quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Atleta brasileiro sem os dois braços é medalha de prata no arco em Toronto

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Esportes


Criado numa família que nunca o tratou com regalias ou preconceitos, Matt Stutzman costumava acompanhar o pai em caçadas

Publicada em 11/08/2015 15:25:25
Foto: Danilo Borges/Brasil2016
A pontaria ilimitada de Matt Stutzman
A pontaria ilimitada de Matt Stutzman
Matt Stutzman posiciona o arco com os pés, fixa com a boca a corda a um gancho no ombro direito e tensiona o conjunto com uma mistura de movimentos dos pés e do tronco. Em seguida, estabiliza a mira, ativa uma espécie de gatilho com a boca e acerta com precisão de "prata parapan-americana" o alvo a 50 metros de distância.
O atleta norte-americano de 32 anos se auto-intitula "The Armless Archer" (Arqueiro sem braços, em tradução literal) e é extremamente competitivo no arco composto.
Veja Matt Stutzman em ação
Medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, ele perdeu a final em Toronto para o companheiro de equipe Andre Shelby, pelo apertado placar de 144 a 140 na decisão.
"Não foi exatamente como eu esperava, mas tenho de reconhecer que o Andre atirou muito, muito bem. Eu tive problemas para gerenciar o tempo entre os disparos. Acho que no começo isso me prejudicou, porque acabava acelerando demais. Mas é seguir adiante e melhorar", afirmou, em referência ao fato de que o tempo para executar cada um dos tiros é de 20 segundos.
Criado numa família que nunca o tratou com regalias ou preconceitos, Matt Stutzman costumava acompanhar o pai em caçadas. Nelas, o instrumento utilizado era o arco e flecha. "Ele sempre me dizia que se fosse um bom atirador, poderia ser melhor caçador. Com o tiro com arco, percebi que poderia colocar comida na mesa da minha família com o esporte", afirmou.
Para ele, que alimenta o sonho paralímpico de 2016, o importante foi ter conquistado, com a final integralmente americana em Toronto, duas vagas para o time dos EUA nos Jogos do Rio. "É difícil vencer os concorrentes internos e por isso conquistar as vagas foi importante. Agora teremos o Mundial na Alemanha, no fim do mês, depois as seletivas e quero pensar em um passo de cada vez. Mas sonho com o ouro em 2016, sim", afirmou Stutzman, que começou a praticar a modalidade em 2010 e havia terminado em quarto o Parapan de Guadalajara, no México, em 2011.

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