados;
Falta de projetos em colaboração nacional e internacional;
Amostras reduzidas e pesquisas muito centralizadas em apenas dois Estados
brasileiros em função da existência de poucos centros de referência e da falta de
diagnóstico;
Falta de campanhas de conscientização ao público leigo e também aos
profissionais da Saúde e da Educação acerca do tema;
Dificuldades relacionadas à etiologia, tratamento específico para autismo e
marcador clínico para auxilio no diagnóstico precoce.
DIFICULDADES DA PESQUISA NO BRASIL: SUGESTÕES PARA
SUPERAÇÃO
Fundar a Associação Brasileira para Pesquisa em Autismo (ABPA);
Pleitear a publicação de editais das agências de fomento à pesquisa direcionados
para o autismo no Brasil;
Incrementar a colaboração entre os pesquisadores brasileiros por meio de uma
Rede Nacional de pesquisa em autismo, aos moldes da ATN americana;
Criar centros de treinamento nacionais para uso de instrumentos de avaliação
padrão-outro, em especial ADI-R e ADOS;
Convencer editoras nacionais a comercializar os instrumentos de avaliação
padrão-outro;
Buscar colaborações internacionais e incentivar o intercâmbio de alunos;
Uniformizar os critérios diagnósticos e de inclusão/exclusão nas pesquisas
realizadas no país, incluindo o desenvolvimento de protocolos padronizados para
que se possa realizar trabalhos colaborativos entre diferentes grupos, além do
compartilhamento de dados e de amostras de pacientes;
Estabelecer uma parceria oficial entre a ABPA e a ONG Fundação Internacional
Autism Speaks;
Realizar evento nacional, com uma regularidade bienal, específico para pesquisa
em autismo e com participação ativa de familiares de autistas;
Fomentar a comunicação entre a ABPA com os Ministérios da Educação e da
Saúde;
Capacitar profissionais nas áreas clínicas e de pesquisa e em todas as regiões do
país;
Estimular que Dissertações e/ou Teses sobre o tema sejam convertidos em artigos
científicos e disponibilizados digitalmente, a exemplo do Portal Capes de Teses
Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
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