Apresentação teatral aconteceu no Marco Zero, região central do Recife.
Espetáculo mistura folguedos populares e música sacra.
Um grupo de jovens, a maioria com Síndrome de Down, encenou no Marco Zero do Recife, neste domingo (30), o auto Chamada para um Natal. Com desenvoltura, os atores mostraram não existir limitações para quem tem uma deficiência e se divertiram ao dançar os folguedos populares e cantar as músicas sacras, usando a arte para vencer o preconceito.
O espetáculo tem mais de dez anos e faz parte da história da organização não-governamental Centro Pró-Integração, Cidadania E Arte (Integrarte). “São 40 pessoas envolvidas. Para os jovens com Down é muito bom poder apresentar o trabalho que fazem, eles gostam muito de poder se apresentar”, conta o diretor do espetáculo, Vicente Monteiro.
Aos 29 anos, Daniella Nazário gosta de dizer que sua profissão é ser atriz. Apaixonada por arte, ela dá vida a Catirina no auto de Natal, que traz elementos da cultura pernambucana. “Eu gosto muito do público, fico muito feliz”, conta. A mãe dela, a professora Fátima Nazário, auxilia a filha na preparação. “A Dani gosta muito de atuar, ela fica muito feliz. Essas apresentações deles são uma verdadeira lição de vida”, afirma.
A jornalista Amanda Nóbrega já participou da peça em outros anos, fazendo a Diana, mas passou a batuta para a irmã, Catarina Valéria, de 23 anos. Coruja, Amanda acompanha cada passo da irmã, que tem Down, e dá a maior força para que ela vença todos os desafios. “Ela pegou o papel por mérito próprio. Ela é maravilhosa, faz a Diana belissimamente. Essas apresentações quebram o estigma de que eles não sabem atuar. É como um dos lemas da ONG: a arte quebrando as barreiras que o preconceito impõe”, pondera a jornalista.
Com um sorriso no rosto, Catarina revela que essa não é a única peça que já fez – e nem vai ser a última. Para o próximo ano, já tem um novo espetáculo sendo organizado pelo grupo de teatro da Integrarte. “Gosto muito de fazer a Diana e gosto de teatro. Ano que vem vou fazer a Margarida”, antecipa.
A peça foi acompanhada por olhos atentos, tanto de parentes, quanto de pessoas que chegaram e não esperavam a apresentação. “Achei muito legal. Aqui é um lugar que tem muita criança, com certeza ajuda a vencer as barreiras”, avalia a assistente social Jayra Gruppe, que foi fisgada pela peça quando dava uma volta de bicicleta pelo Bairro do Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário