quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cadeirante em Londres:”Senti saudades do atendimento em aeroporto do Brasil”


aeroporto internacional

Minha péssima experiência com a British Airways
Acabo de chegar de Londres, foi minha primeira viagem internacional com cadeira de rodas. Faço essa denúncia porque nós, brasileiros, sempre achamos que aqui tudo é pior, mas nem sempre é, vejam só.
Compramos as passagens de avião com muita antecedência, para conseguir bonspreços, e já na compra solicitei apoio de cadeira de rodas nos aeroportos daqui e de lá.
O atendimento da British Airways no aeroporto de Guarulhos em São Paulo foi simpático e eficiente. Infelizmente, não posso dizer o mesmo do aeroporto de Heathrow, em Londres. A empresa construiu um terminal exclusivo nesse aeroporto (terminal 5), que só ela usa, portanto é uma responsabilidade total deles. Na chegada do voo, um comissário de bordo me indagou se eu conseguia descer a escada do avião e, como disse que sim, me largaram sem qualquer orientação. Eu e minha amiga esperamos o movimento dos passageiros diminuir e descemos mais pro final. Nos deparamos com um ônibus lotado para o trajeto até o saguão e só pude me sentar porque um passageiro foi gentil. Este ônibus nos deixou, junto com todos, a mais de 200m de um “posto de atendimento a necessidades especiais”, que só descobrimos após perguntar a um funcionário que passava. Este “posto” eram algumas cadeiras longe de banheiros e de águapra beber, e lá havia cerca de dez passageiros – idosos na maioria, quase todos sem falar inglês. Os funcionários gritavam e brigavam entre si e com os passageiros, havia pessoas esperando lá há cerca de 3 horas, ninguém sabia informar nada. Esperamos por 30 minutos e só então apareceu um funcionário que nos levou ao andar de cima para passar na imigração e pegar as malas. A amiga que estava nos esperando no saguão do aeroporto ficou desorientada. Só não foi pior porque consigo andar pequenas distâncias, estava acompanhada e falo inglês. Morri de saudades do atendimento amigo e bem organizado do Brasil, que deu de dez a zero nos ingleses.
Abraços,
Marília Pinto de Carvalho
Professora Livre Docente
Faculdade de Educação
Universidade de São Paulo

Nenhum comentário: